Deu no ABTW
http://www.ablogtowatch.com/how-manually-wound-watch-movements-compare-automatic/
O título da matéria é um tanto quanto incorreto para seu conteúdo, que sinceramente não aborda diferenças técnicas entre relógios automáticos e manuais, mas a necessidade de cuidado e revisões daqueles.
Basicamente, informa que existe uma máxima em relojoaria de que quanto mais complexo for o relógio, maior será a possibilidade de defeitos e maiores os pontos de possível atrito, que podem vir a afetar a eficiência de todo mecanismo.
No fundo, é uma lembrança: não deixem de periodicamente revisar seus relógios, sobretudo os automáticos. Os sistemas de carga automáticos, é certo, com o tempo sofrem desgaste e passam a não mais carregar o relógio de forma adequada. De nada adianta possuir um relógio que em tese marca o tempo de forma adequada, mas somente quando carregado.
Eu adiciono algumas impressões pessoais ao texto. De fato, não há nada pior na relojoaria do que relógio que carrega mal. Aliás, todos os colecionadores com quem converso preocupam-se muito com os boletins de marcha dos seus relógios, algo que eu raramente olho. Sim, costumo olhar amplitude de funcionamento do balanço, porque seu decréscimo normalmente significa que o óleo está secando e em breve irá afetar o relógio. Mas para mim, tanto faz se o relógio está funcionando a um segundo de adiantamento ao dia ou um minuto. Como uso vários relógios, ainda que algum deles adiantasse ou atrasasse um minuto ao dia, ao final de uma semana eu pouco me importaria com o acúmulo.
Mas carga ruim...
Carga ruim é uma MERDA! Você acaba sendo obrigado a não mais usar o relógio que, deixado de noite no criado mudo, de manhã já não tem mais carga.
Eu tenho dois modelos que já me deram (e me dão...) dor de cabeça neste sentido, um Longines Avigation Chrono, equipado com Eta 2894, e um Ebel E Type, equipado com calibre 137, o famoso El Modulor.
No ETA 2894, a culpa pode ser atribuída ao sistema de carga do 2892, que é notoriamente ruim e, inclusive, é totalmente modificado em algumas fábricas para não estorvar (vide Omega).
Ele é bom enquanto funciona, mas provavelmente devido ao sistema das rodas reversas e diminuta tolerância do sistema (o movimento inteiro não tem mais do que 3 mm de altura), o troço repentinamente para de funcionar e te estorva.
O EBEL possui "magic lever", que pelo menos nele, nunca funciona de forma adequada (o que, por exemplo, ocorre nos Seikos mais tabajaras). Aliás, neste momento que escrevo penso que o relógio, que foi revisado há menos de 4 anos e sequer possui arranhados, provavelmente precisará de outra revisão em breve, porque não carrega mais do que 20 horas de corda NEM A PAU, mesmo colocado para girar o dia inteiro em watch winders.
Acredito, portanto, que as fábricas, ao invés de criarem mecanismos para postergar a revisão do ESCAPAMENTO, como, por exemplo, a Omega com o Coaxial, deveriam ser preocupar com os sistemas de carga, que de fato tiram o relógio de "combate".
Hoje vejo com bons olhos, por exemplo, os rolamentos cerâmicos autolubrificantes que a UN usa nos seus relógios (acho que a Patek também, em alguns modelos).
E essa preocupação deve ocorrer quanto mais "fino" ou complexo for o relógio, porque minha experiência diz que, nestes modelos, a primeira coisa que arrega é o sistema de carga. Nos relógios mais robustos, como os Rolex, por exemplo, essa questão passa a ser de somenos importância (aliás, a Rolex nem usa rolamentos nos seus relógios, mas mancais de rubi, que de vez em quando também arregam, até mesmo porque o povo esquece de revisar e, quando o fazem, já era).
Em resumo, não esqueçam as revisões dos seus relógios. Aliás, acredito efetivamente que as fábricas deveriam criar uma cultura de manutenção periódica, ofertando de graça a primeira revisão, como as empresas de automóveis.
Por outro lado, as fábricas poderiam nos poupar de projetos que, no médio prazo, notoriamente nos deixam na mão, como exemplos que citei acima.
Flávio
Otima matéria.
Muito boa a matéria e excelentes as suas colocações Flávio.
Gostei bastante de matéria, de linguagem simples e didática, bem como as colocações do Flávio.
Penso em revisar duas peças minhas, mas para mim o problema, mais do que o preço, é o prazo que pedem para ficar com o relógio. Outra preocupação minha é a substituição de ponteiros com tritium ainda, creio que o resultado ia destoar muito do dial.
O meu medo de revisão é o manuseio do relógio - desde a entrega na recepção até a revisão feita pelo técnico.
Eu cuido muito bem dos meus relógios, nao tem arranhoes, nao tem nada - e espero que em uma das revisões não apareça algo que não existia antes.
Sei que se aparecer um risco, uma marquinha no relogio, vai ser aquela conversa: "ah mas isso já estava aí" e provavelmente a assistencia nao vai se responsabilizar.
Matéria muito boa. Mas acho que falta um pouco mais de orientação sobre o tema por parte das marcas ...
Sinceramente, não sei quando deve ser o momento exato de revisar meus relógios ...
Boa matéria , valeu por compartilhar.
Abs
Um dos meus maiores medos em uma revisão é o famigerado polimento, se houvesse uma maneira de revisar e não polir eu preferiria, já vi cada cagada em polimento.
Citação de: Rafael_DF online 26 Novembro 2014 às 15:54:10
Matéria muito boa. Mas acho que falta um pouco mais de orientação sobre o tema por parte das marcas ...
Sinceramente, não sei quando deve ser o momento exato de revisar meus relógios ...
O assunto já foi muito discutido aqui e não chegamos a um consenso. As fábricas têm aumentado o período de garantia e, presume-se, um relógio, mesmo abusado no referido período, não deveria apresentar problemas. E normalmente não apresentam, diga-se de passagem. Um Omega Coaxial com calibre 8500 e garantia de 4 anos normalmente não deixa ninguém na mão neste período, o Adriano pode confirmar.
De qualquer modo, criou-se um "mantra" dentro da indústria no sentido de que os relógios deveriam ser revisados a cada 5 anos. Acho isso uma balela. Acredito que alguns relógios irão arregar antes disso, outros, irem muito além.
Mas como já ressaltei alhures, há dado objetivo que indica a "saúde" de um relógio, e é a amplitude do balanço. Se a amplitude está baixa demais, normalmente significa que os lubrificantes já arregaram e o relógio precisa de revisão. Isso já aconteceu comigo, sabe-se-lá porque, com relógios com menos de dois anos de uso, como, por exemplo, um Nomos Tangente e um Omega Speemaster Reduced. E vejam: nenhum deles foi submetido a uso constante, mas algo aleatório, digamos, uma semana de uso a cada dois meses. Não deveria, pois, sequer estarem detonados a este ponto. Voltamos aqui a velha questão dos watch winders, sendo que também não tenho uma opinião clara sobre tais aparelhos.
Enfim, falta mesmo muito esclarecimento por parte das fábricas que, acredito, se fossem de fato HONESTAS em relação ao que vendem, provavalmente venderiam menos. Sério! Afinal, se fosse explicado para um comprador de um relógio de 30 mil que este precisaria de revisão a cada 3 ou 5 anos, ele provavelmente não o compraria. Parece bobagem? Não. Eu, por exemplo, já comentei aqui que RECUSO-ME a comprar qualquer veículo que não tenha revisões programadas com pelo menos 15 mil km de diferença entre elas, para não me irritar com idas a concessionárias, gastos, etc. Já chegam meus relógios, acho que já é complicação suficiente na minha vida.
Acredito, porém, que as pessoas deveriam ser instruídas - não apenas com uma nota de pé de páginas em manuais - a irem à autorizada uma vez por ano para conferir a saúde do relógio. Competiria aos relojoeiros determinar se seria ou não caso de revisão. Mas as empresar ainda são muito "júniors" nesse aspecto.
Quanto aos demais aspectos, confesso que aí já é problema de nóia do consumidor. Ora, você não envia algo para ser reparado presumindo que este vá voltar pior. Quanto ao polimento, por exemplo, desconheço autorizada que obrigue a pessoa a fazer polimentos. Acredito que nem mesmo a Rolex. A Breitling, Omega e Longines, que eu saiba, por exemplo, só fazem o polimento se a pessoa pedir (muito embora a Omega, sabe-se-lá porque, não dê desconto se você não quiser. A Longines, como indiquei aqui, dá). Esse lance de polimento é algo ULTRA PESSOAL. Há pessoas, como o Sr Estrela que acima tocou no assunto, que gostam de seus relógios absolutamente imaculados. Outras não, os arranhões são inclusve parte do charme do relógio, que carrega, assim como o dono, as marcas da vida. Não há aquela história de um endorser da Breitling (esqueci o nome do ator) que mandou o relógio para revisão, este voltou como zero e ele ficou puto? FIcou puto porque apagaram os arranhões para os quais ele tinha história para cada, depois de anos de uso.
Flávio
Flavio em revisões completas a ROLEX só faz se executar o polimento, acredito que se for uma intervençãozinha tipo troca de safira ou ponteiros ou ajuste de braceletes :P ai não, mais REVISOU poliu. Só se abrem alguma exceção a quem vai diretamente ao balcão deles, pois se for enviado a SP há o polimento sim.
Essa de Polimento ON ou OFF não existe por lá não viu. ;D
Independente do apontado pelo Flávio, imagino que deve ser registrado por meio de fotos o estado completo do relógio, e, se não o fazem, creio ser interessante o proprietário fazer no local com o próprio celular.
Falo isso por um problema que ocorreu com meu irmão no mês passado, onde ele enviou um produto de valor alto para um serviço na autorizada, e o mesmo voltou com um profundo risco no corpo, inicialmente deram de "joão sem braço", mas no final tudo se resolveu.
Seguro morreu de velho. ;D
A questão do polimento é que a marca entende que o relógio tem que voltar com boa apresentação depois de uma manutenção. Isso é uma cortesia para o cliente quando o relógio passar por uma manutenção completa. Ser uma cortesia é diferente de estar incluso, por isso, se você não quiser, não sofrerá abatimento. É assim como toda marca que eu conheço ou já trabalhei.
A parte trabalhosa e demorada do polimento, em quase todos os casos, é a desmontagem e remontagem, e não o polimento em si. Na revisão geral, tudo tem que ser desmontado do mesmo jeito e o polimento não consome tempo extra de trabalho (é feito enquanto o mecanismo é revisado). Por isso não adianta imaginar que se, digamos, o polimento sozinho custa 300 e a revisão com polimento em cortesia custa 1000, você terá abatimento de 300 se pedir para não polirem. Não é assim.
Além disso, o polimento também gera uma segurança para o prestador de serviços. Os serviços têm garantia e obviamente essa garantia não cobre acidentes de uso. E esses acidentes de uso normalmente deixam marcas. Ao você polir um relógio na revisão, você sabe que devolverá um relógio sem riscos profundos, sem amassados. Se ele volta com uma peça quebrada no mecanismo e um amassado na caixa, bingo. Se você não polir um relógio cheio de amassados, fica difícil. Nunca passei por isso, mas creio ser complicado pois simplesmente não dá para provar nada factualmente.
Agora, se um cliente fica surpreso (negativamente) porque seu relógio foi polido na revisão, foi falha de quem passou o orçamento pois isso tem que ser avisado para o consumidor, de que o relógio vai ser polido. Justamente porque pode haver casos ("rarissíssimos") do cliente não querer o polimento.
E sobre optar ou não pelo polimento (coisa que defendo totalmente, e às vezes, até recomendo que não seja nada polido) não se baseiem por nós: somos exceção, em tudo. O público geral adora a idéia de que seu relógio será polido. Garanto para vocês que dos 7 a 9 mil consertos que passam na minha mão por ano, no máximo dois ou três pedem para que o relógio não seja polido.
Abraços!
Adriano
Citação de: Schütz online 26 Novembro 2014 às 16:55:55
...
Falo isso por um problema que ocorreu com meu irmão no mês passado, onde ele enviou um produto de valor alto para um serviço na autorizada, e o mesmo voltou com um profundo risco no corpo, inicialmente deram de "joão sem braço", mas no final tudo se resolveu.
Seguro morreu de velho. ;D
Aí o negócio é o seguinte: se o negócio chegou com o risco profundo no corpo, tem que mostrar na hora para o cliente. Se chegou assim e a assistência não anotou, lascou-se, tem que assumir. Se eu contar para vocês a quantidade de peças e serviços de graça que consumidores ganham porque um defeito já presente não foi anotado na entrada do produto, mesmo que todos tenham certeza de que entrou assim...
Abraços!
Adriano
Mais aí que tá a minha dúvida, qual é o padrão do polimento? Vou ser mais direto, é correto polir tudo sem respeitar inscrições e número de série?
Tem revisões em que o polidor vai "passando por cima", confesso que é mais fácil e prático pro profissional, mais e o resultado? Inscrições apagadas, números de série que se vão, infelizmente. E pergunto, e daí???
Qual a norma da indústria em revisões? É correto polir sem respeitar inscrições, figuras e nada.
Ou existe alguma forma de polir e proteger essas inscrições? Sei lá, algum adesivo anti-abrasivo ou alguma tinta ou verniz que se passe por cima do local a ser protegido e realmente ficaria assim depois do serviço feito?
Alguém com mais experiência poderia responder?
Atenciosamente.
Weber
Se for uma inscrição que dá para mascarar (com fita adesiva especial), tem que ser mascarada. Se não, é melhor não polir ou só dar lustre (que só dá brilho e praticamente não remove material). Apagar algo é a pior situação que pode ocorrer. Nunca a remoção de um risco pode ser priorizada sobre a preservação de uma forma ou inscrição.
Abraços!
Adriano
Desculpem o nível da pergunta, mas sou um iniciante ainda neste hobby. A amplitude não da para se verificar rapidamente em um vibrograph? Pelo menos um resultado simples sem se aprofundar muito.
Se sim, não sei se isso já existe, não seria legal as boutiques oferecerem esse serviço de forma gratuita durante a visita do cliente, enquanto este mesmo toma um café e verifica as novidades da marca, fica gentil, cria mais um motivo para a visita do cliente e talvez até uma venda, e se constatar que não esta legal, fica fácil já oferecer o serviço, explicando o porque do mesmo e as vantagens de fazer ali.
Como falei, sou leigo, não sei se é algo de fácil aferição.
Excelente tópico !
Penso que com os relógios ocorre o mesmo que acontece com os automóveis . A manutenção eh fundamental.
No entanto a mecânica dos relógios eh muito mais delicada e exige profissionais mais habilitados, preparados.
Em São Paulo conheço ,por experiência pessoal , tanto a manutenção da Rolex como a da Swatch Group, a Watch Time.
Ambas excelentes e profissionais.
O tendão de Achiles da Longines reside exatamente na manutenção , pois não utiliza a WT.
Minha maior preocupação com o meu excelente LLD reside nisso.
Os nossos relógios, nossos amados companheiros merecem o melhor!
Meu abraço , Veiga .
Citação de: Schütz online 27 Novembro 2014 às 10:49:36
(...) não seria legal as boutiques oferecerem esse serviço de forma gratuita durante a visita do cliente [?]...
A Witschi já desenvolveu um aparelho específico para essa demanda, o
Chrono Cube:
(http://www.witschi.com/pictures/products/Chronocube.jpg)
Só falta as boutiques e ADs usarem.
Em tempo, link para o produto: http://www.chronoline.com/product_info.php?products_id=2
Então é simples? Algum vendedor com pouco treino consegue utilizar, por exemplo, este Chrono Cube?
Porque ninguém pensou nisso ainda? Ou isto é feito em alguma boutique?
Esse aparelho não exige qualquer treino. É só ligá-lo, colocar o relógio e esperar a medição. Depois, gire o cubo para a próxima posição e repita o procedimento até ter a medição em todas as posições.
E sim, pensaram nisso, tanto é que atenderam a demanda. Ocorre que aparentemente pouca gente pôs e idéia em prática.
1550 CHF não é nada para estas boutiques.
Ficaria muito mais feliz de contar com esta regalia do que ganhar um bonezinho, caneta ou tomar champagne nas costas dos outros. ;D
sério mesmo que voces estão conversando por aqui? as mesas de voces ficam tão longe assim uma da outra rsrsrs? seriamente falando agora, esta solucão de treinarem os vendedores para passar o relogio no vibrograph na boutique seria muito interessante mesmo por nao ter que mandar para a autorizada etc que é um saco e demorado, ALOU RICHEMONT, SWATCH GROUP ETC SE TIVER ALGUEM LENDO ESTE TOPICO "FICA A DICA" HEHEHE . com relação ao polimento, ja me aconteceu de deixar o relogio para polir e polirem o numero de serie do back.... fiquei bem pau da vida.
abraços
E tem outra, boutique funciona em horário do shopping, para mim é muito complicado sair do trabalho em horário comercial.
Outro dispositivo, este bem barato, que pode ser usado sem abrir o relógio é um simples desmagnetizador.
Que, se for o caso, pode até "soltar" aquelas espiras "coladas" de um balanço, resolvendo aquele problema dos adiantamentos súbitos e "inexplicáveis" para o dono do relógio.
E tudo isso, que pode ser feito sem a necessidade de técnicos especializados, é quase mais barato (no sentido figurado, é claro ;) ) que um cafezinho e um sorriso, além de poder "encantar" e até fidelizar (eitcha palavrinha) o cliente.
Alberto
Cesar, já falei: a gente não se gosta. Respondo aqui por educação.
(http://mundohumor.files.wordpress.com/2008/04/lindomar-o-subzero-brasileiro-reloaded_1.jpg)
HAHAHAHA........
Pessoal, desculpem, mas vocês estão resumindo o processo de diagnóstico de um relógio a um simples número comparado com uma tabela. Verificar a amplitude é apenas UM dos elementos a serem avaliados no diagnóstico de um relógio. Do jeito que estão falando, parece que o técnico que faz isso apenas bota o relógio no aparelho e vê: se a amplitude deu entre 280 e 310, tá bom. Se não deu, revisão.
Tem relógio que a máquina está suja e dá amplitude. Tem relógio que está com água dentro e dá amplitude. Tem relógio que dá amplitude quando você acaba de dar corda mas ela cai 50º depois de uma hora (alô Seiko 7Sxx e 6Rxx...), tem relógio que dá amplitude com eixo do balanço torto ou quebrado (usei um relógio com ETA 2892 por um ano com eixo do balanço quebrado sem perceber)... Tem o problema da amplitude excessiva, do rebatimento, tem a questão de avaliar a perda de amplitude com cronógrafo acionado ou não, o quanto se perde em posições verticais, se há muita diferença entre as posições horizontais... E ter a tarimba se saber que o que é normal num calibre não é em outro.
E outra, ANTES de fazer qualquer teste, especialmente se a idéia é ler a amplitude, é FUNDAMENTAL que o ângulo de levantamento esteja selecionado corretamente. Imaginem Omega, que possui uma tabela de inúmeras páginas com todos os parâmetros de testes, amplitudes, e os ângulos de levantamento. Acho que imaginam quantos calibres a Omega já produziu em sua existência. Sem abrir o relógio, eu "mato" qual o calibre que está dentro com uns 90% de chance de acerto. Acham que o vendedor de um AD consegue fazer isso? Eles nem sempre conseguem memorizar nem os calibres do que está em linha, que dirá dos vintage. Então você precisa abrir o relógio para ver exatamente qual o calibre, conferir na tabela, configurar o aparelho, fazer o teste, e comparar o resultado com os parâmetros da tabela. Se você simplesmente chutar o ângulo, a cada um grau de ângulo de levantamento errado, você tem até uns 10º de diferença no resultado. Ou seja, se você testa com ângulo 53º um calibre que deveria ser 49º, você pode ter fácil aí uns 30 ou 40º de erro para mais, que pode te fazer acreditar que o relógio está com boa amplitude, quando não está.
Ou seja, se o teste não for realizado com critério (de, por exemplo, esperar pelo menos uma hora depois da corda cheia para testar corretamente) e por alguém que saiba identificar o calibre e seu ângulo de levantamento, e interpretar todo o resultado de um teste desse, é absolutamente em vão. Totalmente em vão.
Eu também gostaria que fosse simples assim como vocês relataram para decidir se um relógio precisa ou não de revisão...
Abraços!
Adriano
Citação de: igorschutz online 27 Novembro 2014 às 11:00:02
Esse aparelho não exige qualquer treino. É só ligá-lo, colocar o relógio e esperar a medição. Depois, gire o cubo para a próxima posição e repita o procedimento até ter a medição em todas as posições.
Igor, não é assim. Sem o ângulo de levantamento correto, você não vai ler a amplitude com exatidão e se a idéia é ter essa leitura para avaliar superficialmente a condição do mecanismo para decidir sobre uma revisão, você nunca vai tirar proveito de um aparelho desse sem qualquer treino.
Para a finalidade que vocês propõe, se saber se um relógio precisa ou não de revisão, esse aparelho não basta. Você precisa ser um aficcionado ávido ou relojoeiro. Se você for leigo e sem treino, não serve para nada. Pode não precisar de nenhum treino para você, mas quem não é técnico ou aficcionado, não serve para nada além de medir a marcha do relógio.
Abraços!
Adriano
Eu não penso em uma avaliação técnica, mas simplesmente um laudo da máquina que pode levar você a ponderar se não seria uma boa ideia revisar ele.
O problema já citado da amplitude, variação de precisão muito acima do indicado para aquele relógio, carga não segurando, a tensão que você sente ao dar a corda, etc...
Mesmo não sabendo nada de manutenção de relógios já é algo que te levanta a lebre, por isso acho válido sim.
A maior parte dos usuários daqui, supostamente mais instruídos que o comprador normal, não sabe nem quando deve avaliar o relógio.
Eu não entendo PN de medicina, mas quando faço um exame de sangue olho tudo, e se algo estiver fora da tabela, mesmo não sabendo o porque do raio daquilo, eu vou procurar um especialista, se não for nada ótimo, se for alguma coisa fico aliviado de ter levantado a pulga e eu ter ido atrás.
Adriano, é só ver as instruções de uso no site do produto.
Antes de colocar o Cubo pra funcionar ele deve ser conectado num PC. via cabo USB, de onde, imagino, ele deva colher dados do modelo a ser analisado, segundo uma lista criada pelas próprias empresas fabricantes dos relógios.
No fim, imagino que a "inteligência" de analisar os dados obtidos e dar algum diagnóstico, superficial que seja, deve estar embutida no Cubo ou no software do PC.
Enfim, é só uma solução fácil e que exige pouco ou nenhum treino do operador, consoante a própria alegação da Witschi ("No training, no complicated operating instructions – just insert the watch, contact the sensor, put the handy ChronoCube into one of the five possible measuring positions and wait for the results. The ChronoCube automatically detects the measuring position."). Não sou eu que estou dizendo!
Ok, mas e se a amplitude estiver ruim mas parecer boa porque o aparelho está configurado errado? O mecanismo está morrendo, mas por causa da amplitude lida erroneamente, você leva de volta o relógio para casa tranquilo achando que está tudo bem e usa ele por mais alguns anos até ele arregar de vez.
E se o sistema de carregamento está já no bagaço, e você não percebe porque usa o relógio ativamente, e a amplitude e marcha estão boas. Você volta para casa e só vai perceber quando um eixo de uma roda inversora se romper completamente e ele parar de carregar.
É preciso entender que com a tecnologia de produção hoje, a amplitude e a marcha nem sempre sofrem quando o relógio está já precisando de revisão. Se você pegar principalmente Rolex moderno com balanço free-sprung, overcoil, etc. o bicho dá amplitude e marcha quando já tem limalha de metal espalhada pela máquina toda. Já tem eixo indo pro vinagre e ele está com amplitude e marcha boas. Idem para os Omega in-house como o 8500. Com duplo tambor de corda, balanço free-sprung, espiral de silício, sabe quando ele vai te "avisar" que está precisando de revisão? Quando for tarde demais.
Mas ok, eu sei que nos bastidores vão dizer que estou advogando em favor das assistências técnicas (estou ligado que minha orelha queima que não é brincadeira nos "zap-zap" da vida".
Apenas pensem que a margem de erro dessa ideia proposta coloca seus relógios em maior risco, pois é uma análise superficial e incompleta. Aí só posso desejar sorte.
Abraços!
Adriano
Ok, acho que o pontos levantados por você são muito importantes.
Mas novamente vem a pergunta, quando eu devo levar o meu relógio para uma checagem? Existe apenas uma vistoria simples, um procedimento rápido que não demande meus relógios ficarem 2 semanas em um local apenas me informarem se esta na hora ou não da revisão?
Eu não conheço. Agora, duas semanas para fazer um orçamento de revisão... Não posso dizer de outras empresa, mas onde trabalho, orçamento é de 3 a 5 dias úteis e na média acabam sendo feitos em 1 a 2 dias úteis. É raríssimo um relógio precisar mais que isso. Só se depender de consulta de peças de terceiros.
Eu pelo menos não conheço método de se avaliar a necessidade de revisão (sem evidências externas como acidentes, entrada de água, etc.) sem nem abrir o relógio. Sem isso, é apenas uma estimativa. Se você tem um relógio funcionando, que te parece em ordem, e quer saber se precisa de revisão, e alguém te fala com certeza que sim ou que não sem abrir o relógio, desconfie.
Mas... do começo ao fim, são meus 2 cents.
Abraços!
Adriano
Citação de: igorschutz online 27 Novembro 2014 às 12:48:40
Adriano, é só ver as instruções de uso no site do produto.
Antes de colocar o Cubo pra funcionar ele deve ser conectado num PC. via cabo USB, de onde, imagino, ele deva colher dados do modelo a ser analisado, segundo uma lista criada pelas próprias empresas fabricantes dos relógios.
No fim, imagino que a "inteligência" de analisar os dados obtidos e dar algum diagnóstico, superficial que seja, deve estar embutida no Cubo ou no software do PC.
Enfim, é só uma solução fácil e que exige pouco ou nenhum treino do operador, consoante a própria alegação da Witschi ("No training, no complicated operating instructions – just insert the watch, contact the sensor, put the handy ChronoCube into one of the five possible measuring positions and wait for the results. The ChronoCube automatically detects the measuring position."). Não sou eu que estou dizendo!
Ok. Eu conheci os ChronoCube quando foram lançados. O ângulo era fixo, de 50º. Ou seja, a leitura de amplitude era uma estimativa. Agora aparece no site que o ângulo é ajustável de 1º a 99º ou algo assim. Ok. Mas eu duvido um pouco que o software tenha inteligência para descobrir com poucas informações qual o ângulo de levantamento. Que eu saiba, se você não botar manualmente esse valor, ele não tem como saber. É assim até o aparelho mais caro da Witschi. Eu ficaria surpreso se o mais barato fizesse isso.
Mesmo assim, supondo que se ajuste tudo. E a interpretação dos resultados?
Por isso continuo achando que isso é uma ferramenta para ajudar no diagnóstico. Se você basear a necessidade ou não de revisão só nisso, correrá o risco de "aprovar" um relógio que precisa de revisão. Se o risco fosse o oposto, eu acharia muito mais válido.
A questão é essa: se o relógio estiver fuzilado, o aparelho vai te dizer na hora. Mas pode ser que ele esteja precisando de revisão e o aparelho não mostre ou mostre e nem você nem o operador saibam interpretar. E você pode voltar para casa para usar tranquilamente por mais 2, 3 ou 5 anos aquele relógio que já está precisando de revisão. E o vendedor da AD que fez o teste? Vai se responsabilizar? Duvido. Ele vai dizer que o relógio tem que ser avaliado por um técnico em uma oficina.
Eu acho milhões de vezes mais válido você ter isso em casa, estudar e tirar proveito dele.
Abraços!
Adriano
Citação de: Alberto Ferreira online 27 Novembro 2014 às 11:34:18
Outro dispositivo, este bem barato, que pode ser usado sem abrir o relógio é um simples desmagnetizador.
Que, se for o caso, pode até "soltar" aquelas espiras "coladas" de um balanço, resolvendo aquele problema dos adiantamentos súbitos e "inexplicáveis" para o dono do relógio.
E tudo isso, que pode ser feito sem a necessidade de técnicos especializados, é quase mais barato (no sentido figurado, é claro ;) ) que um cafezinho e um sorriso, além de poder "encantar" e até fidelizar (eitcha palavrinha) o cliente.
Alberto
O desmagnetizador profissional é projetado com uma intensidade para desmagnetizar o mecanismo fora da caixa e nem sempre consegue passar por ela. O problema é pior já que muitos relógios possuem blindagem parcial, como calotas antimagnéticas, e ainda que sejam difíceis de magnetizar, pode acontecer. E do mesmo jeito que é difícil magnetizar, é difícil desmagnetizar também, com o relógio todo montado. A prática recomendada é que o mecanismo seja desmagnetizado fora da caixa, em 3 eixos pelo menos, e o mais importante, PARADO. Isso significa que se for um relógio sem hack, você precisa pelo menos abrir a caixa para descarregar a corda dele.
Desmagnetizar com ele funcionando não é efetivo como deve ser. Menos ainda com ele dentro da caixa. Você pode não desmagnetizar ele por completo.
Abraços!
Adriano
Tive problema com polimento somente 2 vezes, a primeira em 2005, se trata de um Omega Speedmaster Date, foi polido e arrancado o número de série, reclamei e foi reposto um novo medalhão com número de série (tudo idêntico), neste caso nem fiquei chateado.
Na outra situação apagaram de forma parcial uma inscrição em um relógio vintage, aí fudeu porque o relógio não é mais fabricado e fiquei no preju.
Agora Adriano, fico mais puto com o seguinte, o adesivo anti-abrasivo existe, já vi em vídeos também uma tinta ou verniz, não sei, porém deve ser anti-abrasivo também. Porque o cara da Assistência não coloca isso antes de polir??? Preguiça???
Qual é o melhor, polir 50 relógios em um dia de forma correta ou polir 100 arrancando inscrições e números de série em todos???
Abraços
Weber
Legal!
Grato Adriano.
É sempre importante uma visão, e experiência, técnica.
Mas, como no caso do ChronoCube, ou similar, se houver algum outro...
O diagnóstico de que está tudo bem, pode mesmo não ser confiável, claro. Mas já o contrário, a "constatação" de um possível problema, pode dar uma melhor indicação de que uma revisão deva ser feita.
No caso do desmagnetizador, penso eu, se foi possível magnetizar através da caixa deveria ser possível desmagnetizar, ressalvando logicamente a potência dos campos envolvidos, em um caso ou no outro.
Então, Adriano, eu permaneço com uma dúvida.
Sempre supondo que o relógio se magnetizou sem que o dono soubesse a exata razão, talvez porque foi momentaneamente colocado próximo a um forte campo magnético, etc.
A minha pergunta...
E eu não estou mais propondo a aplicação no balcão de um AD, e a razão ficou clara para mim. Inclusive com relação ao fato de estar o balanço em movimento, etc.
Então, digamos que agora seja uma dúvida conceitual.
Se passado num desmagnetizador, com a caixa fechada, o relógio voltar ao comportamento anterior ao problema, portanto deixando de "acelerar" a marcha, poderia haver algum problema remanescente, tipo magnetização residual, ou algo assim?
E neste caso, quais os riscos que isto poderia acarretar?
Alberto
Concordo com o que o Adriano falou e talvez tenha sido simplista em minha explicação, mas em nenhum momento sequer cogitei que o relógio pudesse ser diagnosticado por um não profissional. Aliás, se relembrarem o tópico "Boletim de marcha" ( http://forum.relogiosmecanicos.com.br/index.php?topic=5251.0 ), verão que a análise de parâmetros até mesmo mais simples, como a marcha anterior e posterior de um relógio, não é tão fácil assim. E olha que quem "ousou" dar pitaco no referido tópico não era neófito.
Por outro lado, essa discussão me fez pensar em coisas que nunca havia sequer imaginado. Hoje, a indústria de automóveis realiza todo seu diagnóstico através de conexão das centrais eletrônicas dos carros com programas ou mecânicos online diretamente na fábrica.
Se por um lado a intepretação de dados de um vibrograph (e um vibrograph não mede apenas amplitude, mas uma miríade de parâmetros, que vão desde a marcha diária a problemas no escapamento), acredito que no futuro, talvez, diagnósticos pelo menos não tão detalhados, possam ser realizados remotamente. Um relojoeiro da Watch Time, por exemplo, indicaria remotamente ao "ôreia" da loja o que analisar.
Quanto ao magnetismo, não acho que isso seja problema atual, o Adriano pode confirmar. Quantos são os relógios afetados por magnetismo atualmente?
Por outro lado, há algo que detona relógios e que ninguém está nem aí e parece um absurdo as lojas não terem como analisar: resistência a água. Ora, um aparelho de vácuo daqueles completamente a prova de idiota deveria existir em cada revenda. Tais aparelhos podem ser operados até mesmo por um macaco amestrado, porque funcionam no parâmetro "passou ou não passou".
Sobre os escritos. Há uma "pau cuzagem" atual das fábricas nos seus escritos: inscrição a laser. Esse troço é uma porcaria, porque superficial, até mesmo o uso diário apaga. Sabendo disso, porém, as empresas SEQUER deveriam passar perto de tais inscrições, porque apagam só de você olhar.
Eu já tive dois problemas com inscrições, ambos no mesmo relógio, o Longines Avigation. A Longines, no final dos anos 90, quando comprei meu relógio, fazia uma malandragem para inglês ver. Ela colocava um escrito tabajara de dar dó, feito à mão, bem próximo do número de série (PZFM). Faz me rir... O troço nem sentia o cheiro de Manaus, mas vinha com aquilo escrito. Eu perguntei a um relojoeiro amigo em BH se seria possível tirar aquele escrito tosco sem arranhar o número de série (claro, escrito a laser). Ele não me deu garantia, mas autorizei. Resumo? Ficou pior a emenda do que o soneto, porque apagou o PZFM mas também uns dois números do serial. Eu mandei tirar tudo, então. Meu Longines, portanto, não tem número de série externo.
O outro problema ocorreu com o rotor, como narrei aqui, em uma revisão em autorizada. Lavaram-no na máquina, mas suas inscrições eram pintadas. E máquina não gosta de inscrição pintada, o rotor deve ser lavado a mão com pincel. E minhas inscrições foram apagadas, por erro deles... Trocaram o rotor por um novo, depois de um processo judicial que meti contra eles.
Porém, como ressaltei, erros devem ser corrigidos e erros ocorrem. Não podemos presumir, no entanto, e de antemão, que vão ocorrer numa autorizada.
Flávio
Aproveitando o gancho quanto a magnetização:
Deixar o relógio perto de televisores (imagino que os LED não interfiram tanto quanto os de tubo), ou outros aparelhos eletrônicos pode magnetizar a peça?
Adriano, o que eu quis dizer foi o seguinte:
1- O Chrono Cube precisa ser conectado a um PC via cabo USB para funcionar.
2- Essa exigência provavelmente se deve ao fato do equipamento precisar de alguma informação contida no PC para operar.
3- Imagine que a Witschi preparou em seu software uma forma das fabricantes colocarem os dados de ângulo de levantamento de TODOS os movimentos utilizados em seus relógios.
4- Vai lá a marca X e põe um Cubo desses em cada boutique, e ainda prepara uma tabela com a indicação de todos os seus modelos e os respectivos ângulos de levantamento e põe no PC.
5- Quando o cliente chega na loja, o representante seleciona no PC qual será o modelo a ser analisado, espeta o Cubo no USB e então mede o relógio.
Ou seja, você efetivamente insere a informação sobre o ângulo de levantamento no aparelho, porém faz isso através do PC, e não diretamente no Cubo.
Citação de: ESTRELADEDAVI online 27 Novembro 2014 às 13:52:13
Tive problema com polimento somente 2 vezes, a primeira em 2005, se trata de um Omega Speedmaster Date, foi polido e arrancado o número de série, reclamei e foi reposto um novo medalhão com número de série (tudo idêntico), neste caso nem fiquei chateado.
Na outra situação apagaram de forma parcial uma inscrição em um relógio vintage, aí fudeu porque o relógio não é mais fabricado e fiquei no preju.
Agora Adriano, fico mais puto com o seguinte, o adesivo anti-abrasivo existe, já vi em vídeos também uma tinta ou verniz, não sei, porém deve ser anti-abrasivo também. Porque o cara da Assistência não coloca isso antes de polir??? Preguiça???
Qual é o melhor, polir 50 relógios em um dia de forma correta ou polir 100 arrancando inscrições e números de série em todos???
Abraços
Weber
Uma das barreiras é cultural. O polidor pode ter todas as ferramentas, todos os treinamentos, mas ele não é um profissional altamente gabaritado nem pertence a escala mais alta da hierarquia de uma oficina. E não importa o quando seus superiores orientem, a noção da importância que uma inscrição tem para ele não é a mesma que tem para nós. E numa dessa, os erros acontecem. E o perigo do polimento é que possivelmente os erros são irreversíveis.
Abraços!
Adriano
Citação de: RCComes online 27 Novembro 2014 às 14:15:52
Aproveitando o gancho quanto a magnetização:
Deixar o relógio perto de televisores (imagino que os LED não interfiram tanto quanto os de tubo), ou outros aparelhos eletrônicos pode magnetizar a peça?
Pode, mas depende do relógio, depende do aparelho... Tudo que gerar um campo/fluxo magnético (não exijam de mim os termos absolutamente corretos, não sou especialista nessa área), pode magnetizar um relógio.
Abraços!
Adriano
Citação de: Alberto Ferreira online 27 Novembro 2014 às 14:06:56
Então, digamos que agora seja uma dúvida conceitual.
Se passado num desmagnetizador, com a caixa fechada, o relógio voltar ao comportamento anterior ao problema, portanto deixando de "acelerar" a marcha, poderia haver algum problema remanescente, tipo magnetização residual, ou algo assim?
E neste caso, quais os riscos que isto poderia acarretar?
Alberto
Amigo Alberto, se ele voltar exatamente com a mesma marcha anterior, é porque funcionou. Mas nem sempre isso acontece e é isso que pode acarretar. A desmagnetização pode não ser completa e ele pode não voltar à marcha ideal. E isso pode acontecer mesmo desmontando tudo.
O ideal é desmagnetizar e conferir se a marcha está inalterada e normal. Pois é relativamente comum mesmo com total certeza de que tudo está desmagnetizado, ele precisar receber uma pequena regulagem de marcha.
Um exemplo numérico simples: o relógio sempre adiantou +8 s/dia. Um belo dia magnetizou e ficou doido, passou a adiantar + 200 s/dia. Você vai e desmagnetiza totalmente dentro do protocolo técnico e é muito improvável que ele volte para os +8 s/dia. Pode voltar como +2 s/dia e você precisar re-regular. É bem comum isso.
Abraços!
Adriano
Citação de: flavio online 27 Novembro 2014 às 14:15:06
Quanto ao magnetismo, não acho que isso seja problema atual, o Adriano pode confirmar. Quantos são os relógios afetados por magnetismo atualmente?
Realmente é pouco comum hoje em dia. Bem pouco comum.
Citação de: flavio online 27 Novembro 2014 às 14:15:06
Por outro lado, há algo que detona relógios e que ninguém está nem aí e parece um absurdo as lojas não terem como analisar: resistência a água. Ora, um aparelho de vácuo daqueles completamente a prova de idiota deveria existir em cada revenda. Tais aparelhos podem ser operados até mesmo por um macaco amestrado, porque funcionam no parâmetro "passou ou não passou".
Exato. Teste de resistência a água não carece de interpretação.
Citação de: flavio online 27 Novembro 2014 às 14:15:06
Sobre os escritos. Há uma "pau cuzagem" atual das fábricas nos seus escritos: inscrição a laser. Esse troço é uma porcaria, porque superficial, até mesmo o uso diário apaga. Sabendo disso, porém, as empresas SEQUER deveriam passar perto de tais inscrições, porque apagam só de você olhar.
Concordo totalmente. É comum número de série saírem até com o uso.
Citação de: flavio online 27 Novembro 2014 às 14:15:06
O outro problema ocorreu com o rotor, como narrei aqui, em uma revisão em autorizada. Lavaram-no na máquina, mas suas inscrições eram pintadas. E máquina não gosta de inscrição pintada, o rotor deve ser lavado a mão com pincel. E minhas inscrições foram apagadas, por erro deles... Trocaram o rotor por um novo, depois de um processo judicial que meti contra eles.
...
Flávio
Rotor com inscrição pintada sem ser em baixo relevo são uma mancada também. Mas é usado por ser barato. Pega-se um rotor padrão e pinta-se sobre ele.
Abraços!
Adriano
Eu creio que, como disse o Adriano, a eventual magnetização depende do relógio e do televisor, ou monitor.
Nos modelos antigos, em especial os relógios sem blindagem magnética, isto pode ocorrer, sim.
E a razão é relativamente simples.
Naqueles modelos de tubo, os antigos CRT´s - os chamados "tubos de raios catódicos"... ;)) , ao ser ligado, justamente para desmagnetizar a tela, um forte campo magnético é gerado e aplicado através de uma espécie de cinta que envolve a borda do tubo.
A razão é "apagar" as eventuais manchas devidas à magnetização acidental do próprio tubo no uso anterior.
Este tal pulso magnético é bem forte e pode magnetizar um relógio antigo, se ele estiver sobre o televisor.
Nos monitores modernos, eu não sei dizer se pode haver problemas deste tipo, mas a princípio eu creio que não.
Alberto
Adriano, não é verdade que sua orelha fique quente por causa dos zapzaps...... pelo menos não dos que eu participo rsrsrs....
abraços
Citação de: igorschutz online 27 Novembro 2014 às 14:33:45
Adriano, o que eu quis dizer foi o seguinte:
1- O Chrono Cube precisa ser conectado a um PC via cabo USB para funcionar.
2- Essa exigência provavelmente se deve ao fato do equipamento precisar de alguma informação contida no PC para operar.
3- Imagine que a Witschi preparou em seu software uma forma das fabricantes colocarem os dados de ângulo de levantamento de TODOS os movimentos utilizados em seus relógios.
4- Vai lá a marca X e põe um Cubo desses em cada boutique, e ainda prepara uma tabela com a indicação de todos os seus modelos e os respectivos ângulos de levantamento e põe no PC.
5- Quando o cliente chega na loja, o representante seleciona no PC qual será o modelo a ser analisado, espeta o Cubo no USB e então mede o relógio.
Ou seja, você efetivamente insere a informação sobre o ângulo de levantamento no aparelho, porém faz isso através do PC, e não diretamente no Cubo.
Ok Igor, mas mesmo na sua explicação, você precisa saber o calibre, no mínimo. Você conhece a Omega. Você acha que dá para fazer uma tabela com a indicação de todos os seus modelos e respectivos calibres? Você acha que um cara que não seja um Gravina ou um Ghelfond consegue olhar para um Constellation e saber se ele é um calibre 505, 565 ou 1012, sem abrir, sem ver a referência de caixa? Ou um antiguinho sem linha específica, se é um 30mm, se é um 371, ou sei lá o que?
Eu não consigo e não há tabela hoje que faça isso. Se eu não abrir, eu não sei dizer que calibre é.
Abraços!
Adriano