Notícia quentinha, dada há poucos minutos:
http://www.watchesbysjx.com/2015/01/news-switzerland-abandons-currency-cap.html
http://www.valor.com.br/internacional/3861550/bc-suico-diz-que-taxa-minima-do-franco-nao-se-justifica-mais
Resultados? Inesperados... Ressalto aqui que, ao contrário do imaginário de grande parte dos especialistas em relojoaria, a quebradeira da indústria nos anos 70 não se deveu apenas à mudança de paradigma quartzo/mecânico. Aliás, esse foi o menor fator. O principal fator para a indústria ter quebrado foi a valorização do franco frente ao ien, após o Japão abandonar a paridade com o dólar. E, claro, a crise do petróleo.
Para terem uma noção, só hoje o franco valorizou 45% frente ao dólar, e a economia da Suíça não anda lá essas coisas... O medo de toda indústria suíça, não apenas relojoaria, é que seus produtos, como no passado, se tornem pouco competitivos no mercado mundial.
Só com essa notícia as ações do Swatch Group despencaram 15% hoje!
Aguardemos...
Flávio
Caros,
Quem estiver postergando compra, agora pode ser a hora de correr para fazer negócio:
http://www.bbc.com/news/business-30829917 (http://www.bbc.com/news/business-30829917)
O câmbio está maluco desde que saiu a notícia, já tendo valorizado até 41% em relação ao Euro!!!!!
Um abraço,
Davi
Caramba, Flávio, postamos juntos!
Um abraço,
Davi
Você postou trinta minutos depois he he he he
Sinistro, eu estava lendo aqui, o pessoal que esta pensando em comprar tb acho que essa é a hora, apesar de que as peças que estão faturadas já aqui no Brasil nada vão sofrer com isso, ou vao? ::)
A indústria Japonesa vai agradecer novamente.
Heracles
Citação de: jfestrelabr online 15 Janeiro 2015 às 13:18:00
Sinistro, eu estava lendo aqui, o pessoal que esta pensando em comprar tb acho que essa é a hora, apesar de que as peças que estão faturadas já aqui no Brasil nada vão sofrer com isso, ou vao? ::)
Provavelmente aumentarão 7 ou 10%. Mesma lógica usada com a queda do petróleo. kkkkkkkkkkkkk
Se aumentarem. Como disse, não se trata apenas de uma equação matemática. Estamos falando de comércio mundial num mundo globalizado. Flávio
No Patek, Yes Lange.
Flávio essa discussão do piso de 1.20 pro eurchf estava sendo ventilada desde o final do ano passado, apesar de mão ter estado muito no radar. Especula-se que o SNB (Banco Central Suiço) se antecipou a manobra de quantitative easyng que viria da europa em meados do ano. Esse movimento teve uma alta de 29% nos primeiros 15 min e depois está oscilando entre 14%/16% de alta até agora.
Essa decisão também afeta alguns paises como polonia e hungria que tinha dívidas em chf e isso vai causar prejuízo nesses países.
Abs
http://www.swissinfo.ch/por/decis%C3%A3o-do-banco-central-sacode-os-mercados/41217522
E o CEO da Moser já se manifestou, em carta aberta o presidente do Banco Central. Em resumo, ele afirmou que é um empreendedor, emprega mais de 50 pessoas, mas não em uma grande empresa ou conglomerado, mas numa diminuta, que fabrica relógios "raros, muito raros" (fazendo menção ao lema da Moser). Como fabrica apenas 1000 relógios por ano e seus compradores são totalmente do exterior, apenas hoje ordens já foram canceladas. O que o governo vai fazer para proteger uma indústria que gera 10% da riqueza do país? Ressalta ele que a sua empresa fica em Shaufhaussen, na fronteira com a Alemanha e, inclusive, boa parcela dos seus empregados são alemães. Mudar para a Alemanha? Ele termina a carta dizendo que roga para o governo encontre uma solução no longo prazo, sob pena de produtos fantásticos produzidos pela Suíça de fato se tornarem "raros, muito raros". Aqui:
http://monochrome-watches.com/edouard-meylan-ceo-h-moser-cie-writes-open-letter-mr-jordan-president-swiss-national-bank/
Flávio
Ok...
Tudo bem (ou tudo mal... eu não sei... ;)).
Mas, como eu não sou economista e nem muito menos ainda monetarista, eu me permito ficar aqui pensando, cá c'os meus botões... ::)
Mas se aquela paridade, do fator mínimo de 1,20 entre o franco e o Euro, era uma lei, uma norma, ou seja lá o que for, natural (proveniente do real peso do câmbio), não era, certo?
Então, a minha cuca de "não economista" fica perguntando...
Então aquilo não seria uma espécie de "subsídio" às avessas que agora está sendo retirado?
Doa a quem doer e lasque-se quem se lascar?
::)
Alberto
O Moser talvez tenha que se virar. Ir mesmo pra Alemanha ou, sei la, Luxemburgo.
As maiores podem começar a curtar os custos do Marketing, das celebridades, depois alguma reestruturação operacional. Certeza que a maioria tem gordura pra queimar.
Acho que aqui no Brasil, do jeito que as vendas estão indo, de "mornas para frias", as revendas terão que diminuir as margens de lucro , ou aceitar "encalhe" de produtos!( vide a indústria automobilística).
Abs
Eu acho que vai ter muita choradeira por nada nesses primeiros dias.
Tá certo que realmente não é muito barato produzir relógios na Suíça, mas tenho absoluta certeza que há muita gordura pra queimar e que os caras ganham muito dinheiro. Não é a toa que existem tantas empresas e que há tanto luxo.
Citação de: igorschutz online 16 Janeiro 2015 às 09:54:43
Eu acho que vai ter muita choradeira por nada nesses primeiros dias.
Tá certo que realmente não é muito barato produzir relógios na Suíça, mas tenho absoluta certeza que há muita gordura pra queimar e que os caras ganham muito dinheiro. Não é a toa que existem tantas empresas e que há tanto luxo.
Com certeza! Não há indústria no planeta e, talvez por isso, tão analisada, que tenha passado por tantos percalços e se adaptado às situações. Aliás, indico um livro para a galera, que aborda TODAS as crises pelas quais a indústria passou que, seguramente foram mais graves do que essa. Esse aqui, aliás, indicação do próprio Igor:
http://www.peterlang.com/index.cfm?event=cmp.ccc.seitenstruktur.detailseiten&seitentyp=produkt&pk=69749
E o argumento do Igor é real e basta voltarmos nos últimos dez anos. Ora, enquanto o mercado estava bombando e todos comprando, os preços subiram, e subiram muito, bem acima da inflação. A Rolex, por exemplo, teve a AUDÁCIA de subir seus preços 10% todos os anos, transformando um modelo que custava 3 mil dólares quando comecei a gostar disso em algo de 8000 hoje! Eles não têm muita gordura para queimar, eles têm uma baleia inteira de gordura para queimar!
Ps. O livro que indiquei acima é seminal sobre o assunto, mas não vale nem a pau o que cobram por ele. Custa uns 50 dólares e é uma brochura fodida de cerca de 200 páginas com papel de jornal. É a única crítica que tenho ao livro, porque o conteúdo é excelente.
Flávio
Quando esse tipo de coisa acontece, todos põem a bunda na parede.
A Moser, a Speake-Marin e outras do mesmo porte têm razão para se preocupar. Talvez sejam levadas a um aumento de produção (por mais anacrônico que pareça), ou ao aumento da automação, como forma de compensar eventuais quedas nas vendas. Deixarem de ser ateliê para se tornarem pequenas/médias indústrias.
As grandes vão passar por algum desconforto, vão segurar repasse para os preços em alguns mercados, vão evitar de enviar a coleção mais nova para outros - enfim, vão se adaptar para perderem alguma (não muita) gordura.
O SIHH, que começa segunda-feira, será o primeiro bom termômetro. E veremos se as expectativas se confirmam em março, no Baselworld.
Dic
Citação de: Alberto Ferreira online 15 Janeiro 2015 às 22:51:13
Então aquilo não seria uma espécie de "subsídio" às avessas que agora está sendo retirado?
Doa a quem doer e lasque-se quem se lascar?
::)
Alberto
Não tenho menor conhecimento dos pormenores da política monetária da Suiça mas pode-se entender que sim.
Há inúmeras maneiras de se realizar política industrail. Desde incentivos à pesquisa científica a medidas protecionistas como taxação de importados ou exigência de conteúdo nacional (amplamente utilzadas neste último governo brasileiro), passando também pela possibilidade de depreciação cambial forçada, o que torna seu produto mais barato perante a concorrência externa. A China utilizou muito desta última nos anos recentes.
Importante lembrar que neste caso você favorece seu setor exportador às custas do consumidor doméstico, que vai pagar mais caro por importados.
No caso de dependência de tecnologia externa, esta política pode ainda significar um "tiro no pé" a médio/longo-prazo pois induz um aumento da produção mas também torna mais caro o custo dos investimentos necessários em capital físico (tecnologia, equipamentos a serem importados, etc).
Será que um dos considerandos, também, não é a deflação do euro?
Como ressaltamos, as empresas tem sim muita gordura para queimar. O Swatch Group declarou agora que os aumentos irão girar em torno de 5 a 10%. Aumento não é bom, mas como já havíamos previsto, é bem menos do que se especulou quando a bolha estourou.
http://www.lematin.ch/economie/entreprises/swatch-group-ajuster-prix-europe/story/10178851
flávio
5 a 10% na Europa! Excluindo as marcas Swatch e Tissot pelo que entendi. Na Suíça os preços continuam os mesmos. Em relação ao U$ a princípio não deve haver mudança pois o mesmo já flutuava? Ou não? Uma dúvida, a formação dos preço aqui no Brasil será diretamente afetada pela mudança em relação ao Euro ou somente pela variação do U$?
http://www.swissinfo.ch/por/risco-de-defla%C3%A7%C3%A3o-_franco-forte-pressiona-sal%C3%A1rios-na-su%C3%AD%C3%A7a/41266332