Texto publicado agora no Instagram
Em 1927, enquanto trabalhavam nos laboratórios da Bell Telephone para criar um método confiável para determinação de frequências de transmissão de rádio, Warren Marrison e Joseph W. Horton acidentalmente fabricaram o primeiro relógio a quartzo da história: ao utilizarem um circuito eletrônico para dividir a frequência de um oscilador a quartzo, eles conseguiram acionar um motor síncrono que movimentava ponteiros. No entanto, o aparelho, que funcionava com válvulas, ocupava o volume de um aposento. O relógio a quartzo de pulso, assim, já existia como conceito, bastando "apenas" reduzir o tamanho do modelo de Marrison a míseros 3 cm³... As empresas suíças de relojoaria se interessaram pela tecnologia pouco tempo depois, sendo que Omega e Longines cronometraram os Jogos Olímpicos de 1952 com relógios a quartzo de fabricação própria. Em 1954, a Longines obteve o recorde de precisão nas competições de cronometria de Neuchatel, com um relógio a quartzo pouco maior do que uma caixa de sapatos. O próximo caminho era a miniaturização do modelo. Em 1964, a Longines firmou uma parceria com a empresa de engenharia eletrônica Bernard Golay, com o intuito de fabricar um relógio de pulso. Em 1967, no entanto, o CEH, que inclusive era patrocinado pela Longines, apresentou o 1° protótipo de relógio de pulso da história (Beta 1) que, submetido às competições naquele ano, pulverizou todos os recordes. O modelo, porém, utilizava um divisor de frequência flip-flop. O sistema em desenvolvimento pela Longines, muito mais simples, não utilizava divisores de frequência e, em tese, poderia ser produzido em massa em menor tempo. Então, apressou seu desenvolvimento e, em 20 de agosto de 1969, 4 meses antes do Seiko Astron e 8 meses antes do Beta 21, apresentou ao público o "Ultra-Quartz", o "primeiro relógio a quartzo comercializado do mundo". Em 2010, em um canto obscuro do Museu de Relojoaria de La Chaux de Fonds, deparei-me com algo de que nunca ouvira falar, um módulo do "Ultra-Quartz", um emaranhado de componentes eletrônicos soldados à mão. A realidade é que a marca só conseguiu comercializar os primeiros modelos em 1971, transformando-o em um rodapé na história da relojoaria....
(https://uploads.tapatalk-cdn.com/20240306/34daac2b28cc996055b1dde242bb57ef.jpg)(https://uploads.tapatalk-cdn.com/20240306/872e7c2a8c346d9e7af23efd1397a3fb.jpg)
Mesmo com esse emaranhado de fios, o movimento é bem bonito. E o relógio também é muito bonito.
Em qual frequência vibrava o cristal de quartzo desse movimento? E onde ficava a bateria? Não consegui localizar.
Bateria acima à direita, frequência aproximadamente 9khz no quartzo, 170 no motor vibratório
Enviado de meu SM-A528B usando o Tapatalk
Citação de: Devenalme Sousa online 06 Março 2024 às 22:20:32
Mesmo com esse emaranhado de fios, o movimento é bem bonito. E o relógio também é muito bonito.
Em qual frequência vibrava o cristal de quartzo desse movimento? E onde ficava a bateria? Não consegui localizar.
A bateria ficaria no canto superior direito (o contato do positivo está em destaque), quanto ao emaranhado os Beta21 (8192htz) são assim tambem. a frequencia não é especificada mas deve ser neste modelo 9350Hz (a outra frequencia possivel seria 170Hz) veja os links abaixo. Honestamente eu era fascinado por estes relógios históricos, fiquei anos procurando uma oportunidade e peguei um Beta23 (revisão do Beta 21 de 1973), o relógio é uma bomba relógio, levei quase um ano pra conseguir usa-lo (graças a um outro Mauro - Fix Waches), toda vez que ele para (pilha) entro em panico (deve ser o trauma da compra/ajuste).
[]s
https://www.crazywatches.pl/longines-ultra-quartz-6512-1970 (https://www.crazywatches.pl/longines-ultra-quartz-6512-1970)
e
https://electric-watches.co.uk/makers/longines/longines-ultra-quartz/ (https://electric-watches.co.uk/makers/longines/longines-ultra-quartz/)
(de onde acho que o Flavio achou a lustração)
Valeu, Flávio e Hélio.
De fato, é fascinante, Hélio!
Vc tem fotos do seu?
Citação de: Devenalme Sousa online 07 Março 2024 às 14:24:41
Valeu, Flávio e Hélio.
De fato, é fascinante, Hélio!
Vc tem fotos do seu?
Acho que já postei foto dele aqui, mas é igual ao
(https://www.crazywatches.pl/images/upload/quartz/omega1301electroquartz1.jpg)
https://www.crazywatches.pl/omega-1301-electroquartz-f8192hz-beta21-1972 (https://www.crazywatches.pl/omega-1301-electroquartz-f8192hz-beta21-1972)
() s
P. S. - Achei https://forum.relogiosmecanicos.com.br/index.php?topic=4.msg319467#msg319467 (https://forum.relogiosmecanicos.com.br/index.php?topic=4.msg319467#msg319467)
Muito bonito, Hélio! Obrigado por postar.
Na verdade os Beta 21 (dois um, não vinte e um como o 99.99999% do povo fala) estão em outro patamar tecnológico, o circuito era integrado, o da Longines não, um monte de resistores, transistores, etc, todos soldados à mão. O conceito também era diferente: no Beta 21, a frequência chegava ao motor vibratório a 272 hz, já dividida, no Longines não, motor vibratório tinha sua frequência e quartz outra, e este corrigia a do outro.
Flávio
E os japoneses Citizen 7804 e o Seiko 3700 têm alguma importância nesse contexto? Ou também não passam de rodapés na história da relojoaria?
Não acho que esses movimentos "elétricos" com balanço tenham grande relevância, salvo os Hamilton, que foram os primeiros (e eram uma porcaria em durabilidade, reza a lenda). A Elgin, salvo engano, também fabricou movimentos elétricos muito antes da Seiko e Citizen, com mesmo conceito da Hamilton, embora com o funcionamento "invertido": numa marca os eletroimãs movimentavam o balanço, noutra, os eletroimas estavam no balanço.