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https://relogiosmecanicos.com.br/curiosidades/o-paradoxo-do-luxo/
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boa reflexão. Gosto de recordar de um trecho de um filme do Jacques Tati segundo o qual as notícias realmente boas precisam de tempo para acontecer, e nem sei a letra de minha geração, tampouco os ecos dessas polêmicas vazias semanais, sinto que a seiva por detrás do aspiracional tem lá os seus limites... em todos os sentidos.
Algo interessante a se pesquisar, mas aí demandaria realmente um estudo historiográfico, seria entender o mercado de luxo na época em que só existiam relógios mecânicos.
Depois que os relógios quartzo dominaram a cena, no início dos anos 80 até meados dos anos 90, relógio mecânico per se não era necessariamente atrelado ao luxo -- algumas marcas sim, mas não o objeto. Relógios mecânicos eram objetos caros, porém, era um negócio de nerd, de aficionados que se dispunham a pagar caro por algo diferenciado, e não adquiridos como uma experiência de luxo.
A partir dos anos 2000, os relógios mecânicos passaram a atingir um público maior e, na década de 2010, viraram mainstream, com as marcas obtendo enorme reconhecimento e os relógios sendo percebidos como símbolo de status.
Então, hoje em dia a gente fala que houve uma "mudança" no perfil do público consumidor desses objetos, que passaram de entusiastas a meros compradores de objetos de luxo, porém, como foi a mudança de perfil dos adquirentes de relógios de luxo lá dos anos 60 para os anos 80? Quem foi essa galera que comprava esses relógios? Eram aristocratas que já consumiam esse tipo de produto e apenas continuaram consumindo ao longo dos anos? Ou será que não, a escassez de relógios mecânicos criou nerds & hipsters que só foram dar valor a estes objetos quando eles viraram objetos de nicho?
Como relógios de alto luxo eram vendidos nos anos 50/60, e o que muda para como são vendidos hoje? Será que lá atrás os compradores desses objetos conheciam um pouco mais, ou só compravam por status também?
A Volkswagen definiu o mercado de luxo no Brasil. Volkswagen? Sim desde a época das importações fechadas a VW se saiu como a queridinha de um dos mercado de altíssimo valor agregado que são os carros. Ela vende para o público colocado na matéria, os impulsivos, que compram independente do preço, e o preço é geralmente bem maior que a concorrência. Mas, como consegue vender bem, influenciou o mercado dos carros (ela é a primeira que aumenta os preços ou a que lança o seu produto do segmento com o preço mais insólito, daí as outras depois acompanham) e também de outros produtos de alto valor agregado. Eles vêem o brasileiro como um consumidor que mesmo tendo opções com custo benefício bem melhores pagam bem mais caro para mostrar que podem pagar por um produto "consolidado".