É uma dúvida de mercado.
Alguém sabe o ranking de vendas, apenas em volume das marcas ?
Vou arriscar que a Casio, Citizen e Seiko estejam entre as top no mundo.
No Brasil, creio que estejam Technos e Orient.
No Brasil, acredito que a Citizen venda mais que a Orient, acredito que no Brasil os mais vendidos sejam Citizen, Technos e Casio (acredito que até a Casio venda mais que a Orient).
Tem também as marcas Cosmos, Seculos, Mondaine que por serem relógios baratos vendem bastante também, mas não sei em comparação às mais tradicionais como ficariam.
A Swatch vende uma barbaridade também.
Abraços!
Adriano
É muito difícil obter essa informação com precisão, pois não existem dados consolidados sobre isso (se existem, não são de fácil acesso).
Já li por aí, não lembro onde e nem quando, que, como marca, ou seja, descontando as empresas OEM/ODM, a Citizen é a maior fabricante do mundo, seguida pela Seiko. Mas não sei se esta informação ainda é válida.
O que é fácil de obter é o volume de produção por país, onde a China é a maior produtora disparada: em 2008 produziu 37 vezes mais relógios que os suíços, que estão em segundo lugar (Fonte: FH (http://www.fhs.ch/statistics/watchmaking_2008.pdf)).
Agora uma vergonha: o Brasil não figura nem entre os 30 maiores mercados consumidores dos suíços.
Se os suíços conseguissem, por meio de lobby, reduzir os impostos nestas áreas, o Brasil seria um gigantesco mercado a ser explorado...
Um abraço,
Igor
Igor, só não esqueça que essas estatísticas só levam em conta vendas feitas em autorizadas. Se a conta incluísse importações diretas tenho certeza que nossa posição no ranking seria bem mais alta.
Mas vendas feitas em autorizadas é a única coisa que interessa.
Mesmo que você faça importação direta, o relógio tem de sair de algum lugar, certo? Provavelmente terá saído de alguma autorizada, mesmo que haja intermediários.
Se você, daqui do Brasil, prefere comprar de uma autorizada nos EUA (ou outro país qualquer) ao invés de comprar numa autorizada brasileira, é porque tem alguma coisa muito errada com a autorizada ou com o país.
Um abraço,
Igor
Citação de: igorschutz online 09 Setembro 2009 às 08:54:52
É muito difícil obter essa informação com precisão, pois não existem dados consolidados sobre isso (se existem, não são de fácil acesso).
Já li por aí, não lembro onde e nem quando, que, como marca, ou seja, descontando as empresas OEM/ODM, a Citizen é a maior fabricante do mundo, seguida pela Seiko. Mas não sei se esta informação ainda é válida.
O que é fácil de obter é o volume de produção por país, onde a China é a maior produtora disparada: em 2008 produziu 37 vezes mais relógios que os suíços, que estão em segundo lugar (Fonte: FH (http://www.fhs.ch/statistics/watchmaking_2008.pdf)).
Agora uma vergonha: o Brasil não figura nem entre os 30 maiores mercados consumidores dos suíços.
Se os suíços conseguissem, por meio de lobby, reduzir os impostos nestas áreas, o Brasil seria um gigantesco mercado a ser explorado...
Um abraço,
Igor
Igor,
Precisamos mesmo de um lobby maior da indústria, e quem sabe, mais merchandising nas novelas (vc se lembra de quando foi citado pelo personagem do José Wilker, não é?
Átalo
Citação de: igorschutz online 09 Setembro 2009 às 09:27:09
Se você, daqui do Brasil, prefere comprar de uma autorizada nos EUA (ou outro país qualquer) ao invés de comprar numa autorizada brasileira, é porque tem alguma coisa muito errada com a autorizada ou com o país.
É exatamente esse o nosso caso. Compramos lá fora porque é inviável comprar aqui, e nossa compra vai para a estatística do outro país. Com isso os números no Barsil são sempre baixos, e o problema disso é que, baseado nesses números, o Brasil não se torna atraente para as marcas investirem aqui.
Citação de: Adriano online 09 Setembro 2009 às 08:21:33
A Swatch vende uma barbaridade também.
Abraços!
Adriano
Se for contar o Swatch Group inteiro é um absurdo de vendas então!
Salve!
Lobby?
Aqui no Brasil?
Será que isso funciona? ;) :-[
Quais seriam os intere$$e$, ou qual seria o porquê da falta deles?
Olha,...
Eu, francamente, não tenho "saúde" para acompanhar a coisa (e eu já "dei alta" para eles... >:() e nem acho que este seja (sequer) um dos nossos problemas mais importantes, claro!
Muito longe disso.
Mas, quem por aqui nunca leu uma daquelas "declarações" do Sr. Hayek, no seu estilo "vociferante", a respeito do Brasil e de sua política no setor?
Abraços,
Alberto
Citação de: LUW online 09 Setembro 2009 às 10:44:33
É exatamente esse o nosso caso. Compramos lá fora porque é inviável comprar aqui, e nossa compra vai para a estatística do outro país. Com isso os números no Barsil são sempre baixos, e o problema disso é que, baseado nesses números, o Brasil não se torna atraente para as marcas investirem aqui.
Sinceramente, não acredito que as importações diretas, se computadas como vendas ao Brasil, iriam influir tanto assim.
Acho que a compra fora de Autorizadas é exceção.
Agora, quanto ao Brasil ser atraente para as empresas relojoeiras, discordo de você. Acho que nosso país é muito atraente sim, pois é um mercado inexplorado, praticamente virgem. Fossem os relógios mais baratos, a demanda seria grande.
O que impede a vinda das empresas relojoeiras para cá são nossos impostos extorsivos, que tiram qualquer empresário de país desenvolvido do sério (
leia este tópico (http://forum.relogiosmecanicos.com.br/index.php/topic,766.0.html)).
A alíquota do imposto de importação de relógios no Brasil é uma das mais altas da TEC (a tabela que rege este imposto):
20%. Poucos produtos tem imposto de impostação tão alto assim.
Está mais do que provado que em nosso país há demanda sim, basta os preços serem mais justos, vide a redução do IPI e conseqüente manutenção dos níveis de produção da nossa indústria automobilística e de eletrodomésticos linha branca.
No mundo inteiro as montadoras de veículos estão sofrendo baixas terríveis, menos no Brasil, graças à redução de um simples imposto! Imagina se isso acontecesse para todas as indústrias? A demanda certamente aumentaria para tudo!
Mas querer uma mudança neste panorama relacionado a relógios é sonhar muito alto, pois relógio é uma mercadoria supérflua.
O Governo pode abaixar a alíquota de tudo, menos de relógios, isso eu tenho certeza! :(
Um abraço,
Igor
Não esqueçam da Timex..
Creio que relógios seguirão com tributação altíssima. Existe até um argumento: relógio é supérfluo...
Salve!
Mas, não são os 20% da tributação (máxima) de importação que geram, ou gerariam, os problemas maiores.
Claro que o Sr. Hayek está "na dele" :P, olhando tudo do seu ponto de vista (empresarial) e "estilo" próprios, como sempre faz.
Afinal, não é à-toa que ele é um empresário muito bem sucedido.
E tem mais, ele gostaria de vender lá na Lua também.
Mesmo que não gostemos, que não nos incluamos naquela "imagem", o difícil mesmo é nós não termos argumentos (ou motivos) para poder dizer...
Ou mesmo de pensar alto.
Como assim, oh gringo?
Corrupção? Aqui?
Nunca!
Abraços!
Alberto
Pois é, a crítica do Sr. Hayek não se refere tanto aos impostos, mas sim ao fato de sempre haver "algo mais" a pagar... >:(
Com certeza o problema não são os 20%...
Aliás, 20% estes que é só a primeira barreira.
Depois tem IPI.
E então tem ICMS.
E o PIS/PASEP e COFINS...
E tudo isso em cascata!
Estes 20% iniciais já virou 100% do preço do produto faz tempo...
Mas até aí, você topa pagar essa exorbitância, você quer fazer do jeito certo, mas não consegue mesmo assim!
Além da extorsão tributária, ainda tem o "jeitinho"...
Tem a "vista grossa"...
Tem o "por fora" para acelerar o despacho aduaneiro...
Tem o Leão, que dita as regras do jogo ao seu bel prazer...
Só para ilustrar: dois dos maiores conglomerados relojoeiros do mundo se mandaram do Brasil (Swatch Group e Seiko Corporation), e um sequer ousa pisar nestas terras (Richemont Group).
Será que isso diz alguma coisa?
Um abraço,
Igor
A conta é alta e a taxa de retorno não é garantida.
Os impostos, dos quais não se foge: II + IPI + ICMS sobre importação. Na venda existe a incidência do ICMS sobre a diferença entre compra e venda + PIS e COFINS. É claro que na segunda parte do negócio (venda) os impostos são calculados sobre o valor NF com o lucro bruto do vendedor.
Por baixo a conta incluindo o lucro resulta numa multiplicação mínima de 2X o valor de entrada.
Depois ainda existe o "por fora" e quetais...
A conta é alta demais e a taxa de retorno não está garantida.
Brasil: República das Bananas e Carnaval ::).
Citação de: igorschutz online 09 Setembro 2009 às 16:00:30
...
Além da extorsão tributária, ainda tem o "jeitinho"...
Tem a "vista grossa"...
Tem o "por fora" para acelerar o despacho aduaneiro...
Tem o Leão, que dita as regras do jogo ao seu bel prazer...
Só para ilustrar: dois dos maiores conglomerados relojoeiros do mundo se mandaram do Brasil (Swatch Group e Seiko Corporation), e um sequer ousa pisar nestas terras (Richemont Group).
Será que isso diz alguma coisa?
Um abraço,
Igor
Pois é!
Diz sim!
Aliás foi o que, para bom entendedor, disse o nada inocente (claro!) Sr. Hayek.
E disse, com (quase) todas as letras.
:(
Como certa vez nos disse o outro,...
"Duela a quem duela."
Outra coisa já notei com relação a indústria relojoeira tanto Suíça como Japonesa com relação ao Brasil.
A ausência de patrocínio aos nossos esportistas, que eu saiba e conheça somente o Rubens Barrichello (Audemars Piguet) e Felipe Massa (Richard Mille) possuem patrocínio com empresas relojoeiras; vejo os esportistas americanos e europeus de todas as categorias do esporte e é comum esse tipo de patrocínio.
Já com os brasileiros não vejo o mesmo.
Abraços
Weber
Citação de: mestreaudi online 09 Setembro 2009 às 11:11:10
Citação de: Adriano online 09 Setembro 2009 às 08:21:33
A Swatch vende uma barbaridade também.
Abraços!
Adriano
Se for contar o Swatch Group inteiro é um absurdo de vendas então!
Sim com certeza... Swatch Goup é animal pela gama de marcas.
Mas apenas a SWATCH em termos de VOLUME com certeza é a maior.
A marca SWATCH no Brasil não está sendo tão apreciada, mas na EUROPA ainda é febre.
Citação de: igorschutz online 09 Setembro 2009 às 08:54:52
É muito difícil obter essa informação com precisão, pois não existem dados consolidados sobre isso (se existem, não são de fácil acesso).
Já li por aí, não lembro onde e nem quando, que, como marca, ou seja, descontando as empresas OEM/ODM, a Citizen é a maior fabricante do mundo, seguida pela Seiko. Mas não sei se esta informação ainda é válida.
O que é fácil de obter é o volume de produção por país, onde a China é a maior produtora disparada: em 2008 produziu 37 vezes mais relógios que os suíços, que estão em segundo lugar (Fonte: FH (http://www.fhs.ch/statistics/watchmaking_2008.pdf)).
...
Igor,
Excelente fonte de informações. O interessante é saber que o preço médio do relógio Suíço ($ 563) é bem elevado comparado aos $2 dos asiáticos. Não duvido que o valor médio asiático esteja com tendência a subir.
Citação de: igorschutz online 09 Setembro 2009 às 16:00:30
Estes 20% iniciais já virou 100% do preço do produto faz tempo...
Mas até aí, você topa pagar essa exorbitância, você quer fazer do jeito certo, mas não consegue mesmo assim!
Perfeito. Em resumo, Brasil.
Nosso mercado pelas razões citadas não viabiliza nem a presença destas indústrias em nosso território, quanto mais investimentos como patrocínios para esportistas..
Citação de: ESTRELADEDAVI online 09 Setembro 2009 às 18:11:56
Outra coisa já notei com relação a indústria relojoeira tanto Suíça como Japonesa com relação ao Brasil.
A ausência de patrocínio aos nossos esportistas, que eu saiba e conheça somente o Rubens Barrichello (Audemars Piguet) e Felipe Massa (Richard Mille) possuem patrocínio com empresas relojoeiras; vejo os esportistas americanos e europeus de todas as categorias do esporte e é comum esse tipo de patrocínio.
Já com os brasileiros não vejo o mesmo.
Citação de: automatic online 09 Setembro 2009 às 19:47:23
Excelente fonte de informações. O interessante é saber que o preço médio do relógio Suíço ($ 563) é bem elevado comparado aos $2 dos asiáticos. Não duvido que o valor médio asiático esteja com tendência a subir.
Isso é bem interessante mesmo: os chineses produzem 37 vezes mais relógios que os suíços, porém, em termos de faturamento ($), que é o que interessa, os suíços faturam mais que o dobro do resto do mundo inteiro juntos!
Um abraço,
Igor
Porém para cada US$ 1,00 investido, quanto que os chineses faturam em relação aos suíços? ;)
Tenho a leve impressão que os chineses vão levar vantagem nessa conta.
Será?
Considerando-se os dados do relatório apontados pelo colega automatic (preço médio do relógio suíço = US$ 563; preço médio do relógio chinês = US$ 2), você acha mesmo que o ROI dos chineses é maior do que dos suíços?
Um abraço,
Igor
Faça as contas: quanta que custou para produzir o relógio de US$ 563,00? Vamos dizer US$ 300,00? Eu acho que até deve ser mais. E os china de US$ 2,00, será que chegou em US$ 1,00 o custo taotal de produção? Se essa relação for verdadeira, os relógios chineses tem mais lucro por unidade produzida. É claro que se os suiços venderem 10 relógios vão ter mais lucro em "volume de dinheiro" que os chineses, porém os chineses ganharam mais em relação ao valor investido para produzir.
É que nem carrinho de cahorro quente, que pelo menos até uns tempos atrás era uma das atividades mais lucrativas do comércio nacional. O cahorreiro vende seus cachorros quentes a R$ 2,00, porém não gasta nem R$ 0,50 em cada unidade. O lucro líquido dele é MUITO bom, porém o cara jamais vai ter uma vida confortável só vendendo cachorro quente, pois teria de vender zilhões de unidades para se dizer que "ganha muito bem".
Citação de: LUW online 10 Setembro 2009 às 10:29:51
Faça as contas: quanta que custou para produzir o relógio de US$ 563,00? Vamos dizer US$ 300,00?
É exatamente aí que a coisa pega: você supervaloriza o custo de produção suíço!
Você se engana se acha que todo relógio "swiss made" é feito inteiramente na Suíça. E se engana se acha que há mesmo todo aquele trabalho manual e controle de qualidade total. O custo de um relógio suíço não é tão alto assim.
Tem muito relógio "swiss made" em que TODOS os seus componentes, exceto a máquina, são feitos na China. Aí a empresa lasca uma Sellita de US$ 20 lá dentro, monta tudo e faz a inspeção final na Suíça, e põe no mercado à US$ 2.000... Se você calcular na ponta do lápis, o relógio não custou US$ 100!
Acha que estou inventando?
Tenho em casa umas revistas "
Watch Around" (revista séria, suíça, a melhor do mundo disparada sobre relojoaria), que possui uma seção destinada a sugerir relógios suíços com preço até
CHF 5.000 (dá quase
R$ 9 mil). Para participar desta seção, o relógio tem de ser INTEIRAMENTE suíço,
mesmo, em todos os componentes. Não é só seguir as regras da etiqueta "swiss made", que são bem frouxas.
Pois bem, depois de apenas duas edições com esta lista, os editores escreveram uma nota dizendo que esta seção era
a mais difícil de fazer de toda a revista, pois é
raríssimo encontrar um relógio inteiramente suíço neste valor (veja bem, estamos falando de CHF 5.000, é muita grana!).
Os suíços não são burros. Se fosse para lucrar menos do que os chineses, eles se mudariam para a China e ganhariam dinheiro por lá mesmo. Se se mantém na Suíça, é porque lucram muito mais!
A etiqueta "swiss made" permite que os fabricantes daquele país cobrem um
premium enorme a troco de nada. Os chineses não têm nada parecido!
Os suíços fazem relógios de metais preciosos e com pedrarias, coisa que os chineses nem se arriscam, pois ninguém teria coragem de comprar... E o
premium pelo uso destes metais?
Quando você vê um Richard Mille RM005, de titânio, três ponteiros, sem complicação alguma, por
US$ 40 mil, quanto você acha que a RM gastou para produzi-lo? Tenho certeza que não chegou a US$ 5.000... Muito menos aliás! O lucro é brutal!
E quando é um RM009 de
US$ 400 mil (QUATROCENTOS MIL DÓLARES!)?? Certeza que não custou nem US$ 12 mil... Olha o tamanho da margem de lucro!!!
Absolutamente, não há a menor possibilidade da indústria relojoeira chinesa lucrar mais que a suíça. Caso contrário, o sentido da indústria seria em direção à popularização, e estamos vendo exatamente o contrário: marcas mais baratas suíças (Omega, Rolex, Longines, Oris, etc.), marcas japonesas (Seiko), marcas chinesas (Seagull), todas indo em direção à exclusividade, todas querendo vender menos, mas com maior valor agregado... Exatamente a especialidade suíça, conforme mostra o relatório apontado!
Um abraço,
Igor
Que ironia ;D
A Suiça INVENTOU o "negócio da China" ;D
Lucius
Igor, tem idéia qual é o custo médio de um relógio "suiço" (em se tratando desse relógio de US$ 563,00)?
O que será que o Professor Dog tem a dizer sobre isso?
(http://i498.photobucket.com/albums/rr342/lhaussmann/ProfessorDog.jpg)
Citação de: igorschutz online 10 Setembro 2009 às 11:14:16
Citação de: LUW online 10 Setembro 2009 às 10:29:51
Faça as contas: quanta que custou para produzir o relógio de US$ 563,00? Vamos dizer US$ 300,00?
É exatamente aí que a coisa pega: você supervaloriza o custo de produção suíço!
Você se engana se acha que todo relógio "swiss made" é feito inteiramente na Suíça. E se engana se acha que há mesmo todo aquele trabalho manual e controle de qualidade total. O custo de um relógio suíço não é tão alto assim.
Tem muito relógio "swiss made" em que TODOS os seus componentes, exceto a máquina, são feitos na China. Aí a empresa lasca uma Sellita de US$ 20 lá dentro, monta tudo e faz a inspeção final na Suíça, e põe no mercado à US$ 2.000... Se você calcular na ponta do lápis, o relógio não custou US$ 100!
Acha que estou inventando?
Tenho em casa umas revistas "Watch Around" (revista séria, suíça, a melhor do mundo disparada sobre relojoaria), que possui uma seção destinada a sugerir relógios suíços com preço até CHF 5.000 (dá quase R$ 9 mil). Para participar desta seção, o relógio tem de ser INTEIRAMENTE suíço, mesmo, em todos os componentes. Não é só seguir as regras da etiqueta "swiss made", que são bem frouxas.
Pois bem, depois de apenas duas edições com esta lista, os editores escreveram uma nota dizendo que esta seção era a mais difícil de fazer de toda a revista, pois é raríssimo encontrar um relógio inteiramente suíço neste valor (veja bem, estamos falando de CHF 5.000, é muita grana!).
Os suíços não são burros. Se fosse para lucrar menos do que os chineses, eles se mudariam para a China e ganhariam dinheiro por lá mesmo. Se se mantém na Suíça, é porque lucram muito mais!
A etiqueta "swiss made" permite que os fabricantes daquele país cobrem um premium enorme a troco de nada. Os chineses não têm nada parecido!
Os suíços fazem relógios de metais preciosos e com pedrarias, coisa que os chineses nem se arriscam, pois ninguém teria coragem de comprar... E o premium pelo uso destes metais?
Quando você vê um Richard Mille RM005, de titânio, três ponteiros, sem complicação alguma, por US$ 40 mil, quanto você acha que a RM gastou para produzi-lo? Tenho certeza que não chegou a US$ 5.000... Muito menos aliás! O lucro é brutal!
E quando é um RM009 de US$ 400 mil (QUATROCENTOS MIL DÓLARES!)?? Certeza que não custou nem US$ 12 mil... Olha o tamanho da margem de lucro!!!
Absolutamente, não há a menor possibilidade da indústria relojoeira chinesa lucrar mais que a suíça. Caso contrário, o sentido da indústria seria em direção à popularização, e estamos vendo exatamente o contrário: marcas mais baratas suíças (Omega, Rolex, Longines, Oris, etc.), marcas japonesas (Seiko), marcas chinesas (Seagull), todas indo em direção à exclusividade, todas querendo vender menos, mas com maior valor agregado... Exatamente a especialidade suíça, conforme mostra o relatório apontado!
Um abraço,
Igor
Concordo 100% com essa analise.
Pra que brigar no mercado popular quando você pode ganhar muito mais dinheiro no mercado premium?
E também sempre achei que não se combate pirataria baixando preços. Quem tentar correr atrás de piratas na base do preço vai acabar indo à falência ou na melhor das hipóteses destruirá a imagem do seu próprio produto.
Citação de: gilvvm online 10 Setembro 2009 às 14:19:54
Pra que brigar no mercado popular quando você pode ganhar muito mais dinheiro no mercado premium?
Foi exatamente isso que Nicholas Hayek pensou quando pegou as rédeas da SSIH/ASUAG no início nos anos 80.
A indústria relojoeira suíça inteira quase faliu porque tentaram competir com os japoneses e depois com Hong Kong em diversidade e preço, até que Hayek fez um experimento interessante: pegou três relógios absolutamente idênticos. Em um estava escrito "
Swiss Made", em outro "
Made in Japan", e no último "
Made in Hong Kong".
Chamou alguns voluntários e perguntou quanto pagariam em cada relógio. Em média, os potenciais consumidores pagariam de 15% a 20% a mais no relógio "Swiss Made" do que nos outros dois!
Repito, eram relógios absolutamente idênticos, e só porque estavam grafados "Swiss Made" as pessoas topavam pagar mais por ele. A força da marca "Swiss Made" é enorme!
Hayek não teve dúvida: buscou produzir o relógio mais barato que pôde e mandou bala num preço considerado convidativo para um relógio suíço (na época CHF 39,90). Foi um sucesso!
Hoje, enquanto os chineses se degladiam para produzir o relógio mais barato possível em troco de migalha, o suíço vai lá, gasta US$ 1.000 para produzir, mas vende o produto por 10-15 vezes mais...
Pergunto aos colegas: já repararam que os relógios milionários, aqueles na faixa de US$ 100 mil pra cima, todos são de metal precioso ou então high tech? Sabem por que? Porque se fossem de aço, não conseguiriam justificar tamanho preço...
O melhor metal para ressoar um repetidor de minutos é o aço, e portanto, se as empresas quisessem fazer o melhor repetidor possível, fariam a caixa do relógio neste material.
Mas sabem quantas empresas fazem repetidor em aço? De cabeça, que eu me lembre, só a F. P. Journe...
Vejam como é, as empresas preferem entregar um som menos puro, mas com caixa de metal precioso só para justificar o valor exorbitante do relógio.
Pior ainda é quando fazem um repetidor em platina! Platina é muito denso, não serve para acústica. Mas as empresas insistem em usar platina para assim poder cobrar ainda mais!
Um abraço,
Igor