Estão sob suspeita de fazer trust: http://theescapement.blogspot.com/2009/09/swatch-group-under-antitrust.html
E não é a primeira vez que são investigados por isoo ::).
Não vai dar em nada. No máximo uma prorrogação forçada do prazo limite para o Swatch Group ainda fornecer ébauches.
O grande problema que o SG enfrenta é que ele quer modificar uma prática industrial que sempre existiu na indústria relojoeira suíça, que é o fornecimento de ébauches e componentes. Essa prática faz parte e é essencial à cultura suíça.
Essa história de tudo ser "in house" é coisa recente, dos anos 90 pra cá. Antes disso, JAMAIS existiu uma empresa que fizesse tudo sozinha, assim como acontece na indústria automobilística, onde você não vê a GM, Toyota, entre outras, fabricando seus próprios pneus, seus próprio parafusos, arruelas, rodas, etc.
Sinceramente, eu acho péssima essa decisão do SG. Para o consumidor final, os preços aumentarão consideravelmente. Aliás, já vêm aumentando desde que o SG anunciou a medida há alguns anos.
Fabricantes como a Sellita não dão conta do recado, e as marcas terão de apelar para componentes fabricados pelos chineses (é só enfiar um balanço e uma mola suíça, que tá limpo para usar o "Swiss Made" no mostrador).
Um abraço,
Igor
Também acho que nã vai dar em nada.
Mas mesmo assim, para a indústria em geral, não considero bom essa estória de "incentivar o desenvolvimento de calibres in-house" ::). Isso é um eufemismo para reduzir a oferta de movimentos ETA. Já os chineses devem estar alegres, pois se isso passar, quem vai vender mais são eles.
Aliás, o que define "Swiss made"? Quantos componentes tem de obrigatoriamente serem suiços?
Luciano,
O Swatch Group não quer deixar de vender movimentos ETA, eles querem é deixar de vender ébauches, ou seja, componentes separados, para serem finalizados e montados pelas respectivas empresas consumidoras deste produto.
O SG continuará ofertando e vendendo seus calibres, mas desde que completamente montados e finalizados, o que agrega muito valor e, portanto, dá mais lucro. Mas ao mesmo tempo sobe bastante o preço para o consumidor.
Sobre a etiqueta "Swiss Made", segue a fonte oficial (em inglês): http://www.fhs.ch/en/swissm.php
Um abraço,
Igor
Citação de: igorschutz online 15 Setembro 2009 às 11:41:26...não quer deixar de vender movimentos ETA, eles querem é deixar de vender ébauches, ou seja, componentes separados, para serem finalizados e montados pelas respectivas empresas consumidoras deste produto.
O SG continuará ofertando e vendendo seus calibres, mas desde que completamente montados e finalizados...
É importante que isto fique claro, e acredito ainda que é "muito barulho por nada", quem vende relógio barato já compra completo e nem põe a mão, e que modifica cobra o relógio tão caro que esta modificação será marginal nos preços...
Desculpem a ignorância, mas o que é "fazer trust"? ??? ??? ???
Citação de: broker online 15 Setembro 2009 às 11:53:45
É importante que isto fique claro, e acredito ainda que é "muito barulho por nada", quem vende relógio barato já compra completo e nem põe a mão, e que modifica cobra o relógio tão caro que esta modificação será marginal nos preços...
Pior que não, Fernando.
Muitas marcas, muitas mesmo, precisam comprar o ébauche, pois modificam o movimento base.
Quer um exemplo? Oris.
Outros? IWC, Chopard, Victorinox, Chronoswiss, Breitling, Tudor...
Você entregar o movimento pronto, montado e tinindo de novo, atrapalha muito na logística da empresa.
Imagine só você ter que desmontar o movimento, para modificá-lo e depois montá-lo novamente. As chances de ocorrer algum dano nesse processo de desmonte são reais, e isso conta muito no custo final.
E como faz para estocar peças de reposição? Cada empresa terá de comprar o movimento inteiro, desmontá-lo, limpá-lo e armazenar cada componente. Não acha que dá muito trabalho?
Não acho que seja choradeira a toa não.
Pode não ser o fim do mundo, mas não é barulho a troco de nada.
Um abraço,
Igor
Citação de: Lourival online 15 Setembro 2009 às 11:56:30
Desculpem a ignorância, mas o que é "fazer trust"? ??? ??? ???
É abusar da sua posição privilegiada, do seu poder econômico, para práticas desleais de concorrência, tais como praticar preço excessivo, ou preço muito baixo, ou qualquer outra coisa que possa prejudicar o mercado como um todo e seus consumidores.
Um abraço,
Igor
Ahñ, eu tinha entendido que eles não queriam mais vender o movimento completo. Achei que estava estranho, pois tenho a impressão que a Swatch deve ganhar muito com a venda de movimentos, ou talvez até tanto quanto ganha com a venda de relógios completos.
Se a marca X que comprar o movimento e quiser modifica-lo, realmente e muito mais complicado (e mais caro!) compra-lo pronto do que comprar as peças, modifica-las e então montar tudo.
Citação de: broker online 15 Setembro 2009 às 11:53:45
Citação de: igorschutz online 15 Setembro 2009 às 11:41:26...não quer deixar de vender movimentos ETA, eles querem é deixar de vender ébauches, ou seja, componentes separados, para serem finalizados e montados pelas respectivas empresas consumidoras deste produto.
O SG continuará ofertando e vendendo seus calibres, mas desde que completamente montados e finalizados...
É importante que isto fique claro, e acredito ainda que é "muito barulho por nada", quem vende relógio barato já compra completo e nem põe a mão, e que modifica cobra o relógio tão caro que esta modificação será marginal nos preços...
Concordo totalmente!
Abraços!
Adriano
Citação de: igorschutz online 15 Setembro 2009 às 12:12:45
É abusar da sua posição privilegiada, do seu poder econômico, para práticas desleais de concorrência, tais como praticar preço excessivo, ou preço muito baixo, ou qualquer outra coisa que possa prejudicar o mercado como um todo e seus consumidores.
Um abraço,
Igor
Oi Igor, isso não se chama "dumping" (ou seja lá como se escreve isso)?
Citação de: igorschutz online 15 Setembro 2009 às 12:08:20
Citação de: broker online 15 Setembro 2009 às 11:53:45
É importante que isto fique claro, e acredito ainda que é "muito barulho por nada", quem vende relógio barato já compra completo e nem põe a mão, e que modifica cobra o relógio tão caro que esta modificação será marginal nos preços...
Pior que não, Fernando.
Muitas marcas, muitas mesmo, precisam comprar o ébauche, pois modificam o movimento base.
Quer um exemplo? Oris.
Outros? IWC, Chopard, Victorinox, Chronoswiss, Breitling, Tudor...
Você entregar o movimento pronto, montado e tinindo de novo, atrapalha muito na logística da empresa.
Imagine só você ter que desmontar o movimento, para modificá-lo e depois montá-lo novamente. As chances de ocorrer algum dano nesse processo de desmonte são reais, e isso conta muito no custo final.
E como faz para estocar peças de reposição? Cada empresa terá de comprar o movimento inteiro, desmontá-lo, limpá-lo e armazenar cada componente. Não acha que dá muito trabalho?
Não acho que seja choradeira a toa não.
Pode não ser o fim do mundo, mas não é barulho a troco de nada.
Um abraço,
Igor
Até concordo com o Igor, mas também penso que quero mais que esses caras se virem, no melhor sentido da coisa. Até lamento um pouco por marcas menos luxuosas como Oris e Victorinox. O que não é grande problema, pois a Sellita está aí. Mas os pistolões que se virem para arrumar movimentos, ou fazerem seus próprios. Que aumente o preço. Já acho uma foda o preço de um IWC Mark com ETA dentro. Prefiriria pagar mais, mas ter um movimento in-house ou algo pelo menos mais exclusivo.
Ah, mas e a Sellita? Vai dar conta? Problema deles também. Se eu estivesse lá, quanto mais serviço melhor! Monta outra fábrica.
Eu estou achando tudo isso positivo pois deu uma grande estimulada na produção de novos calibres, novos fornecedores. Desde que as coisas sejam feitas com qualidade e operadas sem sacanagem, acho positivo.
Abraços!
Adriano
Citação de: Lourival online 15 Setembro 2009 às 13:47:12
Oi Igor, isso não se chama "dumping" (ou seja lá como se escreve isso)?
Dumping é subsidiar pesadamente o preço do seu produto, a fim de quebrar a concorrência.
Poderíamos dizer que o dumping poderia se encaixar dentro de trust, mas trust é mais abrangente.
No caso do Swatch Group, a acusação de trust seria que o SG se aproveita do seu poderio econômico para comprar tudo que é fornecedor, e depois ele proíbe que estes fornecedores adquiridos vendam para fora do grupo, prejudicando a concorrência.
Um abraço,
Igor
Citação de: Adriano online 15 Setembro 2009 às 13:48:08
Eu estou achando tudo isso positivo pois deu uma grande estimulada na produção de novos calibres, novos fornecedores. Desde que as coisas sejam feitas com qualidade e operadas sem sacanagem, acho positivo.
É Adriano, aí o ciclo se completa: essa diversidade foi um dos fatores que fizeram os suíços quase quebrarem nos anos 30.
Não fosse a formação de cartéis, como ASUAG, SSIH, UBAH; não fosse a regulamentação do setor pela FH (na verdade a antecessora da FH, que por hora esqueci o nome), hoje estaríamos curtindo uns 7S26 e só, pois só existiram relógios mecânicos suíços milionários.
Um abraço,
Igor
Citação de: igorschutz online 15 Setembro 2009 às 14:05:49
Citação de: Adriano online 15 Setembro 2009 às 13:48:08
Eu estou achando tudo isso positivo pois deu uma grande estimulada na produção de novos calibres, novos fornecedores. Desde que as coisas sejam feitas com qualidade e operadas sem sacanagem, acho positivo.
É Adriano, aí o ciclo se completa: essa diversidade foi um dos fatores que fizeram os suíços quase quebrarem nos anos 30.
Não fosse a formação de cartéis, como ASUAG, SSIH, UBAH; não fosse a regulamentação do setor pela FH (na verdade a antecessora da FH, que por hora esqueci o nome), hoje estaríamos curtindo uns 7S26 e só, pois só existiram relógios mecânicos suíços milionários.
Um abraço,
Igor
Outro tiro que pode sair pela culatra.... eles tem uma capacidade de 5 milhões de movimentos/ano (?) se os outros começarem a desenvolver in-house.. a amortização da capacidade ociosa vai pesar....
O problema é que a solução mais fácil é comprar o movimento pronto e tirar o prejuízo no consumidor ::). Ou seja, O IWC Mark que o Adriano citou vai ficar mais caro ainda.
Mas é Swiss made.
Já estava esqueçendo: Igor, obrigado pelo link 8).
Citação de: igorschutz online 15 Setembro 2009 às 13:51:41
Citação de: Lourival online 15 Setembro 2009 às 13:47:12
Oi Igor, isso não se chama "dumping" (ou seja lá como se escreve isso)?
Dumping é subsidiar pesadamente o preço do seu produto, a fim de quebrar a concorrência.
Poderíamos dizer que o dumping poderia se encaixar dentro de trust, mas trust é mais abrangente.
No caso do Swatch Group, a acusação de trust seria que o SG se aproveita do seu poderio econômico para comprar tudo que é fornecedor, e depois ele proíbe que estes fornecedores adquiridos vendam para fora do grupo, prejudicando a concorrência.
Um abraço,
Igor
Salve!
Em complemento, e usando um exemplo no mundo dos relógios.
"Dumping" foi o que os japoneses fizeram (ou tentaram), décadas atrás, quando vendiam relógios mecânicos completos a preços abaixo dos seus próprios custos.
Eu não me refiro àquela "reviravolta" dos "quartz" que gerou aquela quebradeira toda na indústria suíça, mas algo que ocorreu bem antes.
Na ocasião, o objetivo dos japoneses era mais o de "entrar" em um mercado onde não estavam, e não exatamente o de "quebrar" a concorrência, mas de certa forma aquilo pode ser encarado como "dumping".
Abraços!
Alberto
Dumping não é só feito para quebrar o concorrente.
Citação de: igorschutz online 15 Setembro 2009 às 14:05:49
Citação de: Adriano online 15 Setembro 2009 às 13:48:08
Eu estou achando tudo isso positivo pois deu uma grande estimulada na produção de novos calibres, novos fornecedores. Desde que as coisas sejam feitas com qualidade e operadas sem sacanagem, acho positivo.
É Adriano, aí o ciclo se completa: essa diversidade foi um dos fatores que fizeram os suíços quase quebrarem nos anos 30.
Não fosse a formação de cartéis, como ASUAG, SSIH, UBAH; não fosse a regulamentação do setor pela FH (na verdade a antecessora da FH, que por hora esqueci o nome), hoje estaríamos curtindo uns 7S26 e só, pois só existiram relógios mecânicos suíços milionários.
Um abraço,
Igor
Entendo... :-[
Abraços!
Adriano