http://www.hodinkee.com/blog/2012/4/18/hands-on-with-a-breguet-resonance-watch-the-world-didnt-know.html
Daniels nunca deixou de afirmar que sua inspiração havia sido Breguet, pelo senso de estética, que se refletia na simetria de mostradores e pontes do movimento. Não há nada melhor do que isso...Impressionante!
Flávio
Lindo relógio... maravilha da engenharia relojoeira!!!
Abraço
Paulo Sergio
Flávio; interessantíssimo relógio.
Só fiquei com uma duvida.
Pelo que entendi são dois mecanismos "independentes", mas se interagem por ressonância, conseguindo uma espécie de "frequência de batimento".
Concretamente alguém entendeu como funciona? Como é feita esta interação?
Um forte abraço.
Renato
Uma review do Paul Journe com o mesmo sistema:
http://www.thepurists.net/Patrons/members/felipe/ResonanceReview/Review.html
Vale a pena traduzir no google, quem não lê em inglês.
Curiosidade: Breguet fez alguns poucos relógios de chão, reguladores de precisão. Se não me falha a memória, uns 7 tinham dois pêndulos "ressonantes".
O princípio é fazer com que, pela ressonância, cada balanço "auxilie" o outro e, ocorrendo a alteração de frequência de um, esta seja compensada pelo outro. Na teoria, é como se os erros fossem "divididos" por dois, para aumentar a precisão.
Flávio
Flávio, um belo review, mas continuo com a dúvida.
Por favor, vejam se estou pensando certo, ou como diria o apresentador Datena; "me ajuda aí ô"!!
Primeiro, são dois relógios independentes, com dois tambores de corda, dois balanços, duas rodas de escape, etc...segundo, não há ligação (mecânica e magnética) entre os dois mecanismos.
Terceiro, a descrição do autor do "review" diz que praticamente não há variação entre os dois relógios, mas acho que isto decorre do fato dos dois relógios partilharem sempre da mesma posição, temperatura e carga da corda (note-se que os dois tambores carregam ao mesmo tempo) assim os erros incidem "igualmente".
Quarto, para haver este "auxílio" deveria haver alguma aceleração do outro talvez por um acoplamento magnético, não sei.
Quinto, e agora a dúvida, como que existe ressonância (fenômeno de interação entre ondas a grosso modo) entre os balanços? Seria pela vibração?
De qualquer forma lhe agradeço Flávio.
Um abraço.
Renato
Cara, não precisa haver interação no sentido estrito da palavra (conexão) física. O fenômeno da ressonância parece coisa do Capeta, mas acontece! Tenho um livro aqui onde Breguet, após criar seu relógio de pêndulo à ressonância, fez as seguintes observações (tradução livre):
"Eu conduzi vários experimentos e descobri que quando um relógio (nota minha: o pêndulo de um dos relógios) era parado, ele se reiniciava por influência do outro".
Eu não sou físico por formação e, confesso, sei o princípio básico da ressonância, mas ele me parece realmente coisa tão do Capeta que é difícil acreditar!
Os colegas engenheiros talvez saibam dar uma explicação fácil de entender para todos. Eu só sei que ocorre. Nós, inclusive, discutimos isso aqui, quando citei um programa Caçadores de Mito sobre o Tesla, sendo que os cabras do show haviam conseguido VIBRAR UMA PONTE INTEIRA usando um compressor de ar ridículo, de tamanho ridículo! Lembram-se?
Sobre os relógios de pêndulo duplos, triplos, etc, bom artigo aqui:
http://www.tempered-online.com/curtis/doublependulumclocks.pdf
O do Haldiman eu vi em funcionamento em La Chaux de Fonds.
Flávio
Saiu o resultado. Bem mais do que esperado e comprado pelo próprio Swatch Group:
http://news.watchprosite.com/?show=forumpost&ti=792078&fi=112&s=0
Fláviio
Citação de: flavio online 15 Maio 2012 às 23:59:17
Cara, não precisa haver interação no sentido estrito da palavra (conexão) física. O fenômeno da ressonância parece coisa do Capeta, mas acontece! Tenho um livro aqui onde Breguet, após criar seu relógio de pêndulo à ressonância, fez as seguintes observações (tradução livre):
"Eu conduzi vários experimentos e descobri que quando um relógio (nota minha: o pêndulo de um dos relógios) era parado, ele se reiniciava por influência do outro".
Eu não sou físico por formação e, confesso, sei o princípio básico da ressonância, mas ele me parece realmente coisa tão do Capeta que é difícil acreditar!
Oi Flávio, acho que existe sim uma conexão ... a base do relógio, sua caixa, etc ... li isto num post do "Tempered" onde o David Walter comenta este problema ... acho que foi neste tópico ... http://tempered-online.com/forums/viewtopic.php?p=3123 (http://tempered-online.com/forums/viewtopic.php?p=3123).
Não sei se foi neste tópico mas já li que este fenômeno acontece em relógios de coluna que são "porcamente" apoiados ... os caras chamavam isto de Thursday Bug ou coisa que o valha ... era quando o povo dava corda nos relógios de coluna no sábado ... até quinta o peso ficava mais ou menos da altura do pêndulo ... o suficiente para interagir com o danado e parar o relógio! O relógio ia balançando uma merrequinha que nem dá pra ver mas é o bastante pra provocar a ressonância!
Eu tenho um PDF deste artigo ... caso você não o encontre neste post, me avise que mando pra você.
Lourival
Não é isso. O que acontece com relógios de pêndulo de precisão é o seguinte. Normalmente, possuem corda para oito dias. Na metade dos dias, o peso que imprime o movimento acaba ficando "colado", lado a lado com o pêndulo. Lá pelas tantas, o pêndulo começa a reagir POR RESSONÂNCIA, TRANSFERINDO ENERGIA ao peso, e começa a perder amplitude. Mas tudo isso SEM INTERAÇÃO ALGUMA. Eu sei que é difícil de acreditar, mas o princípio é o mesmo das ondas magnéticas. Você pode transferir energia através do ar, sem contato algum entre coisa nenhuma. O princípio do rádio é este. Aliás, existem sistemas de bateria atuais que se carregam "pelo ar". Ou seja, havendo um sistema oscilatório, a energia dele será transferida para outro. O difícil é acreditar em algo que não é palpável (por isso acho a Engenharia Elétrica tão doida, meu pai sempre me contava coisas e, para o mortal da área de humanas como eu, difícil de acreditar).
Em síntese, não há contato algum entre as peças. A energia do sistema é transferida "pelo ar".
Voltando aos relógios reguladores: vocês acham que os pesos nos relógios "pica grossa" caem atrás das caixas, protegidos por anteparos e, na pior das hipóteses, para o lado, bem afastado do pêndulo, por quê? Para evitar ressonância.
Resumindo, é coisa do Capeta.
Flávio
Sai pra lá, capeta .... disafasta Belzebu ;D ;D ;D ;D ;D ;D
Rapaz, não acho que seja isto não ... dá uma lida no tal artigo do David Walter! Se achar, te mando! ;)
É isso, vai por mim. Isso é bem explicado no terceiro volume da "saga" sobre relógios de pêndulo de precisão, Precision Pendulum Clocks from France, Germany, America and Recent Developments".
Flávio
Olha aqui o trecho do tal artigo:
"Resonance was recognized by Galileo Galilei in 1602 in
his investigations of pendulums. It occurs when two
pendulums of the same frequency swing in the same
plane suspended from the same non-rigid mounting
frame. Every clockmaker knows that two pendulums
mounted near each other in the same plane can interfere, causing one or both of them to
stop. If the clock is on a soft floor, energy from the swinging pendulum can be transferred
to the weight causing the clock to stop and leaving the weight swinging wildly. The
classic example of the phenomenon is known as the "Thursday effect". (So named
because clocks are usually wound on the weekend, and by Thursday the weight has fallen
to the point at which its period of swing is the same as the pendulum.)"
Como faço pra mandar o PDF deste artigo pro site?
Acho que tenho seu email ... vou mandar para ele e vc libera se for o caso
Abração
Lourival
Flávio, mandei pro seu email ...
Caros amigos Flávio e Lourival muitíssimo obrigado.
Acho que o Lourival confirmou o que pensava, ao citar o artigo afirmando: "from the same non-rigid mounting frame." Daí decorre a conexão que estava faltando.
Agora preciso somente ver naquele Breguet como que eles são presos vez que usam incabloc.
Só mais uma coisinha sem querer abusar da boa vontade dos amigos.
Se for incômodo desconsidere.
Lourival, por grandiosa generosidade, você poderia me passar este artigo?
Gostei muito destas informações.
Um abraço.
Renato
Li e ainda fui direto à primeira fonte, o The Art of Breguet, que tenho. No próprio excerto de texto, não há conexão, no sentido estrito do termo, entre os dois pêndulos. Eles estão conectados às mesmas platinas, assim como o meu computador, dando um exemplo, está conectado à minha mesa. Eles não estão de fato "conectados" por um mecanismo mecânico. Isso é claro nos relógios de duplo pêndulo. Aliás, nem a suspensão é a mesma! Nem poderia, é claro. O que diz o excerto de texto é que ambas as suspensões (a tira metálica que suporta o pêndulo completo) estão fixas no mesmo suporte, mas repito, NÃO CONECTADAS uma à outra.
Mas sim. Há um erro na minha explicação. A vibração de um dos pêndulos, que é transmitida por todo o movimento, "passa" para o outro pela suspensão. Mas não porque haja conexão, mas porque um dos pêndulos vibrando, vibra tudo que está ao seu redor. E é por isso que ambos devem ser ajustados em fase e anti-fase.
Resumindo. Não há conexão, entenda-se, aparato algum conectando os pêndulos, como um eixo, diferencial ou o que quer que o valha. Mas sim, errei ao dizer que a vibração era transmitida pela simples proximidade, pêndulo a pêndulo. Não, a vibração é transmitida porque já foi levada a todo sistema.
Mas há um dado fora do contexto no excerto citado. Não é necessário um chão macio, pelo contrário. Reguladores sempre foram CHUMBADOS em blocos de pedra, às vezes pesando toneladas, justamente para que vibrações externas (passos, trepidações, etc) não se transmitissem para o pêndulo e, também pelo fenômeno da ressonância, atrapalhassem a frequência de oscilação.
Por isso, então, seja o pêndulo ou o balanço devem ser colocados o mais próximo póssivel: para que a frequência de um vibrando TODO sistema influencie o outro.
Errei ao dizer que, como uma onda eletromagnética, as vibrações de um pêndulo se transmitiam ao outro. No entanto, afirmo agora, depois de analisar melhor os sistemas, que não há conexão mecânica alguma proposital com o fim de propiciar a influência de um pêndulo (ou balanço) sobre o outro. Há apenas proximidade porque, justamente, as vibrações são tão ínfimas que, se tudo não estivesse muito próximo, não teria como influenciar o troço.
Tomando de empréstimo o exemplo do caçadores de mito que citei e achei aqui, em inglês:
http://www.youtube.com/watch?v=jUy2HYoUd6M
é possível perceber que a conexão entre o aparato criado pelos caçadores de mito, tirando o fato de estar parafusado na ponte, não existe! O que faz a ponte vibrar é simplesmente a transmissão da frequência de oscilação do troço para a ponte, que também tem uma frequência de oscilação natural.
Enfim, os conceitos são difíceis para mim, que não tenho formação teórica na área, mas posso assegurar: não há conexão alguma mecânica, a não ser o fato de ambos os pêndulos estarem ligados na mesma platina, entre um e outro. As suspensões são completamente diferentes.
Os Engenheiros foristas poderiam ajudar a desenvolver a questão, por favor.
Flávio
Parabens Flávio, para que engenheiros, você tá bão demais!!! (Desculpe-me os engenheiros)
O nosso problema está na palavra conexão. O que eu quiz dizer é que de algum modo a frequência tem de passar, como você muito bem encontrou.
Agora naquele movimento original não vejo isto ocorrer e daí que veio a minha dúvida.
Quanto a ressonância esta é interação dos fenômenos ondulatórios.
Imagine colocar duas ondas (senóides) perfeitamente iguais e com fases casadas(altos e baixos nos mesmos locais)somadas ocorre o dobro da altura da onda, veja ALTURA e não FREQUENCIA.
Assim, quando há ressonância significa que as ondas somam-se nas suas amplitudes até o colapso do sistema. Na ponte a onda vai ficando maior até quebrar.
O fenomeno é mais ou menos este. O que não encontrei foi a ligação que permite a passagem das ondas (sem que as ondas se encontrem fica inviável) naquele relógio do leilão, acho que os balanços estão separados para ocorrer ressonância.
Mas vamos aguardar um expert no assunto para dar um parecer.
P.S. Flávio, teria como me passar apenas o trechinho deste livro do Breguet, por favor?
Um abraço.
Renato
Renato, são 4 páginas! Vou ver se levo para o trampo amanhã, escaneio e posto em algum lugar (não tenho scanner em casa). Não sei se dará para ler, querem? Há inclusive uma página inteira (repetida no livro Precision Pendulum Clocks) que foi escrita pelo próprio Breguet, indicando suas conclusões sobre o sistema. Mas é sobre o relógio de pêndulo, não sobre o que foi vendido. Serve?
Flávio
"Li e ainda fui direto à primeira fonte, o The Art of Breguet, que tenho. No próprio excerto de texto, não há conexão, no sentido estrito do termo, entre os dois pêndulos. Eles estão conectados às mesmas platinas, assim como o meu computador, dando um exemplo, está conectado à minha mesa. Eles não estão de fato "conectados" por um mecanismo mecânico. Isso é claro nos relógios de duplo pêndulo. Aliás, nem a suspensão é a mesma! Nem poderia, é claro. O que diz o excerto de texto é que ambas as suspensões (a tira metálica que suporta o pêndulo completo) estão fixas no mesmo suporte, mas repito, NÃO CONECTADAS uma à outra."
-=-=-=-=-=-=-=-=-=-==-=-=-=-=-=-=-
É isso Flávio! Esta é a conexão entre eles!!! ;)
Se ambos estão "pendurados" no mesmo suporte, é por ai que está sendo transmitida a energia de um pêndulo pro outro!
O lance do "chão macio" é outra coisa ... segundo entendi, as pequenas vibrações são também transmitidas para a caixa que, por falta de apoio adequado, também vibra e que, neste caso, transmite a energia para o peso que entra em ressonância com o pêndulo ocasionando a parada do relógio!
Num tem capetice nenhuma nesse trem não ... :D :D :D ... Belzebu num trisca com física não, sô!
Abração pra você, ah ... também quero ler esse troço do Breguet ... manda pra mim também?
Lourival
PS> Renato, me mande seu email por MP pra eu te mandar o artigo.
Ah Flávio, so me lembrei agora deste exemplo ...
Esta sua frase " Eles estão conectados às mesmas platinas, assim como o meu computador, dando um exemplo, está conectado à minha mesa." representa super bem o que quero dizer ... lembra dos velhos toca-discos que, quando estavam tocando algum "bolachão", se você batesse na mesa com um tiquinho mais de força, a agulha pulava? Pois é ... é a energia da sua porrada sendo transmitida pela CONEXÃO toca-disco_ mesa (ou interface mesa-tocadisco!) ;) Igualzinho lá! 8)
Não estou em casa e, portanto, não sei o login nem senha do servidor daqui para lançar o arquivo que fiz em PDF. Relendo o livro, vi que também é abordado o relógio de bolso a ressonância. O princípio é o mesmo: as vibrações do balanço se transmitem via platina, que é compartilhada entre os dois movimentos. São dez páginas. Se alguém puder lançar em algum servidor, mando o arquivo PDF agora. Caso contrário, terei que chegar em casa.
Flávio
Citação de: flavio online 17 Maio 2012 às 15:08:41
Não estou em casa e, portanto, não sei o login nem senha do servidor daqui para lançar o arquivo que fiz em PDF.Se alguém puder lançar em algum servidor, mando o arquivo PDF agora. Caso contrário, terei que chegar em casa.
Oi Flávio,
por favor, aproveita e põe lá também o primeiro artigo que te mandei ... sobre o relógio do David Walter.
Abraço,
Lourival
Peço ajuda aos universitários, porque falho o que pretendia fazer. Eu simplesmente joguei o arquivo para via FTP para o host do site Relógios Mecânicos e, como se fosse uma página html, ele apareceria. Mas isso não ocorreu. O que tenho que fazer? E me digam hoje, porque final de semana minha cabeça vai para outro lugar... ;)
Flávio
Citação de: flavio online 17 Maio 2012 às 19:08:05
Peço ajuda aos universitários, porque falho o que pretendia fazer. Eu simplesmente joguei o arquivo para via FTP para o host do site Relógios Mecânicos e, como se fosse uma página html, ele apareceria. Mas isso não ocorreu. O que tenho que fazer? E me digam hoje, porque final de semana minha cabeça vai para outro lugar... ;)
Rapaz, acho que não tem jeito de fazer isto aqui não ... participo de outros foruns que possuem área de "download", onde um participante faz upload do arquivo pra esta área e pronto ... tá disponível pra todo mundo ... mas aqui eu acho que não tem isso.
Você teria que escolher um trem do tipo "http://www.whereweshare.com/" - acho que é isto ... procure no Google por sites de "compartilhamento de documentos" ... esse que eu postei é um dos mais famosos ... você cria conta lá, manda o artigo e coloca o link aqui ... como se faz com fotos. Bem, eu
ACHO QUE É ISSO! ;D ;D ;D
Quando chegar no serviço, dou uma olhada rápida e posto aqui ... isto é, caso nenhum outro colega o faça antes!
Abraços,
Lourival
Oi Flávio,
estou tentando um troço com o Google Drive pra ver se dá certo ... em princípio sim, pelo menos comigo deu! Agora, como sou o "dono da conta", quero somente tentar com algum outro usuário pra ver se está tudo certo.
Pra isso criei o tópico " Teste de compartilhamento de arquivos PDF" para que os colegas tentem o download e se tudo der certo mande seu arquivo pra mim por email que eu coloco lá também.
Abração
Lourival
Bom dia pessoal,
fiz um teste com o Google Drive e, segundo os colegas Cosentino e Júlio, funcionou sem problemas, então aqui vão dois artigos sobre ressonância de relógios de pêndulo duplo.
O primeiro deles, o "double_pend_clock.pdf" é de um relojoeiro australiano radicado nos EUA que faz relógios de pêndulo e, recentemente fez um baseado nos moldes do que Breguet fez ... neste artigo ele descreve o funcionamento ...
O segundo, "double pendulum resonance.pdf" já é um artigo bem mais técnico sobre ressonância de dois pêndulos ... matemática pura e pesada ... pra quem quiser, é claro ;)
Estou aguardando o Xerife Flávio me mandar o dele pra eu disponibilizar lá também 8)
Abraço a todos,
Lourival
O link pros dois artigos é esse: "https://docs.google.com/open?id=0BxcwvZ5ahRwRa2lNdDJlRklEdEk"
ué....o link é apenas a propaganda.
será que estou fazendo algo errado?
abraços.
Citação de: Paulistano online 18 Maio 2012 às 12:17:50
ué....o link é apenas a propaganda.
será que estou fazendo algo errado?
Olá Paulistano, como foi você fez? CLicou no link ou copiou e colou num browser?
link 100% ;)
Salve, amigos!
Apenas dois "minduins", do universitário aqui...
1) Sem capetices.
O que ocorre é que a conexão pode não ser óbvia (visível - algo palpável como uma haste ou algo assim) mas que ela existe, existe!
2) Podem crer.
Como "las bujas"... (do Cervantes... ;))
...qui las hay, las hay!
Muito interessante o tema.
Grato pelo link, Lourival! (que eu acesso sem problemas)
Abraços a todos!
Alberto
Bom dia a todos,
a pedido do Xerife Flávio, acabo de colocar lá no link o trecho do livro que ele digitalizou sobre o funcionamento da ressonância.
O link está aqui: https://docs.google.com/open?id=0BxcwvZ5ahRwRa2lNdDJlRklEdEk (https://docs.google.com/open?id=0BxcwvZ5ahRwRa2lNdDJlRklEdEk)
Abraços a todos,
Lourival
Gostaria, ainda, de deixar algo explicado. Lourival mostrou-se temeroso com a publicação do excerto de texto já que, apesar de este livro ser ultra raro e difícil de ser encontrado, ainda que no catálogo, tem direitos autorais. Aí retornamos àquela antiga discussão que já houve aqui...O objetivo do fórum sempre foi a difusão de conhecimentos e, claro, nunca colocaríamos (colocaria) um texto inteiro em clara violação de direito autoral para todos. Mas um excerto de 7 páginas, para ilustrar um tópico complexo e pouco explorado? Eu não vi problemas, achei adequado. Afinal, o livro tem umas 400 páginas, a reprodução diz respeito apenas ao tópico ressaltado.
Flávio
Salve!
Perfeito.
Muito bem colocado e decidido, Flávio.
No princípio, eu também pensei algo assim, uma possível violação de direitos e tal.
Depois, quando ele fez aquele teste de postagem, eu vi do que se tratava e também "desencanei".
É quase como se fosse uma "citação", quardadas as proporções, quase como se fosse na linha de uma "sinopse".
Inclusive com a citação da fonte.
Abraços a todos!
Alberto
Flávio, desculpe-me por não responder antes, mas estou com muito trabalho!!!!
Mas muitíssimo obrigado por disponibilizar o artigo. Ainda não li inteiro, mas gostei muito.
Obrigado
Renato
Desenterrei o tópico porque, faz umas duas semanas, comecei a ler o livro The Art of Breguet, que havia comprado há anos, mas estava aguardando "tempo" para si.
Pois bem. Passei pelo assunto hoje. Breguet, como é notório (na verdade não é notório, todos acham que ele construía seus relógios, o que não é verdade. Breguet era arquiteto e raramente, para não dizer nunca, punha a mão na massa, a não ser em modelos experimentais), não colocava a mão na massa. No caso do primeiro relógio a ressonância, porém, ele colocou. E sobreviveram os escritos dele, redigidos pelo próprio, explicando o que queria.
Ele desconfiava que as vibrações do balanço se transmitiam à platina por vibração das partículas que compunham o material. Pensou, então, que se conseguisse juntar dois relógios em um só, unidos pela mesma platina, mas com balanços vibrando em sentido contrário, conseguiria anular ou compensar os erros de frequência de cada um deles.
Para tanto, passou a usar balanços SEM REGULADOR, algo que ele não fazia, justamente porque acreditava que, deste modo, as vibrações seriam transferidas mais facilmente através da platina. A questão de os balanços serem colocados próximos um dos outros tinha muito mais a ver com a preocupação dele com arrasto aerodinâmico do que "melhor transferência das vibrações". No caso do protótipo, o balanço podia ser movido para mais próximo ou distante do outro. Ele queria descobrir se o arrasto de um influenciava o outro e, quanto mais próximo, segundo ele pensava, menor a turbulência. Aliás, Breguet chegou a experimentar neste mesmo protótipo com balanços totalmente cobertos, fechados (igual a uma roda de bicicleta de contra relógio), para reduzir o arrasto e, assim, eliminar no estudo as variáveis que não fossem apenas a influência de um balanço ao outro pela vibração transferida através da platina.
Ele diz que obteve sucesso, tanto é que um relógio feito, segundo afirmado pelo seu dono, não havia apresentado variação alguma em 3 meses!
Diz Breguet que vários modelos, depois do protótipo, foram construídos, mas Daniels afirma que, salvo engano, apenas dois sobreviveram (não estou com o livro em mãos, escrevo "de memória").
O que tem me impressionado na leitura do livro, além do gênio de Breguet para imaginar coisas (ele era um arquiteto, seus relojoeiros que se virassem para colocar em prática suas idéias), é o preço dos seus relógios, na época. Caras, fiz uma conta meio tabajara...Segundo Daniels, na época de Breguet (1790 a 1820), o franco valia um décimo da libra. Ou seja, 1000 francos seriam 100 libras. Lembrem-se, porém, que 10 mil libras - o prêmio que Harrison recebeu na época- valeriam hoje 12 milhões de dólares. Arredondemos para 10. O relógio mais barato de Breguet, os Souscription, custavam de 700 a 1000 francos! Esses a ressonância, na época, custavam cerca de 5000, ou 500 libras!
Façam as contas! Não é de se estranhar que os Breguet, na época, tenham pertencido a "barões". Os relógios podiam chegar a custar centenas de milhares de dólares na cotação atual, mais caros do que os atuais Breguet!
A título de curiosidade, o Maria Antonieta é citado no livro e há registro completo da sua fabricação. Custou 18 mil francos. 18 mil! No final do século XIX, foi vendido a um colecionador inglês por 850 libras. Não sei quanto valia uma libra no final do século, mas para algo "colecionável" vendido não tantos anos após sua fabricação, pareceu-me também uma paulada.
Flávio
Algumas fotos que saíram hoje no Hodinkee do modelo do Journe em titânio. Ei, só para constar: um relógio desses em ouro já apareceu para ser empenhado pela Caixa no Brasil, mas aparentava defeito.
http://www.hodinkee.com/blog/just-because-one-of-twelve-fp-journe-chronometre-a-resonance-in-titanium-and-pink-gold
Flávio
Muito legal a desenterrada de tópico Flavio e tb o artigo sobre o FP Journe a ressonância.
Aprendi muito!
Eu também! Veja a evolução do tópico. Só depois da discussão o assunto foi desvendado, pois mesmo eu que o lançara estava falando besteira. Flávio
Realmente amigos, este tópico foi sensacional, ainda mais com as postagens do Flávio e Lourival; muito esclarecedoras. Vejam, que chegamos inclusive na questão que pelo jeito foi o âmago do projeto do Breguet, a qual o Flávio achou na ponderação no livro "The Art of Breguet". Ou seja, talvez, nos juntamente tivemos a mesma idéia e suas vicissitudes do próprio Breguet a centenas de anos. Sensacional!!!!
Quanto ao Journe, é um espetáculo a parte e poderiam empenhar, penhorar para os menos iniciados, aqui em casa sem nenhum problema. Diga-se de passagem dar em penhor um relógio destes, digamos causa estranhesa, no mímino. Poderia até ser guardar no cofre ou tê-lo penhorado (em execução) mas dar em penhor.
Um abraço.
Renato
Citação de: rpaoliello online 28 Dezembro 2013 às 10:16:11
(...)
Quanto ao Journe, é um espetáculo a parte e poderiam empenhar, penhorar para os menos iniciados, aqui em casa sem nenhum problema. Diga-se de passagem dar em penhor um relógio destes, digamos causa estranhesa, no mímino. Poderia até ser guardar no cofre ou tê-lo penhorado (em execução) mas dar em penhor.
Um abraço.
Renato
Às vezes, no desespero financeiro, as pessoas fazem coisas que nem sequer acreditamos, por mais estranho que pareça a quem vê do lado de fora. E alguém acaba sempre ganhando... Talvez isso tenha acontecido neste caso.