Relógios Mecânicos

Espaço de discussões => Fórum principal => Tópico iniciado por: flávio em 23 Junho 2022 às 13:24:00

Título: Jean Claude Biver e a Hublot (última parte).
Enviado por: flávio em 23 Junho 2022 às 13:24:00
3o e último post que coloquei no Insta sobre Biver:

Em 1992, quando Jean Claude Biver assumiu a Omega após vender a Blancpain, sua estratégia de marketing estava totalmente obsoleta. A marca, outrora maior em prestígio e número de vendas que sua concorrente direta, a Rolex, atuava de forma desorganizada e sem foco. Biver, tendo recebido “carta branca” de Hayek, determinou que o número de produtos da marca deveria ser reduzido, a qualidade incrementada, e cada linha vinculada à imagem de um “embaixador” facilmente reconhecido pelos novos consumidores que voltavam a apreciar relógios mecânicos. Com uma negociação agressiva, Biver conseguiu que James Bond passasse a utilizar os modelos Seamaster; Cindy Crawford, a modelo mais bem paga da época, tornou-se embaixadora da linha Constellation; Michael Schumacher encampou a linha Speedmaster; e finalmente, a marca reinventou o ícone “Moonwatch”, através de maciça campanha saudosista, que relembrava as conquistas espaciais. A principal mudança de mentalidade, no entanto, foi a busca por novos mercados, normalmente deixados em segundo plano pelas concorrentes: a Omega passou a investir maciçamente na China e Índia.
Em 1999, os lucros da Omega haviam passado de 370 milhões de francos para 1 bilhão…
Nesta época, porém, Biver contraiu legionelose e resolveu deixar a Omega. Alguns anos mais tarde, em 2004, Carlo Crocco, dono da Hublot e também representante Blancpain para a Itália, o procurou. Crocco pediu ajuda a Biver, eis que as vendas da Hublot encontravam-se estagnadas. Biver perguntou-lhe: qual a mensagem da sua marca? Bem… Fazemos um relógio em ouro com pulseira em borracha e sua caixa lembra a escotilha de um iate. Biver o repreendeu e disse: isso é a descrição do produto, algo que uma criança pode fazer. O conceito, confie em mim, não é este… Raciocine comigo… Na Terra existem árvores e no seu subsolo ouro. Mas ouro e borracha, que se retira das árvores, nunca se juntaram. Você, Carlo Crocco, criou a “Arte da Fusão” na relojoaria, ao unir materiais que só estavam juntos no “Big Bang”! Temos um conceito e sua marca o seguirá a partir de agora. Em 2005, o revolucionário modelo criado por Biver e Hublot, chamado “Big Bang”, ganhou o prêmio “Oscar” da relojoaria, o GPHG.





Acrescento algo que não teve espaço no Insta. A inspiração para desenvolver o BIG BANG veio do Porsche 911. Biver reuniu-se com os projetistas, pegou o modelo atual de cronógrafos que a marca oferecia e disse: imaginemos que isso é um 911. Todo ano a Porsche muda o design, mantendo seu DNA. Agora esqueçam tudo que fizeram no passado e voltemos a 1980, quando o primeiro Hublot foi lançado. Vocês irão me mostrar um modelo diferente evoluindo, ano após ano, com as características de época, até chegarmos nos dias atuais. Quero um modelo por ano, até chegarmos em 2005.

E o que projetaram foi o Big Bang, que no fundo é semelhante aos cronos que a marca oferecia na época, mas com um tamanho maior e com caixa mais elaborada.



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