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Em síntese, não é que o serviço público no Brasil seja ruim, todo o serviço no Brasil, seja público ou privado, é ruim. Nossa base educacional é ruim e isso, por si só, já diz muita coisa. E não adianta dizer que o serviço privado é ruim porque o Estado assim o torna, isso é tapar o Sol com a peneira, é não olhar para o próprio umbigo e dizer que negócios também não vão para frente - e isso diz respeito à maioria -, não por conta de burocracia estatal, mas simples e corriqueira incompetência do empresário. Se assim não fosse, empresas nos Estados Unidos sequer iriam à falência, eis que o ambiente mais liberal que se pode encontrar no planeta. E empresas nos EUA vão à falência todos os dias...
Nós temos sim, portanto, não serviço público ruim no Brasil, mas SERVIÇOS ruins em geral no país. As mesmas ilhas de excelência que existem na iniciativa privada também existem no serviço público, assim como as porcarias de um lado e de outro.
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Trabalhei em ambos e digo que há ótimos profissionais em ambos. O problema é que os maus profissionais, em ambos, são muitos e em muitos dos ramos.
A questão é que depois que não é mais nosso, citando por exemplo as operadoras de telefonia (que prestam um péssimo serviço), pode-se cometer atrocidades de todo jeito que passa por um crivo bem menor do que se fosse do estado.
O discurso que deve-se ceder inclusive setores estratégicos como de energia (elétrica e petróleo) para a iniciativa privada muitas vezes destoa quando algumas fatias caem, por exemplo, na mão da norueguesa
StateOil, no ramo de petróleo ou de uma
State Grid chinesa, no ramo de eletricidade, sendo esta última a maior empresa do ramo mundialmente e ambas estatais.
Eu diria que o problema não é o dono mas o
olho do dono, se é que me fiz entender.
Ah vá, vocês estão reclamando de barriga cheia por se sentirem afetados por comentários diretos ou indiretos sobre suas profissões ou sobre o ramo que atuam. Experimentem trabalhar em assistência técnica de relógio e participar de um fórum de relógios, que vão ver o que é falarem mal e generalizarem sua profissão. Aí você tenta justificar com algo como "mas eu faço meu trabalho direito" ou "eu escolhi trabalhar com isso" ou "eu sou apaixonado", mas mesmo assim você encontra dia sim dia não uma crítica ao seu trabalho, sua profissão, seu ramo. E percebe que não há trabalho bem feito que faça mudar a opinião alheia. É ruim quando é com a gente né?
Abraços!
Adriano
Quanto a essa fala do Adriano, disse tudo...
Abraços.