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Tópicos - flávio

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Pierre Yves Donze, que dispensa apresentações, lançou semana passada um livro sobre a Rolex e que, pasme, tem o aval da própria marca, que normalmente é bem secreta nessas coisas.

Sairá em inglês também no futuro. Vejam

https://coron.et/new-1minute-reads/rolex-fabrique-du-temps-book-donze

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Fórum principal / Estudo sobre a indústria suíça 2023 - parte final
« Online: 28 Março 2024 às 13:12:38 »
Encerrando a análise do estudo da Morgan Stanley sobre o mercado suíço em 2023, é importante ressaltar o desempenho da Omega, que pela primeira vez foi desbancada no ranking de faturamento pela Cartier. A Omega, com um desempenho 4% maior do que 2022, alcançou 2,6 bilhões de francos em faturamento, ao comercializar 570 mil relógios. A estratégia atual da marca é tentar uma maior penetração das linhas Seamaster e Speedmaster na China, da qual seu faturamento depende em 29%: a linha da Omega com maior número de produtos vendidos no oriente é a Constellation. O sucesso da Cartier, com 3,1 bilhões em faturamento (+8% e 660 mil relógios vendidos), deve-se a uma linha composta majoritariamente por produtos icônicos, além da excelente penetração no mercado feminino. Aliás, se as joias vendidas pela Cartier forem computadas, seu faturamento atinge a cifra dos 10,7 bilhões de francos. O sucesso da Hermès também pode ser explicado pelo grande interesse do público feminino, sobretudo chinês e coreano, que enxergam na marca a epítome do status. A obsessão das mulheres chinesas e coreanas por bolsas de grife é a mola propulsora deste crescimento, uma vez que a aquisição de tais itens normalmente é feita através da “venda casada” com relógios. A Breitling, exemplo de gestão na indústria, também passou a focar o público feminino, que hoje representa 20% de suas vendas: a contratação de Charlize Theron e Victoria Beckham como embaixadoras da marca é um exemplo disto. Finalmente, 2023 já é considerado o ano dos relojoeiros independentes, que pela primeira vez figuraram na lista das 50 empresas com maior faturamento, muito embora com participação global no mercado risível, se comparados aos grandes grupos (FP Journe faturou 98 milhões, com 37º lugar na lista; Moser 91 milhões, 38º lugar; Greubel Forsey 50 milhões, 49º lugar). Os estudos anuais da Morgan Stanley sobre o mercado costumam ser criticados pela falta de transparência na coleta de dados e conclusões baseadas em suposições. Aliás, o Swatch Group manifestou-se recentemente no sentido de os dados estarem equivocados. De qualquer maneira, prestam-se à discussão de uma indústria tão complexa como a dos relógios suíços.



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Fórum principal / Indústria suíça em 2023 parte 3
« Online: 25 Março 2024 às 17:44:42 »
Além de uma visão global da indústria, o estudo publicado ano a ano pela Morgan Stanley também costuma analisar individualmente as marcas mais relevantes. Afinal, das 350 marcas existentes, apenas Rolex, Cartier, Omega e Patek, juntas, dominam 50% do mercado (as 25 empresas com maior faturamento representam 90% do mercado). Entre as marcas, a Rolex é a indiscutível líder: seu faturamento é maior do que o das outras 5 maiores marcas em conjunto! A tendência é que a Rolex, que possuía toda sua distribuição realizada através de terceirizados, passe a atuar de forma mista: a aquisição da Bucherer, que pode vir a gerar cerca de 7.5% do faturamento da marca no curto prazo, é um exemplo. Se a Rolex possuísse, a exemplo da Richard Mille, um canal de distribuição integrado através de boutiques próprias, seu faturamento seria muito maior, na casa dos 15 bilhões de francos. A Richard Mille, aliás, é o maior caso de sucesso da história da relojoaria, com margens de lucro de cerca de 50%, sem paralelo na indústria do luxo. Com um crescimento de 18% em 2023, nas palavras da Morgan Stanley, a marca está num “círculo virtuoso no qual a lucratividade aumenta desproporcionalmente ao número de produtos vendidos, que é relativamente estável (cerca de 5500 relógios por ano)”. Na “tríade sagrada” da relojoaria suíça, a Patek incrementou seu faturamento em 14%, impulsionada pelo maior controle dos seus canais de venda (descredenciamento de vários revendedores) e encerramento da produção de modelos, com relançamento posterior com alguma “inovação” a justificar o constante aumento de preços. A Audemars Piguet também reduziu drasticamente seus pontos de venda (de 470 para 81) e em apenas 10 anos quadruplicou seu faturamento. Vacheron Constantin ultrapassou, pela primeira vez, 1 bilhão de francos em faturamento (+18%), certamente impulsionada pela grande procura pelos relógios das suas concorrentes diretas, AP e Patek. Resta saber se este crescimento será constante, uma vez que seus produtos costumam não reter valor no mercado secundário, o que impacta o desejo do consumidor em adquirir o bem.




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Fórum principal / Indústria suíça em 2023 - parte 2
« Online: 22 Março 2024 às 16:00:01 »
Conforme ressaltado na postagem anterior, a indústria suíça de relógios caracteriza-se pela concentração. Os 4 maiores conglomerados suíços, com efeito, dominam 75% do mercado: Rolex com 31,9%, Swatch Group 19,4%, Richemont 18,7% e LVMH 5.8%. O faturamento do Swatch Group e Richemont, por sua vez, com grande portfólio de marcas, é diretamente impactado pela performance discrepante de cada uma das suas manufaturas. No Richemont, por exemplo, Lange & Sohne, Vacheron Constantin, Cartier e Van Cleef & Arpels apresentaram bons resultados. A Cartier, aliás, superou a Omega pela primeira vez na história (7.54% vs 7.49% do mercado). No entanto, o faturamento global do conglomerado foi afetado pelo desempenho ruim da IWC (-13%), o que é explicado no estudo por uma política desproporcional de preços da marca: a Omega, sua concorrente direta, por exemplo, oferece produtos tecnicamente mais avançados e com melhor preço. O Swatch Group também tem problemas causados pelo seu grande portfólio de marcas. Apesar de Tissot e Swatch terem tido bom desempenho (somente o Moonswatch gerou 480 milhões de francos para o grupo), o Swatch Group se mostrou como o maior “doador” de fatia de mercado para outros grupos, sobretudo Rolex. A realidade é que o Swatch Group depende muito da Omega, que gera cerca de 60% de seu faturamento. Empresas outrora relevantes, como Breguet, atualmente representam pouco dentro do conglomerado. E mesmo entre as empresas mais lucrativas do grupo, como a Longines, há problemas estruturais a serem superados: a marca, por exemplo, teve uma queda de 6% em seu faturamento, o que é explicado pela extrema dependência do mercado chinês (65% da sua produção é vendida na China), que só agora demonstra sinais de reaquecimento. Os conglomerados com número pequeno de empresas também tiveram seus “problemas”: no grupo Rolex, por exemplo, a Tudor teve sua primeira queda de faturamento (-4%) desde 2017! E o fato por ser explicado por fatores atribuídos à sua empresa irmã, a Rolex. Com a queda de preços da Rolex no mercado secundário e maior disponibilidade no regular, o consumidor se volta para esta marca em vez da Tudor.



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Fórum principal / O estado da indústria suíça em 2023
« Online: 20 Março 2024 às 16:04:40 »
Pelo 7° ano consecutivo, a empresa de consultoria Morgan Stanley, em parceria com a LuxeConsult, disponibilizou um profundo estudo sobre o mercado relojoeiro suíço. As tendências verificadas em 2022 persistiram e intensificaram-se: incremento da polarização, com as maiores empresas adquirindo parcelas cadas vez mais expressivas do mercado; e a “premiumização”, a criação de produtos mais caros e que reflitam a posição social do consumidor. Indicarei em uma sequência de postagens os mais relevantes dados extraídos da pesquisa. É importante ressaltar, inicialmente, que os smartwatches, ao contrário do propalado há alguns anos, pouco impacto tiveram sobre a indústria suíça de relógios como um todo: com a reabertura do mercado chinês, a Suíça ultrapassou, pela primeira vez, a barreira de 50 bilhões de francos em vendas em 2023, um crescimento de 8%. Duas exceções à “premiumização” foram verificadas: a Swatch teve o maior crescimento entre todas as empresas analisadas (faturamento 63% maior) e contribuiu com 75% do aumento de volume de vendas de toda indústria (900 mil unidades a mais); a Tissot, por sua vez, aumentou em 14% o seu faturamento, impulsionada pela linha PRX (60% de seu crescimento se deve a esta linha específica). Rolex, Audemars Piguet, Patek e Richard Mille subtraíram parcela de mercado de todas as outras empresas, intensificando a polarização: elas respondem sozinhas por 43,9% de todo faturamento da indústria. Os grandes grupos (Richemont, LVMH e Swatch) foram os maiores “doadores” de parcela de mercado, em virtude da performance discrepante de suas marcas. Swatch, Tissot, Vacheron Constantin e Cartier, por exemplo, tiveram bom desempenho; por outro lado, IWC, Panerai, Jaeger Le Coultre e Piaget não, o que impactou o faturamento total dos grupos aos quais pertencem. A Rolex se mostrou como a principal ganhadora de fatia de mercado das demais, ultrapassando, pela primeira vez na história, 10 bilhões de francos em faturamento. Seu domínio de mercado (30,3%) é algo sem precedentes na indústria do luxo (a título de exemplo, a Louis Vuitton, considerada exemplo de concentração o mercado de luxo, detém “apenas” 19% de todo mercado de bolsas).





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Fórum principal / Longines Ultra Quartz
« Online: 06 Março 2024 às 15:16:47 »
Texto publicado agora no Instagram

Em 1927, enquanto trabalhavam nos laboratórios da Bell Telephone para criar um método confiável para determinação de frequências de transmissão de rádio, Warren Marrison e Joseph W. Horton acidentalmente fabricaram o primeiro relógio a quartzo da história: ao utilizarem um circuito eletrônico para dividir a frequência de um oscilador a quartzo, eles conseguiram acionar um motor síncrono que movimentava ponteiros. No entanto, o aparelho, que funcionava com válvulas, ocupava o volume de um aposento. O relógio a quartzo de pulso, assim, já existia como conceito, bastando “apenas” reduzir o tamanho do modelo de Marrison a míseros 3 cm³... As empresas suíças de relojoaria se interessaram pela tecnologia pouco tempo depois, sendo que Omega e Longines cronometraram os Jogos Olímpicos de 1952 com relógios a quartzo de fabricação própria. Em 1954, a Longines obteve o recorde de precisão nas competições de cronometria de Neuchatel, com um relógio a quartzo pouco maior do que uma caixa de sapatos. O próximo caminho era a miniaturização do modelo. Em 1964, a Longines firmou uma parceria com a empresa de engenharia eletrônica Bernard Golay, com o intuito de fabricar um relógio de pulso. Em 1967, no entanto, o CEH, que inclusive era patrocinado pela Longines, apresentou o 1° protótipo de relógio de pulso da história (Beta 1) que, submetido às competições naquele ano, pulverizou todos os recordes. O modelo, porém, utilizava um divisor de frequência flip-flop. O sistema em desenvolvimento pela Longines, muito mais simples, não utilizava divisores de frequência e, em tese, poderia ser produzido em massa em menor tempo. Então, apressou seu desenvolvimento e, em 20 de agosto de 1969, 4 meses antes do Seiko Astron e 8 meses antes do Beta 21, apresentou ao público o “Ultra-Quartz”, o “primeiro relógio a quartzo comercializado do mundo”. Em 2010, em um canto obscuro do Museu de Relojoaria de La Chaux de Fonds, deparei-me com algo de que nunca ouvira falar, um módulo do “Ultra-Quartz”, um emaranhado de componentes eletrônicos soldados à mão. A realidade é que a marca só conseguiu comercializar os primeiros modelos em 1971, transformando-o em um rodapé na história da relojoaria….





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Fórum principal / Como ajustar os diferentes tipos de calendário perpétuo?
« Online: 23 Fevereiro 2024 às 12:43:13 »
Excelente vídeo publicado recentemente pelo Tim Mosso, ajustando vários tipos de calendários:

- Patek, o tradicional, com a necessidade de prestar atenção nas horas de ajuste e com necessidade de utilizar chave para acionadores;
- IWC, mecanismo engenhoso que pode ser ajustado somente pela coroa, muito embora só ande para frente (se você errar a data para mais, tem que esperar o dia chegar com o relógio parado...) e necessite também de horário especial para mudança dos parâmetros
- Ulysse Nardin, tudo pela coroa, para frente e para trás, sem horários e o relógio ainda leva em conta os erros do calendário gregoriano
- Moser: Idem, mas mais simplificado ainda, já que só mostra ao usuário o que ele precisa saber, dia e mês


https://www.youtube.com/watch?v=5aZ8_P9Ecas&t=82s

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Olha que legal essa passagem do Signo dos Quatro



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Fórum principal / A opinião de Jack Forster sobre o mercado atual
« Online: 05 Fevereiro 2024 às 15:23:10 »
O Jack Forster, que contribuía para o Hodinkee, quem diria, e hoje está no Watchbox, é um dos poucos jornalistas de relojoaria que tenho paciência de acompanhar com afinco. Vale a pena ler este texto dele publicado agora, cujo resumo está neste parágrafo

"Se os preços continuarem a subir, a disponibilidade continuar a ser escassa e as marcas continuarem a pensar nos seus clientes como possuidores de fundos ilimitados e de paciência ilimitada, posso ver a indústria a entrar numa fase moribunda na qual terá de trabalhar arduamente para recuperar o sentimento de interesse, entusiasmo e prazer de possuir que deveria caracterizar a alta relojoaria".



https://jackforster.substack.com/p/its-2024-is-this-the-year-everyone

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Fórum principal / O ajuste do BIG Ben para a virada do ano
« Online: 31 Janeiro 2024 às 11:51:59 »
Olha que post legal. O relojoeiro que toma conta do Big Ben contou como foi apreensivo ajustar o relógio para a batida o mais correta possível na virada do ano, o que foi obtido mediante o acompanhamento diário de marcha e utilização de moedas menores para os ajustes.

Texto aqui, em inglês:

https://www.ahsoc.org/blog/ringing-in-the-new-year/

E já passado no tradutor aqui para os preguiçosos

Esta postagem foi escrita por Andrew Strangeway

Como relojoeiro ou relojoeiro praticante, há um momento específico enquanto espera o relógio bater quando o tempo parece desacelerar. Este momento é mais assustador quando as ruas lá fora estão repletas de 100.000 pessoas e outros milhões estão assistindo ao vivo pela televisão, e streaming, esperando ouvir o relógio tocar.

No dia 31 de dezembro tudo se resume a um único momento, quando a nação observa e espera que o Big Ben toque e sinalize o início do novo ano. Nos bastidores, porém, são necessários meses de preparação para garantir que este primeiro golpe de martelo seja acertado na hora certa. Além da instalação de equipamento de transmissão adicional, manutenção regular e corda três vezes por semana, há também cronometragem: garantindo, literalmente, que o relógio esteja na hora certa.

Nos meses que antecederam o final de 2023, a cronometragem do Grande Relógio foi o foco principal. Após o intervalo de seis anos durante a manutenção do relógio e da torre, os sinos ao vivo duas vezes ao dia finalmente retornaram às ondas da rádio BBC em 6 de novembro. Este Ano Novo marcou o 100º aniversário desde que os sinos foram transmitidos ao vivo pela primeira vez na véspera de Ano Novo. Era uma questão de orgulho que o relógio funcionasse bem e batesse na hora certa.

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Quando foi instalado pela primeira vez, o Grande Relógio era, com alguma margem, um dos relógios públicos mais precisos do mundo. A especificação original do relógio, estabelecida em 1846 por George Airy, o Astrônomo Real, exigia que “o mecanismo de toque fosse organizado de modo que o primeiro golpe de cada hora tivesse precisão de um segundo”. Como relojoeiros, o nosso trabalho é garantir que o relógio permaneça fiel a este propósito original. Para nossa vantagem, temos cronometristas altamente precisos para comparar o Grande Relógio e, armados com essas informações, podemos regular o pêndulo com cuidado e, na verdade, exceder confortavelmente a meta original de precisão.

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Desde que comecei no Palácio de Westminster em agosto de 2023, implementei o uso de um novo cronômetro personalizado para aumentar a precisão da cronometragem do primeiro golpe do martelo da hora e um regime aprimorado de regulação da velocidade do relógio. pêndulo. A mecânica central da regulação permanece a mesma: a colocação ou remoção de pesos, na forma de moeda antiga, numa pequena plataforma a meio caminho do comprimento da haste do pêndulo. Notoriamente, um centavo pré-decimal adicionado acelera o relógio em cerca de 2/5 de segundo em 24 horas. Eles são um pouco pesados ​​​​e o ajuste é muito grosseiro se se deseja um grau de precisão mais preciso. Comecei a usar centavos e centavos para regulamentação, gentilmente emprestados para esse fim por meu colega da equipe de relógios, Ian Westworth. Estes aceleram o relógio em cerca de um quarto de segundo por dia e um décimo de segundo por dia, respectivamente.

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Nos últimos dias que antecederam a véspera de Ano Novo, eu estava no topo da torre, na hora certa, durante todo o dia, para fazer a leitura do tempo da batida e fazer pequenos ajustes para acertar o relógio com precisão. Por sorte, na noite do dia 30, sofremos ventos fortes, que atingiram a torre e foram suficientes para atrasar o relógio em 0,2 segundos na manhã da véspera de Ano Novo. Consegui corrigir isso à noite. Chegou a meia-noite e o Big Ben soou, e a vista dos fogos de artifício do topo da Torre Elizabeth foi surpreendente. Foi incrível ver os fogos de artifício perfeitamente sincronizados com o toque do sino.

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Meus esforços de cronometragem foram recompensados ​​quando medimos o tempo do ataque a partir da gravação de som em comparação com um relógio GPS – esses resultados foram generosamente fornecidos por Mark Powell da DeltaLive. O resultado foi que o Big Ben bateu meia-noite exatamente às 23:59:59.981, menos de um quinquagésimo de segundo da meia-noite. Isso é menos de um quinto do tempo que leva para piscar os olhos. Devo confessar que estou bastante satisfeito com isso!

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Fórum principal / O Galeão Mecânico
« Online: 26 Janeiro 2024 às 17:32:58 »
Texto do Instagram que publiquei agora

Os convidados de Rodolfo II, Imperador do Sacro Império Romano-Germânico, sentaram-se à mesa para mais um banquete. De repente, uma miniatura de um galeão que estava sobre a mesa passou a movimentar-se, causando espanto em todos os presentes. Pequenas figuras existentes na nau, compondo uma banda militar, começaram a tocar seus tambores e flautas, acompanhados por uma melodia executada em um mini órgão. Enquanto as bandeiras contendo o brasão de armas dos Habsburgos tremulavam em seus mastros, o timoneiro, uma reprodução em miniatura do próprio Imperador, conduzia o navio à apoteose: o disparo de dezenas de canhões.
Rodolfo II era um dos mais excêntricos monarcas europeus, patrono dos melhores artistas, mas também seguidor da astrologia, ciências ocultas e alquimia. E a relojoaria era mágica no século XVI… Em 1585, ao contratar o relojoeiro alemão Hans Schlottheim para construir a réplica do navio, Rodolfo sabia que impressionaria os mais importantes convidados do reino com um aparato que somente poderia ser descrito como “mágico”. Mas não só… Mostraria às mais influentes pessoas sentadas à mesa uma metáfora, o navio representando o Estado, tendo como seu timoneiro o monarca Rodolfo. A ideia do Estado como navio e do governante como capitão estava introjetada na cultura europeia, e nada melhor do que utilizar a representação da máquina de guerra mais poderosa da época, o galeão, para enfatizar isto. Hans Schlottheim, ciente disto, produziu outros navios. Um deles, exposto atualmente no British Museum e fabricado para o Príncipe Eleitor Augusto da Saxônia, também por volta de 1585, contém uma procissão de figuras em miniatura de todos os Eleitores em saudação a Rodolfo, o Imperador. Tudo aquilo que o Galeão Mecânico buscava representar, a disciplina, ordem e perfeição do Estado europeu, não se refletiu nos destinos do Sacro Império Romano-Germânico. Rodolfo tentou impor à força o catolicismo em todo o Império, o que finalmente acarretou a Guerra dos 30 anos. O Império foi formalmente dissolvido em 06 de agosto de 1806, quando o último imperador, Francisco I, abdicou após sofrer uma derrota pelos franceses, sob comando de Napoleão....




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Fórum principal / Postagem de fotos e cobrança
« Online: 16 Janeiro 2024 às 13:36:28 »
Recebi uma mensagem agora de usuário reclamando que o Tapatalk passou a cobrar pela postagem das fotos, que só podem ser colocadas no fórum através de pagamento de mensalidade. Eu sinceramente desconhecia isso... O Tapatalk só cobra para postagens em alta resolução e, que eu saiba, talvez eu seja o único usuário do fórum que posta eventualmente em alta resolução, porque eu tenho mesmo que pagar para sequer ter a conta de administrador. Mas usuário? Nunca ouvi falar nisso. Alguém vem enfrentando o mesmo problema ao postar fotos?

Flávio

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Fórum principal / O relógio de Lawrence da Arábia
« Online: 15 Janeiro 2024 às 10:14:32 »
Eu não sabia que este relógio tinha sido achado assim... Vejam o vídeo abaixo. Depois disso aí (ano 2000), a Omega comprou o relógio em leilão por 85 mil dólares e o colocou no seu museu.

https://www.youtube.com/watch?v=UJJJc0f_OYc&t=15s

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Fórum principal / E agora os piores de 2023
« Online: 10 Janeiro 2024 às 14:30:59 »
Na minha opinião...



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Fórum principal / Oa melhores relógios de 2023
« Online: 09 Janeiro 2024 às 13:12:53 »
Segundo minha opinião




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Fórum principal / O Imperador Napoleão em seu estudo nas Tulherias
« Online: 04 Dezembro 2023 às 15:56:48 »
Acho que este é um dos posts, senão o post mais inusitado que já escrevi. Coloquei agora no Insta

A relojoaria francesa, sobretudo a construção de reguladores de pedestal, seguiu um caminho completamente diferente da escola britânica. Na Inglaterra, tais relógios eram vistos apenas como instrumentos científicos que tinham como objetivo a melhor precisão possível, razão pela qual mecanismos que interferissem na marcação do tempo – como batidas de horas – eram considerados supérfluos. Na França, porém, os relógios eram projetados para decorar, ao lado de móveis suntuosos e pinturas, as salas de ricos e poderosos: frequentemente utilizavam gabinetes elaborados com inserções em bronze. Os franceses utilizavam o pêndulo “grelha” com compensação para temperatura, mas enormes quando comparados aos britânicos e, conquanto mais ostentativos, piores, em virtude da quantidade maior de metal utilizado.
Em 1811, o pintor oficial de Napoleão, Jacques-Louis David, foi contatado para um inusitado trabalho…. Na época, França e Inglaterra estavam em guerra, mas Alexander (futuro Duque de Hamilton), que já fora parlamentar britânico e atuara como embaixador na Rússia, queria decorar sua mansão com um retrato do “Grande Homem”, segundo suas palavras. Hamilton genuinamente admirava Napoleão e isso nunca interferira nas suas obrigações militares e políticas com a Coroa Britânica. Napoleão não posou para David, mas considerando a posição política do cliente, certamente precisou dar seu aval antes da remessa da pintura concluída. O que o Duque recebeu foi uma das reproduções mais conhecidas de Napoleão e um potente instrumento de propaganda até hoje. Na pintura, Napoleão é mostrado aos 43 anos, vestindo o fraque azul dos Granadeiros, com as insígnias de General e Imperador. Sua mesa de trabalho contém um manuscrito do Código Napoleônico e um mapa enrolado indica seus estudos militares. Mas os detalhes cruciais estão no regulador com pêndulo “grelha” ao fundo, que mostra 4:13, e nas velas quase extintas: Napoleão é o estadista que nunca dorme e trabalha incansavelmente para guiar a Nação. O relógio, que poderia ser uma invenção de David, de fato existiu: num retrato de Luís XVIII feito após a queda de Napoleão, aparece na mesma sala e posição. Desconheço seu paradeiro atual.




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Fórum principal / Os vencedores em cada categoria do GPHG deste ano
« Online: 10 Novembro 2023 às 13:32:10 »
Confesso que sequer acompanhei o evento e, para dizer a verdade, há algum tempo eu apenas passei o olho nos indicados em cada categoria. Rápidos comentários:

- O óscar geral foi para um AP Super complicado da linha CODE (o troço tem super soneria, algo que eu sequer sei o que seja. Soneria em relógio normal é o carrilhão, como de relógios de pedestal, algo raro em relógios de pulso). Eu sinceramente não vejo mais muita graça em relógios super complexos, que me parecem tour de forces absolutamente inúteis, muito embora saiba do histórico que tais relógios possuem. E vou além: a AP tenta, de qualquer modo, enfiar pela goela dos seus consumidores o tal Code, que eu sinceramente acho um relógio genérico. Não vi graça no visual do troço.

- Piaget feminino. É.... Bonita jóia, muito embora não saiba quem estava competindo, então sequer posso opiniar.

- Dior feminino complicado. Eu sequer sei o que o relógio faz mas, também concordo com o articulista do texto abaixo do hadunken: para que uma categoria de relógio feminino complicado?

- Simon Brette. Sou suspeito. Para mim este é um dos melhores lançamentos da relojoaria dos últimos anos e TINHA, DISSE TINHA, um preço até justo de lançamento, na casa dos 50 mil francos. Certamente os novos modelos virão com preços pega idiota muito maiores.

- Voutlanien world timer. A complicação é padrão, a caixa não, estou tão acostumado com os modelos comuns do cabra que achei até estranho. Sei lá se gostei...

- Iconic. É... Para que essa categoria, para que? Sério, para que isso? Mas enfim, gosto muito dos Freak e já coloquei até post no insta (feed) sobre o modelo. Teria um facilmente. Gostei

- Cronógrafo. Eh... Eu gostei muito deste Peterman Bedat, muito embora ache que o preço é completamente fora da realidade, mesmo para o mercado atual. Mas curti

- Tudor Pelagos. Adoro este relógio e acho que a Tudor oferece muito a preços justos. Na gringa, claro. A autorizada do Brasil seguiu margens da Rolex e, portanto, não vale a pena, na minha opinião: Tudor não tem imagem nem bala na agulha para competir em preços com Omega, e é o que está ocorrendo no Brasil

- Bell Canto da Ward. Adoro este relógio e tem preço justo. Sem mais

- Raymond Weill. Gostei muito deste modelo e custa "barato". Teria um facilmente.

Artigo aqui

https://www.hodinkee.com/articles/all-of-the-2023-gphg-winners-and-our-quick-takes

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O Adriano acabou de lançar um livro, que já pode ser baixado imediatamente em ebook para Kindle na Amazon BR. Como prefiro livro físico, também pode ser comprado na Amazon USA por cerca de 250 reais, entregue em casa. Link abaixo

https://www.amazon.com/dp/B0CL8X7YKP?ref_=cm_sw_r_mwn_dp_SM385F71HCQBXCM5JTDD&language=en_US

Eu sequer vou rasgar seda para o Adriano, quem quiser entre agora nos stories do @relogiosmecanicos para ver o que disse. Para mim é um marco, não há obras em português sobre relojoaria e o Adriano tem um conhecimento e facilidade na sua exposição melhor do que qualquer gringo atual. Aliás, aguardando a versão em inglês do livro!

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