Vendi quase todos os meus relógios suíços. E apostei em chineses. Não estou com saco de me explicar muito, mas em resumo, algo muito parecido com o sentimento do Igor, somado à uma certa rebeldia para com a indústria suíça, que ironicamente, põe comida na minha mesa. Ou talvez justamente a visão "de dentro" me fez perceber com ainda mais clareza o que vale, e o que não vale.
Continuo sendo apaixonado pela relojoaria, pela mecânica, pela engenhosidade humana, quem sabe ainda mais agora que, finalmente, já há dois anos, sou um relojoeiro profissional. Mas a indústria em sim, me faz precisar tomar um Dramin, às vezes.
E soma-se ainda o fato de que "colecionador", "entusiasta" e etc. deixaram de ser uma qualidade ou um elogio para mim. Me recuso e tenho verdadeira vergonha de ser apresentado como tal. Por ser comparado ou nivelado ao que hoje se consideram colecionadores e entusiastas.
Pronto, desabafo feito.
Abs.,
Adriano
Adriano, eu já tive algumas homages e acabei fazendo o movimento contrário - migrando para outros relógios - porque tenho a meta de ter uma coleção "estável" - os mesmos relógios por muitos anos, ir revisando eles só. A unica homage que ainda tenho é um GMT, que tem uma maquina Shenzen se não me engano. Entendendo que eu jamais conseguiria revisá-la, acabou que já estou decidido a trocar por um Aquaracer GMT.
Dito isso, muita gente é contra as homages ainda, e mesmo que eu esteja nesse movimento de substitui-las, elas foram uma fase fundamental na minha coleção. Pra eu decidir o que eu gosto, o que me sinto bem de usar etc. Não tenho condição financeira de comprar relógio pra testar, preciso sempre dar o tiro certo.As homages me ajudaram demais a conhecer na prática o meu gosto pra que a minha coleção fosse na direção que foi.