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Fórum principal / Re:Os relógios mecânicos mais complicados já feitos
« Online: 07 Setembro 2022 às 14:57:06 »
Execelnte artigo, vale muito a leitura!
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Se meter a escrever um livro que seja considerado a "obra total" em Horologia não é para qualquer um. David Landes, na obra A Revolução no Tempo, tentou e, sinceramente, acho que fez um trabalho fantástico.
Eu esperava o lançamento deste livro há algum tempo e, quando ocorreu, há cerca de 2 meses, achei um tanto quanto salgado o preço, 150 libras, muito embora seja um calhamaço de 800 páginas em capa dura. Todo dia abria a Amazon UK e ficava tentado a comprar e declinava (mais de 1000 reais num livro, com o envio!). Maaaaaasss. Hoje, num post escrito pelos autores (abaixo), eles colocaram um cupom de desconto de 30 por cento. Boletei direto na editora e, com o envio para o Brasil, ficou em 106 libras. Fica a dica para os realmente interessados.
https://www.ahsoc.org/blog/the-creation-of-a-general-history-of-horology/
Ah! E o Miguel Seabra que me desculpe, ele simplesmente não entendeu o conceito e ainda se meteu a escrever este artigo: os cronógrafos não são ratrapante. O conceito é bem mais simples. Veja os stories e depois me conte se entendeu.
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Eu sequer consigo imaginar o preço destes troços, sobretudo do autômato...
Não vou nem me estender, mas depois que a Rolex lançou uma profusão de cores em seus Oyster, parece que a moda alastrou-se como a Covid após deixar a China...
Ball
https://www.ablogtowatch.com/balls-engineer-iii-marvelight-chronometer-gets-a-splash-of-color/
Omega
https://www.hodinkee.com/articles/omega-aqua-terra-38mm-dials-2022
Breitling
https://www.hodinkee.com/articles/the-breitling-navitimer-was-released-70-years-ago-and-this-year-its-back-in-a-big-way-embargo-on-the
Aliás, até a Sinn, com o 556, embarcou na onda. Não vou sequer discutir se alguns dos modelos acima são legais, porque vários são (esses Navitimer novos são bem legais...). Mas é INACREDITÁVEL a preguiça dos desenvolvedores das grandes empresas ao lançarem isso. Meu Deus... E depois o povo fala que sou ranzinza ao criticar o mercado atual de relojoaria...
Flávio
Cara, não sei... Mas por mais bizarro que possa parecer, o tal relógio da Piccadilly Circus tem um contexto histórico IMPORTANTÍSSIMO e acredito que todos que passam lá todos os dias nem saibam. Primeiro, porque o relógio foi um dos primeiros a usar eletricidade para colocá-lo em funcionamento. Ou seja, o relógio era uma maravilha tecnológica da sua era. Mas o principal é que ele demonstra, visualmente, o que o Império Britânico, que chegou a dominar 1/4 do planeta, sobretudo através da sua Armada, queria demonstrar a todos que ainda era e na verdade já não era mais... Como Império, o Reino Unido já vinha capengando desde fins do século 19, quando vários outros "players" surgiram. Ao fim da 1a Guerra Mundial, os grandes Impérios europeus ruíram, para dar lugar ao emergente Estados Unidos, que surgia como potência não só industrial, que já era, como também militar.
O relógio da Piccadilly Circus, colocado na estação de maior movimento de Londres, mostrava a todos que lá passavam uma era já há décadas deixada para trás. Ele queria dizer: "vejam só súditos, o poderio britânico estende-se a todos esses locais, até hoje!" Mas o que dizia mesmo era: "nós queríamos que nosso poder atual se estendesse como no passado recente da Era Vitoriana. Mas hoje somos apenas uma potência em decadência, e cedemos lugar aos jovens..."
Este relógio ficou relegado durante décadas e, salvo engano, foi restaurado recentemente ao seu estado original, inclusive utilizado o mecanismo original (que fica oculto em uma sala atrás do painel). E certamente todos que passam pela Piccadilly Circus hoje nem lhe dão bola... Mas o tal relógio é um dos grandes artefatos da história da relojoaria, muito mais pelo valor simbólico que teve na época da sua instalação do que por outra coisa.
Flávio