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Desconstrução de um Breguet Souscription

Iniciado por admin, 10 Dezembro 2018 às 15:01:25

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flávio

Confesso que, às vezes, as desconstruções do Speake Marin se tornam enfadonhas, por não possuírem explicações técnicas que enalteçam as fotos. Não essa... Para quem não sabe, Breguet fez a fama de maior relojoeiro da história e todos acham, até hoje, que ele de fato colocava a mão na massa em muita coisa. Isso não é verdade... Já no final dos século 18, com Breguet bem estabelecido, seu empreendimento já era mais ou menos como as marcas independentes atuais, com muita divisão de trabalho (cerca de 40 pessoas trabalhavam para ele). Sim, tudo era feito artesanalmente, mas com divisão de trabalho, caso contrário teria sido impossível à marca, enquanto Breguet viveu, ter produzido cerca de 5 mil relógios. Desses 5 mil relógios, quase um quinto foram Souscriptions, relógios mais "simples" de um ponteiro que Breguet vendia a prazo, algo raro na época. Apesar de o relógio se "simples", com apenas um ponteiro, possuía um escapamento de cilindro em rubi, algo raríssimo na época, porque o tubo tinha que ser lapidado (torneado) de uma pedra verdadeira. O acabamento geral e confiabilidade do sistema foram colocados a prova pelos séculos e nunca apresentaram muitos problemas, basta ver o estado desse relógio, que tem mais de 200 anos. Mas não só. O relógio possuía um sistema de compensação de temperatura por tira bimetálica, algo inventado por Harrison pouco tempo antes. Vejam que o acabamento do relógio, mesmo hoje, é bastante satisfatório e não há desgastes aparentes. É uma coisa que se desse pau, um bom relojoeiro conseguiria reparar. O mais impressionante é o visual dos atuais La Tradition, claramente inspirados nos Souscription de outrora. Vejam só


https://www.thenakedwatchmaker.com/decon-breguet-souscription

Jefferson

Citação de: flavio online 10 Dezembro 2018 às 15:01:25
Confesso que, às vezes, as desconstruções do Speake Marin ...

Flavio,

Pelo que entendi, a corda é dada com chave no pino quadrado no centro do mostrador. Na desmontagem do calibre eu não vi nas fotos a mola da corda, que vai dar a energia para mover as engrenagens.

Eles não mostraram a mola da corda ou neste calibre a reserva de marcha é feita de outra forma?///////

Obrigado,

Jefferson.

flávio

O tambor de corda é mostrado, a corda dentro dele não.



Enviado de meu ASUS_Z01KD usando o Tapatalk


Jefferson


flávio

Mais um vídeo do próprio canal. Interessante aqui é prestar atenção no escapamento de cilindro. O escapamento não era novidade e, para dizer a verdade, muito ruizinho, porque não só precisava de lubrificação excessiva, porque os dentes da roda de escape estão em contato todo o tempo com o cilindro (seja internamente ou externamente), como num atrito extremo. Breguet, então, passou a usar cilindros de rubi para minimizar isso e conseguiu dar uma sobrevida longa ao escapamento, usando, inclusive, compensação de temperatura na mola. Reza a lenda que esses relógios eram precisos em torno de 15 a 30 segundos por dia. O escapamento aparece a partir dos 14 segundos. Ah! Na época não havia rubi sintético e, pior, isso aí tinha que ser lapidado a mão. O design do modelo subsiste hoje na linha Tradition.


https://www.youtube.com/watch?v=x5A5TReqLMk