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O primeiro relógio portátil da história: Peter Henlein 1505

Iniciado por flávio, 14 Agosto 2023 às 16:49:33

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flávio

Texto publicado agora no Istagram

Em 1504, em uma taberna de Nuremberg, o chaveiro Peter Henlein se envolveu em uma briga com um certo Georg Glaser. Acusado de homicídio, Henlein buscou refúgio no Mosteiro de Nuremberg, onde permaneceu entre os anos de 1504 a 1508. Na época, a cidade de Nuremberg era o cavalo motriz da Renascença Germânica e o Mosteiro Franciscano vivia o auge da sua vida religiosa e científica. Henlein, então, teve acesso a conhecimentos matemáticos, astronômicos e metalúrgicos que lhe permitiram construir os primeiros relógios portáteis da história. Ainda em 1511, por exemplo, Johann Cochlaeus descreveu como um certo "Peter Henlein, com um pouco de ferro, constrói relógios com várias engrenagens, que podem receber corda, sem pêndulo, e que funcionam por 48 horas, podendo ser carregados em uma bolsa ou junto ao peito". Um documento de 1524, por sua vez, assegurava que Henlein havia vendido um dos seus relógios portáteis pela quantia de 15 florins e tinha em sua lista de clientes Martinho Lutero, o Príncipe Eleitor Frederico III e Filipe Melâncton. Acreditava-se, porém, que nenhum exemplar fabricado havia resistido ao decurso do tempo... Em 1987, um aprendiz de relojoeiro estava em Londres quando adquiriu, em uma feirinha de antiguidades, uma caixa contendo relógios antigos, pela quantia de 10 libras. Na caixa, encontrou um pequeno modelo que parecia muito antigo, mas não lhe deu valor, repassando-o a um comprador. Algum tempo depois, o novo dono, imaginando tratar-se de uma falsificação, vendeu o relógio. O novo proprietário, intrigado com o objeto, contatou especialistas em metalurgia e horologistas para o analisarem. Com a utilização de escaneamento a laser, raio-X e fotografia microscópica, diversas inscrições "PH" foram encontradas nas peças, assim como o desenho de uma torre de Nuremberg cujo perfil só podia ser visto por quem estivesse dentro do Mosteiro Franciscano. Finalmente, o escrito "MDVPHN" (1505 Peter Henlein Nuremberg) confirmou as suspeitas: tratava-se do relógio mais antigo já encontrado. O item, comprado originalmente por 10 libras, foi avaliado em 70 milhões.