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Quais as manufaturas próprias?

Iniciado por Farias, 28 Setembro 2010 às 12:00:50

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Alberto Ferreira

Salve!

Na verdade, mais importância têm o (controle) do projeto e da fabricação, em todas as suas fases e onde quer que sejam executados.

"Simplisticamente", digamos que seja uma questão de deter o verdadeiro "know-how" (tradição, estilo próprio, etc. - entendamos da melhor forma), aí sim, em toda linha.

Pelo menos eu vejo assim.

Abraços,
Alberto

flávio

#21
Eu acompanhei esse lance de feito em casa, não feito em casa e posso dizer, sem sombra de dúvidas, que pelo menos na net, quem lançou a distinção (para o mal) foi o Walt Odets, ainda no Timezone.

Eu, na época, publiquei (traduzi) um texto que me parecia mais razoável. Continuo com a mesma opinião: quer algo singular? Opte por algo feito em casa ou mesmo cujas modificações são feitas em casa. Quer algo justo? Compare;

Agora, como abordei no meu último texto, o enorme que começa lá no protestantismo, a verticalização na indústria suíça é coisa nova e, causa-me espanto, nos dias atuais, o povo defender isso como se fosse o exemplo do passado. Não é. E mesmo na época das grandes verticalizações, ela nunca era total. Tomemos, por exemplo, a fabricação de escapamentos, que sempre foi algo muito específico: quem fazia, fez, fará, faria, sei lá, todos os verbos que imaginarem aí peças que vão no escapamento, de rodas a molas, etc, chama-se (chamava-se, chamou, chamará) Nivarox/FAR. Antichoques? Tem duas grandes fábricas no mercado.

Ou seja, mesmo os caras ultra mega fodões como o Dufour, que pressupõe ser um artesão que faz tudo sozinho, nos moldes dos caras do século 15 (sim, pois depois disso já havia divisão de trabalho), não faz! Ele não faz, por exemplo, os rubis, o cristal de safira, o antichoque. Sim, isso se resume a 5% do relógio. Mas não faz.

Então, se formos olhar, é capaz de nada atualmente ser feito numa mesma planta, disse na mesma PLANTA! Nem a Seiko. Porque se formos estender o conceito, não há grupo mais autosuficiente do que eles e o Swatch Group. Qual a diferença, em termos práticos, de uma mola de balanço ser feita dentro da Breguet, por exemplo, ou ser feita na Nivarox, que é do mesmo grupo?

Não sei se sabem, por exemplo, mas hoje não mais existe fábrica da Mido. É tudo feito espalhado pelas plantas que eles tem.

Eu e Igor, quando visitamos a fábrica da Longines...Bem, pelo menos eu tive essa impressão, tanto é que perguntei para o cara que nos guiava lá dentro: quantos trabalham aqui? Ele: 400 pessoas. Eu achei demais para a Longines que, sei lá, deve fazer uns...vou dar um chute tremendo, mas não acredito que seja mais do que isso...uns 100 mil relógios por ano? Sei lá...Só sei que o cara explicou que havia muitos funcionários porque a ETA fabricava não apenas o movimento exclusivo deles lá (o retrógrado), bem como para outras fábricas do grupo (não falou quais).

Ou seja, hoje eu mudei muito meu conceito sobre esse lance de verticalização etc. Eu não quero é ser enganado. Só isso.

Ah, outra que foi citada e que faz tudo, inclusive molas, rubis, etc: Rolex. Mas saibam que mesmo ela faz seus relógios num sistema de montagem em plantas diferentes: há fábricas da Rolex em Genebra, Bienne e Le Locle, cada uma especializada em uma fase de produção.


Flávio

Farias

Eu penso que a verticalização total de um fabricante, acaba caindo no famoso caso da cobra e do pato.
O pato faz tudo, nada, voa, anda na terra, bica...mas tudo mal.
Já a cobra, nada mal, não voa, é lenta na terra, não tem canto..mas na unica coisa que faz bem, é mortal, que é morder.

Então as vezesquerer fazer tudo, pode acabar comprometendo a qualidade do produto. É melhor vc entregar parte da produção pata fábricas que sejam especializadas nas diferentes peças.

8)

Adriano

Particularmente não vejo mérito nenhum da verticalização total. Uma coisa é ser manufatura, e para ser tal, para mim basta projetar boa parte (nem precisa ser inteiro) do mecanismo e fabricá-lo em uma planta própria, mesmo que separada da principal. Para mim isso é o suficiente e me satisfaz. Se o escapamento é feito fora, se a espiral, corda, outras molas, pequenos componentes forem feitos fora também, não me importa. Porque sei que é assim porque esses especialistas fazem melhor do que ninguém esses itens.

Vale lembrar ainda que, ainda que terceirizadas, muitas dessas peças não são escolhidas em um catálogo, ou como numa feira, tipo "vou levar um balanço desse aqui, uma espiral daquela ali, e meia dúzia de molas de corda". Não. Existe sim, peças padrão, mas em boa parte você encomenda para que essas fábricas façam exclusivamente para você as peças do jeito que você projetou e do jeitinho que você precisa.

Particularmente defendo essa terceirização. Há um abismo entre montadora e manufaturas que terceirizam serviços e não para para colocar todos no mesmo bolo como "não-verticalizados".

Abraços!

Adriano

Fa

Meu site: http://ffamora.sites.uol.com.br
"Um relógio que atrasa, evidentemente, não adianta. Mas pior é ainda um relógio que adianta, pois, também ele, não adianta. Um relógio que adianta é um atraso – e o que atrasa também. O que adianta mesmo, é um relógio que não atrasa nem adianta" (Wanke)

elfurla

o ulysse nardin MAXI MARINE utiliza movimento eta? 7750? Isso é verdade?

igorschutz

Utiliza ETA 2892, mas com modificações internas.

Um abraço,

Igor
Opinião é como bunda: todos têm a sua. Você dá se quiser.
Opinião é como bunda: você dá a sua e eu meto o pau.

NÃO ACREDITE NO QUE 'FALAM' AQUI, ESTUDE BEM E TIRE SUAS PRÓPRIAS CONCLUSÕES

HumbertoReis

Citação de: elfurla online 07 Outubro 2010 às 16:20:57
o ulysse nardin MAXI MARINE utiliza movimento eta? 7750? Isso é verdade?


Citação de: igorschutz online 07 Outubro 2010 às 16:26:30
Utiliza ETA 2892, mas com modificações internas.

Um abraço,
Igor

Pois é.

Lá na UN, recebe o nome de UN 26. Ei-lo:


Coleção UN MaxiMarine

Foi o primeiro relógio que me enfeitiçou. Mais precisamente, o modelo abaixo com pulseira em aço:



Desotti

Temos que admitir que a UN faz um belíssimo retrabalho no 2892.

Meu favorito ainda é o "humilde" Maxi Marine Chronometer 43mm (um dos dois modelos abaixo), mas o preço é realmente alto para um "relógio de ebauche":



Não obstante, se algum dia eu voltar a visitar algum paraíso fiscal caribenho, farei força para trazer um. ;)

[[]]'s

HumbertoReis

É, Desotti...

Eu também fico nesse dilema entre a beleza do relógio e o custo final do produto, que é maior do que para outras marcas. Entendo que uma empresa que consegue produzir o que a UN produz tem de cobrar essa diferença no custo do relógio. Esses modelos que namoramos são apenas a porta de entrada da UN, uma forma de satisfazer um público que curte a marca, mas que não dispõe de 30 a 100 mil dólares para comprar um dos modelos mais elaborados.

MVasconcelos

Ahhhhhhhhhh meu Maxi Marine Chrono em ouro rosa...  :-*

Um dia eu faço alguma loucura...  ;D

A tericeirização é realidade na indústria há muito tempo, mas acredito que seja louvável uma empresa se preocupar em assegurar as tolerâncias de todos os seus componentes, produzindo-os in-house como a Seiko.

;)
"O Ministério da Saúde adverte, consulte regularmente seu Horologista."