Menu principal

Sobre o uso de rolamentos em relógios

Iniciado por admin, 08 Fevereiro 2011 às 11:58:22

tópico anterior - próximo tópico

flávio

Interessante o artigo na revista do BHI. Apesar de Harrison ter usado "rolamentos" em seus relógios, quando passou para o de "bolso", utilizou o método de pivôs em latão e rubis. Atualmente, a Satler utiliza em seus relógios diminutos rolamentos, como, por exemplo, os fabricados pela Dynaroll:

http://www.dynaroll.com/


Sim, se olharem as especificações, verão que há rolamentos com diâmetro interno de 0.4 mm!

Testes foram realizados e, lá pelas tantas, chegaram à conclusão que em um relógio de mesa, não há diferença de atrito entre pivô de aço em latão e pivô de aço em rubi. Pior: o atrito aumenta com a lubrificação. Em tese, como discutido no texto, a lubrificação teria utilidade na manutenção a longo prazo e durabilidade, o mesmo podendo ser dito quando ao uso dos rubis em si.

Ao testarem os rolamentos, toda lubrificação foi retirada, pois causava atrito, mas também foi asseverado que os próprios fabricantes indicam que em caso de necessidade extrema de não existir atrito, funcionar sem lubrificação é a melhor pedida, utilizando rolamentos em aço. Durabilidade não seria uma questão, pelo menos no médio prazo.

Fato é que os rolamentos se mostraram com 60 vezes (isso mesmo) menos atrito do que as opções normais nos dias de hoje.

Na opinião do autor, com o aumento de máquinas diminutas, talvez haja também um aumento na produção desses tipos de rolamentos, e não o contrário. Esperemos modificações futuras nos relógios, quem sabe?

Flávio


Adriano

De fato, uma das coisas mais estranhas da lubrificação é que, contrariando a lógica, a lubrificação diminui a atrito mas paradoxalmente causa resistência ao movimento. Falo sobre isso em uma matéria da revista Pulso, onde falo sobre tribologia, e regimes limítrofes, hidrodinâmicos, elastohidrodinâmicos, etc. A grande dor de cabeça da lubrificação é que ela é importante na durabilidade pois reduz o atrito e o contato entre as superfícies, mas cria resistência ao movimento.

Sobre rolamentos, vejamos lá os novos calibres da Eterna com rolamentos. Parece que o troço funciona bem pacas.

Abraços!

Adriano

Volante

Adriano, por favor defina o que seria o atrito, no popular, o atrito é encarado como resistencia ao movimento.
Não seria uma lubrificação mal feita , com exceso ou lubrificante inadequando , que aumenta a resistencia ao movimento?
Abs.

Alberto Ferreira

#3
Salve, amigos!

Se me permitem, e antes da resposta pedida ao amigo Adriano eu gostaria de fazer um comentário básico, quase genérico.

Sim, "no popular", assim o atrito é entendido.
Exemplos...
Duas superfícies secas e "sólidas":
1) Duas lixas superpostas - atrito maior.
2) Duas placas de vidro polido - atrito menor.
Ou...
3) Pneu vs. asfalto (secos) - Atrito maior.
4) Pneu vs. asfalto (molhados) - atrito menor.
Assim vemos do ponto de vista "leigo", não?

E por que eu citei os exemplos 3 e 4?
Porque aqui, no caso 4, o regime já é outro.
Há entre os materiais um elemento fluido (no caso a água) que impede o contato entre a borracha e o asfalto.
Aí um novo "grupo" de conceitos terá que ser levado em conta.
Entram, dentre outros, fatores até ligados à hidrodinâmica e à mecânica dos fluidos.

Sem querer me estender em considerações e fundamentos mais teóricos e apenas como preâmbulo aos comentários e experiência do Adriano, eu diria...

No caso da lubrificação, em especial de peças tão pequenas como as dos relógios, o efeito final pode, sim, reduzir o desgaste das peças, mas devido a coisas como a viscosidade do lubrificante, tixotropia (propriedade de certos materiais se apresentarem pastosos em repouso e fluidos se "agitados" – um exemplo notório, o ketchup...), etc, nós podemos ter situações bastante mais complexas.

Por essa razão os lubrificantes utilizados nos relógios têm que combinar várias características e evitar outras.
Por isso também não dá para usar um único tipo de lubrificante em todos os pontos a serem lubrificados, as características de cada local demandam especificações, por vezes bastante diferenciadas.
Não se trata apenas, e tão somente, da viscosidade.

E, nessa linha...
Muita água...  ::) ...ou lubrificantes, melhor dizendo, pode passar por baixo das pontes...  ;)
8)

Um abraço a todos!
Alberto