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Breitling atualiza os Chronomat

Iniciado por flávio, 16 Abril 2020 às 14:24:12

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flávio

Os Chronomat tem um lugar na história porque foram um dos primeiros modelos a serem relançado depois da quebradeira dos anos 70, ainda em plena crise, em 1984. O relógio ganhou status de "gente rica" no final dos anos 80 e 90 no Brasil. Até o Collor usava um! Eu confesso que nunca fui lá muito fã do modelo, pelo ar presunçoso que carregava, preferia outros modelos da marca. Mas não posso negar: o design com a coroa "cebola" e indexes na catraca (aliás, meu irmão teve um, perdeu um dos indexes, que eram e são parafusados até hoje, e precisou pagar uma pequena fortuna para substitui-lo) são inconfundíveis.

No novo modelo, os indexes externos ficaram mais sutis. Eu sinceramente preferia o visual clássico dos anos 80... E atualizaram o bracelete rouleaux, que era singular nos anos 90 e ainda carregava todo o "peso" desta década. Este novo é mais chique, com contrastes polidos e foscos, etc, mas também preferia o design "Miami Vice", Ebel Style, do passado recente.

O preço subiu, 8500 pilas neste relógio, mesmo com calibre B01, parece-me fora de propósito;

https://www.hodinkee.com/articles/new-breitling-chronomat-collection-introducing


ejr888

Boa tarde!
Perdi e ou quebrei parafusos de todos os Chronomat que tive.

Em tempo, um Chronomat na década de 90 não seria o mesmo que um APRO hoje?
Para efeito de comparação.


ABS.

ejr888

#3
Ficou muito boa a reedição, com as medidas adequadas e sem o ar mega cebolão dos Chrono de hoje. E com a coroa sem as garras trianguladas.

Porém passo, quero aventurar no Speedy e no Zenith de cronógrafos. Além do Daytona.

flávio

#4
Cara, como objeto icônico... Eu não sou muito fã da palavra, mas eu tenho uma opinião sobre o APRO certamente não compartilhada com muitos por aí... Corrija-me se estiver errado, mas vou lançar aqui alguns números aproximados, paciência. Enfim, quando o RO foi lançado, em meados dos anos 70, a produção foi de cerca de 1000 relógios, e estes demoraram uma eternidade para vender. Afinal, não só estávamos em plena crise do quartzo como um RO custava o preço de uns 20 Rolex Submariner, e feito em aço!

Os anos se passaram e, reza a lenda, repito mais uma vez, complementem essa informação, pois estou escrevendo sem pesquisa, a AP fez mais uns 3000 relógios até os anos 90, o que não era uma quantidade pequena para uma "fabriqueta" como ela. E não vendeu tanto assim...

E aí, numa daquelas grandes tiradas de marketing, a AP começou a martelar o troço como "icônico", um design revolucionário na época, uma coisa fantástica, esse blá blá blá todo. Eu sinceramente não sei o que veio primeiro, se o marketing que levou os "Jet setters" a usarem os AP, ou a AP ter percebido que o relógio estava virando cool entre os jet setters e depois passou a marqueteá-lo mais fortemente, o que levou ao desenvolvimento do Off Shore e novos patamares de venda da marca. Eu não sei... Mas eu posso afirmar sem medo de errar que esse lance de "icônico" do RO é muito mais uma imagem "criada" pela marca do que efetiva realidade. Sério, vocês acreditam mesmo que um relógio feito em aço para uma clientela ultra rica, que vendeu poucos relógios no seu lançamento e, até meados dos anos 90, era um patinho feio no mundo dos relógios, pode ser considerado algo verdadeiramente, eu disse verdadeiramente icônico? Eu tenho minhas dúvidas...

Neste ponto, eu considero que o Chronomat tem um lugar na história da relojoaria muito maior do que o RO, porque a marca estava defunta e o Schneider teve coragem de dar a cara a tapa e lançar esse troço, em plena crise econômica das indústrias, num design bastante singular e vender pra caralho, a ponto de alavancar a Breitling, nos anos 90, como uma das "majors" do mercado (a marca faz uns 50 a 80 mil relógios atualmente).

Os relógios eram meio vagabundos nos anos 90, o que brilhava como ouro não era ouro, mas folheado, o movimento era um ETA 7750 sem qualquer tipo de acabamento, etc. Mas a marca reabriu as portas, assim como a Ebel o fez com seu modelo Sport Classic equipado com El Primeros, de 1982. Aliás, se eu fosse escolher um modelo "icônico" dos anos 80, o mais icônico de todos, seria esse Ebel, e alguém se lembra dele? Não, graças ao terrível modo como a Ebel foi gerida pela família Blum durante a década de 90, simplesmente jogando por terra o que fez nos anos 80 e, depois, pelo LVMH, ao não lhe dar o suporte devido.

Em síntese, o que eu quis dizer é que há produtos icônicos e produtos icônicos. E há ícones que se fizeram por contra própria, outros criados...


Flávio


Ps Um artigo sobre o Ebel citado no texto

https://monochrome-watches.com/old-school-ebel-sport-classic-chronograph/

Devenalme Sousa

Que relógio massa! Gostei muito de tudo.

AlexandreMed

Gostei.. mas acho q os pushers deveriam ser "cebola" tb, como o antigo


Enviado do meu iPhone usando Tapatalk Pro

igorschutz

Citação de: flávio online 16 Abril 2020 às 14:48:57
Cara, como objeto icônico... Eu não sou muito fã da palavra, mas eu tenho uma opinião sobre o APRO certamente não compartilhada com muitos por aí... Corrija-me se estiver errado, mas vou lançar aqui alguns números aproximados, paciência. Enfim, quando o RO foi lançado, em meados dos anos 70, a produção foi de cerca de 1000 relógios, e estes demoraram uma eternidade para vender. Afinal, não só estávamos em plena crise do quartzo como um RO custava o preço de uns 20 Rolex Submariner, e feito em aço!

Os anos se passaram e, reza a lenda, repito mais uma vez, complementem essa informação, pois estou escrevendo sem pesquisa, a AP fez mais uns 3000 relógios até os anos 90, o que não era uma quantidade pequena para uma "fabriqueta" como ela. E não vendeu tanto assim...

E aí, numa daquelas grandes tiradas de marketing, a AP começou a martelar o troço como "icônico", um design revolucionário na época, uma coisa fantástica, esse blá blá blá todo. Eu sinceramente não sei o que veio primeiro, se o marketing que levou os "Jet setters" a usarem os AP, ou a AP ter percebido que o relógio estava virando cool entre os jet setters e depois passou a marqueteá-lo mais fortemente, o que levou ao desenvolvimento do Off Shore e novos patamares de venda da marca. Eu não sei... Mas eu posso afirmar sem medo de errar que esse lance de "icônico" do RO é muito mais uma imagem "criada" pela marca do que efetiva realidade. Sério, vocês acreditam mesmo que um relógio feito em aço para uma clientela ultra rica, que vendeu poucos relógios no seu lançamento e, até meados dos anos 90, era um patinho feio no mundo dos relógios, pode ser considerado algo verdadeiramente, eu disse verdadeiramente icônico? Eu tenho minhas dúvidas...

Neste ponto, eu considero que o Chronomat tem um lugar na história da relojoaria muito maior do que o RO, porque a marca estava defunta e o Schneider teve coragem de dar a cara a tapa e lançar esse troço, em plena crise econômica das indústrias, num design bastante singular e vender pra caralho, a ponto de alavancar a Breitling, nos anos 90, como uma das "majors" do mercado (a marca faz uns 50 a 80 mil relógios atualmente).

Os relógios eram meio vagabundos nos anos 90, o que brilhava como ouro não era ouro, mas folheado, o movimento era um ETA 7750 sem qualquer tipo de acabamento, etc. Mas a marca reabriu as portas, assim como a Ebel o fez com seu modelo Sport Classic equipado com El Primeros, de 1982. Aliás, se eu fosse escolher um modelo "icônico" dos anos 80, o mais icônico de todos, seria esse Ebel, e alguém se lembra dele? Não, graças ao terrível modo como a Ebel foi gerida pela família Blum durante a década de 90, simplesmente jogando por terra o que fez nos anos 80 e, depois, pelo LVMH, ao não lhe dar o suporte devido.

Em síntese, o que eu quis dizer é que há produtos icônicos e produtos icônicos. E há ícones que se fizeram por contra própria, outros criados...


Flávio


Ps Um artigo sobre o Ebel citado no texto

https://monochrome-watches.com/old-school-ebel-sport-classic-chronograph/

Eu sou da teoria de que foi o ROO quem tornou o RO famoso.
Opinião é como bunda: todos têm a sua. Você dá se quiser.
Opinião é como bunda: você dá a sua e eu meto o pau.

NÃO ACREDITE NO QUE 'FALAM' AQUI, ESTUDE BEM E TIRE SUAS PRÓPRIAS CONCLUSÕES

FALCO

FRM: contra argumentos, não há fatos !!!

benyvitz

Gostei muito, mas precisaria ter opção de pulseira pilot e pushers cebola, estranho que parece que tiraram completamente os antigos de linha, achava-os bem feios mas é muito estranho esta mudança tão radical. Agora o precinho cada vez pior, parece até que estão com demanda de Rolex esportivo.

Jefferson

Nunca gostei dos Chronomat, mas sempre respeitei pela história e pela marca, mas este novo modelo com uma pegada mais moderninha, me desagradaram mais ainda. É de gosto, e eu não gostei, mesmo... Outro elemento que sempre valorizo muito nos relógios é a bracelete e neste novo modelo acho que não acertaram no equilíbrio entre o acabamento (PolidoXFosco) e design dos elos. Para mim, esta bracelete foi o pior de tudo. Mas, os modelos antigos ainda tem o meu respeito...

Jefferson

Citação de: flávio online 16 Abril 2020 às 14:48:57
Cara, como objeto icônico... Eu não sou muito fã da palavra, mas eu tenho uma opinião sobre o APRO certamente não compartilhada com muitos por aí...

...

Em síntese, o que eu quis dizer é que há produtos icônicos e produtos icônicos. E há ícones que se fizeram por contra própria, outros criados...

Flávio


Ps Um artigo sobre o Ebel citado no texto

https://monochrome-watches.com/old-school-ebel-sport-classic-chronograph/

Flávio,

Acho que muito do que citou como méritos da Breitling e Ebel, a AP também teve ao lançar um modelo com o design do RO e numa época não muito favorável. A pequena produção e poucas vendas podem ser explicadas em parte, além do preço abusivo, pelos mesmos motivos citados.

Usar o marketing a seu favor para criar tendência, todas fazem, umas bem, outras mal. A AP, aparentemente fez bem, mas tinha/tem um bom produto para suportar a lavagem cerebral.

Quanto ao preço abusivo, tem o lance de "marketing" de tratar o aço como material nobre em termos de acabamento e preço. O negócio pegou tão bem, que hoje, toda marca que pode... faz...

Quanto a ser ou não ser ícone, eu não sei! Mas o APRO já virou algo tão grande e até inspiração (inclusive de marketing) para outras marcas, que já tem seu lugar na história da relojoaria independente de como conseguiu este lugar. Porque, se for assim, o que dizer da Rolex (e suas listas de espera, modelos de aço com preços de ouro ou platina, etc?) e outras grandes marcas que surfam nestas ondas. De novo, quando podem!

Eu, se tivesse grana para comprar um APRO, certamente compraria uns dois outros relógios gastando menos e ficaria muito mais feliz. Mas aí... já é questão de gosto, creio eu.

Mas achei sua reflexão muito coerente e boa como ponto de vista para questionar o que torna um relógio ícone ou não...

Abraços,

Jefferson.

ejr888

Tenho o catálogo aqui de 2007 sem os pushers cebolinha porém com o cebolão no bezel.

Vou postar com calma para efeito de comparação.

fbmj

#13
Tiraram do baú a pulseira mais feia. As garras do relógio também são bem simplórias.

fbmj

Citação de: flávio online 16 Abril 2020 às 14:48:57
Cara, como objeto icônico... Eu não sou muito fã da palavra, mas eu tenho uma opinião sobre o APRO certamente não compartilhada com muitos por aí... Corrija-me se estiver errado, mas vou lançar aqui alguns números aproximados, paciência. Enfim, quando o RO foi lançado, em meados dos anos 70, a produção foi de cerca de 1000 relógios, e estes demoraram uma eternidade para vender. Afinal, não só estávamos em plena crise do quartzo como um RO custava o preço de uns 20 Rolex Submariner, e feito em aço!

Os anos se passaram e, reza a lenda, repito mais uma vez, complementem essa informação, pois estou escrevendo sem pesquisa, a AP fez mais uns 3000 relógios até os anos 90, o que não era uma quantidade pequena para uma "fabriqueta" como ela. E não vendeu tanto assim...

E aí, numa daquelas grandes tiradas de marketing, a AP começou a martelar o troço como "icônico", um design revolucionário na época, uma coisa fantástica, esse blá blá blá todo. Eu sinceramente não sei o que veio primeiro, se o marketing que levou os "Jet setters" a usarem os AP, ou a AP ter percebido que o relógio estava virando cool entre os jet setters e depois passou a marqueteá-lo mais fortemente, o que levou ao desenvolvimento do Off Shore e novos patamares de venda da marca. Eu não sei... Mas eu posso afirmar sem medo de errar que esse lance de "icônico" do RO é muito mais uma imagem "criada" pela marca do que efetiva realidade. Sério, vocês acreditam mesmo que um relógio feito em aço para uma clientela ultra rica, que vendeu poucos relógios no seu lançamento e, até meados dos anos 90, era um patinho feio no mundo dos relógios, pode ser considerado algo verdadeiramente, eu disse verdadeiramente icônico? Eu tenho minhas dúvidas...

Neste ponto, eu considero que o Chronomat tem um lugar na história da relojoaria muito maior do que o RO, porque a marca estava defunta e o Schneider teve coragem de dar a cara a tapa e lançar esse troço, em plena crise econômica das indústrias, num design bastante singular e vender pra caralho, a ponto de alavancar a Breitling, nos anos 90, como uma das "majors" do mercado (a marca faz uns 50 a 80 mil relógios atualmente).

Os relógios eram meio vagabundos nos anos 90, o que brilhava como ouro não era ouro, mas folheado, o movimento era um ETA 7750 sem qualquer tipo de acabamento, etc. Mas a marca reabriu as portas, assim como a Ebel o fez com seu modelo Sport Classic equipado com El Primeros, de 1982. Aliás, se eu fosse escolher um modelo "icônico" dos anos 80, o mais icônico de todos, seria esse Ebel, e alguém se lembra dele? Não, graças ao terrível modo como a Ebel foi gerida pela família Blum durante a década de 90, simplesmente jogando por terra o que fez nos anos 80 e, depois, pelo LVMH, ao não lhe dar o suporte devido.

Em síntese, o que eu quis dizer é que há produtos icônicos e produtos icônicos. E há ícones que se fizeram por contra própria, outros criados...


Flávio


Ps Um artigo sobre o Ebel citado no texto

https://monochrome-watches.com/old-school-ebel-sport-classic-chronograph/

A lavagem cerebral foi tão grande que tem Zé reloginho que na hora que vê relógio com bracelete integrado já grita: deve ter sido criado ou inspirado no Genta.