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O estado da indústria suíça em 2023

Iniciado por flávio, 20 Março 2024 às 16:04:40

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flávio

Pelo 7° ano consecutivo, a empresa de consultoria Morgan Stanley, em parceria com a LuxeConsult, disponibilizou um profundo estudo sobre o mercado relojoeiro suíço. As tendências verificadas em 2022 persistiram e intensificaram-se: incremento da polarização, com as maiores empresas adquirindo parcelas cadas vez mais expressivas do mercado; e a "premiumização", a criação de produtos mais caros e que reflitam a posição social do consumidor. Indicarei em uma sequência de postagens os mais relevantes dados extraídos da pesquisa. É importante ressaltar, inicialmente, que os smartwatches, ao contrário do propalado há alguns anos, pouco impacto tiveram sobre a indústria suíça de relógios como um todo: com a reabertura do mercado chinês, a Suíça ultrapassou, pela primeira vez, a barreira de 50 bilhões de francos em vendas em 2023, um crescimento de 8%. Duas exceções à "premiumização" foram verificadas: a Swatch teve o maior crescimento entre todas as empresas analisadas (faturamento 63% maior) e contribuiu com 75% do aumento de volume de vendas de toda indústria (900 mil unidades a mais); a Tissot, por sua vez, aumentou em 14% o seu faturamento, impulsionada pela linha PRX (60% de seu crescimento se deve a esta linha específica). Rolex, Audemars Piguet, Patek e Richard Mille subtraíram parcela de mercado de todas as outras empresas, intensificando a polarização: elas respondem sozinhas por 43,9% de todo faturamento da indústria. Os grandes grupos (Richemont, LVMH e Swatch) foram os maiores "doadores" de parcela de mercado, em virtude da performance discrepante de suas marcas. Swatch, Tissot, Vacheron Constantin e Cartier, por exemplo, tiveram bom desempenho; por outro lado, IWC, Panerai, Jaeger Le Coultre e Piaget não, o que impactou o faturamento total dos grupos aos quais pertencem. A Rolex se mostrou como a principal ganhadora de fatia de mercado das demais, ultrapassando, pela primeira vez na história, 10 bilhões de francos em faturamento. Seu domínio de mercado (30,3%) é algo sem precedentes na indústria do luxo (a título de exemplo, a Louis Vuitton, considerada exemplo de concentração o mercado de luxo, detém "apenas" 19% de todo mercado de bolsas).