Sobre tudo o que foi falado aqui, algumas considerações.
Vi o Lifeson pela primeira vez no Belle Vue, em Manchester, mais de 30 anos atrás. Era turnê do "Farewell to kings" que, de brincadeira, chamaram de "Farewell to things". Ali imediatamente aprendi a entende-lo. Tentem encaixar alguma outra nota em algo que ele faça. Não dá. O Rush é uma unidade fechada, qualquer deles é insubstituível.
Não se trata de uma questão técnica, mas de complementação musical mesmo. Há bateristas, baixistas e guitarristas e tiram nota por nota cada uma daquelas músicas, mas, ali, é tipo Mengálvio-Coutinho-Pelé.
E o que me chamou atenção no Lifeson foi que, pela primeira vez, vi alguém tocar pesado com uma Gibson 335. Antes, só tinha visto o Freedie King ao vivo, e uns filmes antigos com o Ritchie Blackmore, que tirava um som horroroso da guitarra, e do Clapton. Com Lifeson, o som vinha gordo, cheio. Depois, vi o Steve Howe. E só - até as 335/345 virarem moda de uns tempos para cá.
Sobre o Jarrett, tirando a passagem dele pela banda do Miles, sempre foi um cara eminentemente acústico. Hão de dizer que o "Koln Concert" é o melhor disco dele. Talvez o mais famoso, mas não o melhor - a meu conceito, claro. "Shades" e "The survivor's suíte" são para mim bem superiores.