Bom voltar nesse assunto... interessante reler tanto tempo depois, e concluo duas coisas: ou o Odets tinha muito pouca experiência em ver muitos movimentos diferentes, ou ele fez um texto apaixonado demais.
Pelo que me parece, ele esperava capricho de Patek num Rolex de entrada, ainda mais naquela época... isso é fora da realidade. Eu aprendi o seguinte nestes anos: se não for para dar manutenção, não olhe relógio nenhum com uma lupa, não importa o preço do relógio, ou você vai achar um bocado de defeitos, e vai se decepcionar muito.
Isso que o Odets constatou nesse Rolex é fichinha. Hoje eu acho algo totalmente dentro do padrão encontrar o que ele encontrou nesse Rolex. Além disso, com outras coisas ele estava totalmente fora da realidade: ele esperava mesmo achar chatons polidos num relógio desse? Tá maluco. Ele tava procurando capricho de Selo de Genebra num relógio desse?
Caras, já vi tanta coisa nessa vida... hoje, honestamente, eu só esperaria perfeição em relógios alemães top (G.O., Lange...), Patek e relógios de mestre relojoeiros independentes. Abaixo disso, há um nível de industrialização que impede o que eu considero perfeito.
Óbvio que não vou citar quem é quem, mas cansei de ver coisas que eu acho completamente inadmissíveis. Coisa que eu, no balcão da loja poderia ver, e devolveria o relógio na hora, sem nem sair da loja.
Já vi roda riscada por pinça em relógio de US$ 20k, já vi ponteiro ridiculamente mal pintado em relógio de US$ 40k... já vi luminoso do mostrador sujo sei lá com que, em relógio de US$ 15k... tô falando de preços internacionais, e tudo marca de alta relojoaria...
Fica a dica: não procurem, pois vão achar. A perfeição está num nível que, até onde sei, ninguém nesse fórum pode atingir.
Vão pensar que eu sou um decepcionado? Não, sou apenas um realista de saber o que é permissível ou não. Eu sempre espero encontrar um "defeito" em qualquer relógio de menos de R$ 100.000,00 ou 150.000,00. Acho normal. Se não encontrar, considero lucro. Se eu não aceitasse essa realidade, teria pulado de uma ponte ou teria ido vender água de côco na praia, na melhor das hipóteses.
Abraços!
Adriano