Quando disse que os relógios parecem para puro deleite, fiz questão de citar o turbilhão que também o é e... Bem, como instrumentos em si, relógios mecânicos são coisas do passado, ultrapassadas! Todos são para deleite. O que quis dizer é que há uma diferença abissal, pelo menos para mim, em tentar repetir o que os mestres antigos faziam, e com as mesmas ferramentas (a exemplo do Roger Smith) e fazer uma roda de jogo (no caso desse), um caça níqueis (GP), etc. Dirão: pô Flávio, você é o cara mais contraditório do mundo, porque curte os aspectos históricos da indústria e parece se esquecer que houve mercados e relojoeiros que só se preocupavam com isso! Sim, vocês têm razão. Quem não já se impressionou com os relógios antigos com autômatos? A minha birra com o Claret não é com o espírito de deleite dos seus relógios, por isso na minha primeira participação coloquei aspas. Minha birra é com O QUE ele escolhe para nosso deleite e visual que dá aos seus relógios. Eu, como disse, não gosto de nada que o cara já fez, mesmo aquele cronógrafo com um mecanismo interessantíssimo. Questão de gosto...
Eu sei lá... Mesmo sabendo que TODOS os relógios mecânicos são para mero deleite, tenho dado cada vez mais valor há anos aos relojoeiros que constroem objetos APARENTEMENTE simples, mas de forma efetivamente artesanalmente, que ao incauto pouco mostram. Acho que citar nomes irá indicar meu ponto de vista muito mais do que tentar explicá-lo. Gosto de caras como Roger Smith, Marco Lang, Philippe Dufour, etc. Simplicidade aparente, talvez essa seja minha busca. Claro, aprecio mecanicamente um relógio da Greubel Forsey; aprecio a estética "mil léguas submarinas", futurista antiga, do Vianney Halter. Mas... Choca-me mesmo a tal simplicidade aparente...Talvez por isso reconheça, como não posso negar, a expertise do Claret, mas seus relógios não são para mim, nem se tivesse grana.
Flávio