Alguns comentários sobre o discutido antes.
Ao contrário dos colegas, não achei o design do movimento feio, pelo contrário. E o acabamento "lixado no sentido do grão" fica muito bonito QUANDO EM RELÓGIOS FOLHEADOS DOURADO, o que não é o caso. Mas proposta por proposta, vejam que esse tipo de acabamento é exatamente o mesmo que a Panerai usa nos seus calibres feitos em casa.
Quanto a ser vantagem ou não algo feito em casa, levando-se em conta a expertise da ETA e fiabilidade comprovada dos relógios, o que temos buscado no hobby é a singularidade dos relógios como um todo. Eu pelo menos busco isso. Por outro lado, ninguém nega que os ETA sejam excelentes movimentos e já disse aqui mil vezes: não tenho nada contra eles, pelo contrário. Tenho contra fábricas que os usam como se fossem algo premium em algumas versões e cobram por isso. Não precisa ir longe, ontem comentei o quão porcarias (pelo preço) eram os Breitling antes do ano 2000. E custavam mais caro do que Omegas equivalentes (por exemplo, speemasters automáticos, etc), que ofereciam os mesmos ETAs, por pelo menos 1/3 a menos mas... Na versão top e ainda modificada tanto esteticamente quanto mecanicamente, o que a Omega sempre fez. Ou seja, quando falamos de movimentos de terceiros, é até mais fácil definir o que "vale ou não vale" no mercado. Sobre o assunto, continuo com a mesma opinião de um texto que traduzi e lancei no site principal há uns vinte anos. Não mudou, passados todos os anos e resumo seu conteúdo assim: só não me enganem sobre o que usam dentro e nem cobrem muito acima do que fábricas semelhantes o fazem, a não ser que me justifiquem o motivo.
http://www.relogiosmecanicos.com.br/ebauche.htmlSobre a possibilidade de uso de módulos, nada de inaudito, isso é feito na indústria há milhões de anos. E creiam, pois não tenho os dados: se esse movimento tiver até uns 4.5 mm de altura, não ficará ruim num crono, basta lembrar que o que mais existe no mercado são módulos depraz acoplados a ETAs 2824, que possuem mais ou menos essa altura. Aliás, prefiro algo mais "robusto" para movimentar um módulo aos movimentos fininhos que só dão dor de cabeça (se alguém pensou nos milimétricos 2892 usados com módulos, pensou certo).
Sobre parear tambores. Não bastasse a necessidade de cordas com menos tensão ao usar dois tambores, parece-me claro que é possível obter melhor isocronismo com dois tambores que trabalham pareados, mas o segundo só passa a funcionar com o esgotamento do primeiro, a um tamborzão com uma cordona que fatalmente será "mais fraca" em grande parte final dela.
Flávio