Tem um caso que é clássico: barretes de pulseiras. O cara leva a pulseira toda sambada, porque soltou um pino e a pulseira abriu. Obviamente, soltou porque gastou até ficar a caveira, e se gastou um, gastou todos. Aí você orça a troca de todos os barretes e buchas. O cliente reclama, que quer que coloque apenas o pino que caiu, que é venda casada, que vai chamar polícia, etc.
Por três vezes em embarquei nessa e fiz o que o cliente pediu. Por três vezes passei cerca de 3 anos consertando a pulseira de graça para o cliente, porque o cliente veio com a conversa de que um soltou porque mexemos no outro. Numa pulseira com 25 barretes, o cliente pagou por um barrete (algo como R$ 8,50) e depois ganhou de graça os outros 24 ao longo de anos, sempre com a mesma ameaça.
Depois de passar por isso três vezes, nunca mais. Mostro na hora que tá tudo soltando, registro, fotografo, e ou faço tudo ou não faço nada. Sai mais barato. Ou ainda, abro a gaveta, pego um barrete, dou de brinde, e o cliente se vira para colocar. Assim ele não pode reclamar de absolutamente nada, pois atendi ele, fiz o que ele queria e não cobrei, o que me exime por completo de qualquer responsabilidade pois eu nem toquei no relógio.
Infelizmente o "Gerson" é a norma, não a exceção.
Uma historinha, que não sei se contei aqui: uma vez um cliente levou um relógio para revisão. A atendente não anotou quantos elos haviam na pulseira. O cliente, quando foi retirar o relógio, mal pegou o relógio na mão e sem contar os elos e nem experimentar o relógio, emendou: "está faltando um elo". Ele vestiu e a pulseira estava de fato apertada. Sem poder argumentar nada e até pensado que pudesse ter sido meso um problema nosso, na desmontagem para polimento, por exemplo, demos um elo de graça. Quando o cliente, que estava com um amigo, foi embora, pegou o elevador, sem saber, junto com um relojoeiro que descia para almoço. O amigo do cliente disse: "aê ein, precisou mentir para ganhar um elo de graça", e deram risada.
Isso infelizmente é bem comum.
Abraços!
Adriano