Olha, existe uma diferença abissal entre o ridículo "certificado Patek" e o Cosc, Geneva Seal, e congêneres. O certificado Patek, como já discutimos aqui, é emitido pela própria marca, o que não faz o mínimo sentido. Ora, já imaginaram se as Organizações Tabajara emitissem um certificado garantindo a qualidade dos seus próprios produtos? Pois é...
Quanto ao custo da certificação COSC, este é ridículo. O COSC cobra, salvo engano, apenas 50 centavos de franco por cada certificação. É claro que para a marca os custos são maiores do que isso, até mesmo porque deve haver uma logística para enviar os movimentos para o COSC, recolhê-los, etc. Isso aumenta os custos, mas de modo algum num patamar que incremente de forma significativa o preço final do relógio.
Quanto à isenção do METAS, na minha opinião, em tese, é o melhor sistema. Não se trata, aqui, da própria fábrica certificando seus relógios (Patek), ou uma entidade privada o fazendo (COSC), mas o próprio governo suíço!
Retornamos, pois, ao tempo em que as análises de instrumentos de medição de tempo eram feitas pelos próprios governos, seja através das suas marinhas ou centros de medição do tempo, o que acho muito bacana. E de acordo com o texto, as normas serão muito mais amplas e restritas do que do COSC.
Porém...
Porém, é óbvio que isso se trata de um instrumento de marketing e "hype" da Omega que, como é notório, faz uns 5 anos pretende voltar a ser a concorrente direta da Rolex, não apenas em qualidade, como NOTORIEDADE. E para isso, precisa apresentar algo que a outra não tenha, sobretudo para justificar... AUMENTO DE PREÇOS!
Afinal, se a Omega tem como objetivo concorrer diretamente com a Rolex, terá que ter preços iguais, porque o consumidor de produtos de luxo, seguindo os ensinamentos de Veblen, acaba seduzido, paradoxalmente, por preços altos.
E creiam: no médio prazo, se a Omega de fato alcançar a notoriedade que tinha até os anos 70, um PO fatalmente custará o mesmo que um SUB, porque nessa época as fábricas de fato praticavam preços semelhantes (a Omega, na sua linha social, tinha preços ligeiramente superiores, na verdade).
Para o consumidor, como abordei há séculos num dos primeiros textos que escrevi, isso não significa muita coisa.
Aliás, se eu prestasse muita atenção em todo esse hype, ficaria feliz com o modelo de certificação de cronômetros da época dos observatórios, que dividia os "aprovados" em grupos. A média era X, mas se fosse atingisse média superior, o boletim seria emitido com um "grade" superior.
Portanto, se fosse para exigir algo neste mercado, ficaria feliz se o COSC continuasse a certificar mas, dentro da certificação, criasse notas, como uma estrela, duas ou três. O relógio poderia ser certificado se atingisse o parâmetro mínimo, autorizado o fabricante a colocar o "cronômetro" no mostrador. Porém, se atingisse algo muito superior, como, por exemplo, no máximo um segundo de variação por dia, poderia agregar estrelas de mérito.
Isso criaria competição entre as fábricas.
Porém, como sabemos, até isso é uma utopia, porque atualmente só 3 fábricas de fato usam o COSC: Rolex, Omega e Breitling.
Flávio