Eu, como já ressaltei no passado, em tópicos inclusive que "pegaram fogo", gostei quando a Hublot lançou aquele que se tornou a referência para a marca, o Big Bang ouro rosa e cerâmica. Este relógio, conquanto semelhante em conceito ao Royal Oak Offshore, mostrou-se revolucionário e sintetizava muito do espírito da relojoaria do século XXI. Bem, eu sempre o achei absurdamente "overpriced", sobretudo por carregar no seu interior um ETA 7750 que, convenhamos, é um bom movimento, mas sem modificações técnicas, completamente despropoposital num relógio de mais de 10 mil euros (a Hublot não faz os seus 7750 em latão, mas numa liga proprietária, e daí? Isso não traz vantagem estética ou mecânica alguma).
Fato é que a Hulbot, na minha singela opinião, virou verdadeira "quimera", porque ao mesmo tempo que lançava coisas bacanas de "haute horlogerie" para impressionar puristas como nós, obcecados com história da relojoaria (vide, por exmeplo, a reprodução do Antiquitera e o La Ferrari), passou a vincular sua imagem ao "Miami way of life". E sim, Miami é uma cidade que chega a ser engraçada, só fui lá uma vez e, quem já foi e a achou muito, mas muito, mas muito over, praticamente brega, como eu achei, talvez entenda o que estou falando.
E isso é muito estranho, porque quer queiram ou não, A IMAGEM DA MARCA ESTÁ SIM VINCULADA ÀS PESSOAS QUE A USAM, e, se assim não fosse, as empresas não investiriam tanto em "endorsers".
Eu, portanto, concordando com o Arthur, vejo a Hublot atual como mero "show off", ainda que, como disse, eles tenham tentado se desvincular dessa imagem com lançamentos horologicamente, eu diria, bastante interessantes.
Atualmente, eu não sei qual o caminho a Hublot irá seguir para o futuro. Digo isso porque os Big Bang ainda são considerados bem interessantes (eu acho, repito mais uma vez), mas seu design claramente não é "clássico" e, como tal, irá ficar ultrapassado. Talvez por isso a Hublot esteja lançando relógios mais clássicos agora, num design mais "clean".
Eu, portanto, que possuo um orçamento limitado para compra de relógios e que seguramente, quando coloco algo no pulso, imagino estar portanto uma verdadeira miniatura de máquina do tempo com histórias sobre mecânica, relacionamentos pessoais, física, etc, não compraria em hipótese alguma um Hublot. Não bastasse a imagem que a marca carrega - e, repito, carrega mesmo, porque seus endorses em regra são rappers e jogadores de basquete - , seu design tende a não se perpetuar. E como eu compro coisas para levar para o caixão, não acharia bom gastar 30 mil reais num relógio que em alguns anos será um reflexo de uma era. Posso estar errado, mas sinceramente não sei se o design do Big Bang, tal qual se apresenta hoje, resistirá à passagem do tempo. A EBEL, por exemplo, que sempre se especializou em fazer relógios de design, nunca conseguiu emplacar algo que a lembrasse como marca. Quanto à Hublot, tomara que eu esteja errado, mas não creio.
Em síntese, opinião, cada um tem a sua. Eu, DANDO APENAS OPINIÃO, não acho que a Hublot valha o que custe, não apresenta na sua linha "normal" grandes inovações, muito embora tenha bala para isso, tanto é que faz coisas estupendas quando quer e, sim, remete-me a uma imagem da relojoaria, do "funk ostentação", que eu sinceramente nunca tive e, para dizer a verdade, foi o primeiro motivo a fazer como que eu quisesse criar o site.
Mas como disse e repito, isso é uma opinião, mera opinião.
Flávio