Olha, a grande crítica que se faz atualmente aos cursos de relojoaria na Suíça (e seu equivalente em Glashutte), é que são excessivamente complexos e duradouros para o que a indústria realmente precisa. Afinal, às vezes o cara senta a bunda na escola, estuda 4 mil horas, uns 5 anos, sai de lá sabendo fazer um relógio de cabo a rabo e... É empregado na indústria para no máximo montar, e quando digo montar, falo repetir tarefas relativamente simples numa linha de produção.
Numa série de livros que tenho aqui sobre a indústria Alemã, a briga entre os professores e empresas sempre foi quanto ao currículo. As empresas queriam currículos enxutos, já especializações, que ensinassem o cabra a fazer tarefas mais simples e, assim, que ele pudesse ser rapidamente absorvido pela empresa rapidamente.
A tônica atual das empresas, pois, é reduzir o ensino ao estritamente necessário para que aquele relojoeiro realize determinada função. Rápido, barato e eficaz.
Por outro lado... Por outro lado, outro dia li uma entrevista com o Roger Smith, que disse que todos os seus 3 ou 4 funcionários, conquanto especialistas durante determinado tempo em alguma parte da produção, tem que passar por todos os estágios. Ele disse que o relojoeiro que trabalha com ele tem que ser capaz de fazer tudo, muito embora não vá fazê-lo no "daily basis", porque pode se isso não ocorresse, a mera demissão de um dos responsáveis por determinado setor em sua empresa (ou atelier, como queiram...), travaria toda produção.
Então chego à conclusão. Uma assistência técnica, e a linha de produção que até mesmo é a tônica da indústria suíça, na qual especialistas constroem determinadas partes que, depois, unem-se num todo, funciona muito bem, até melhor do que com um clínico geral que faz tudo.
Porém, contudo, no entanto, é simplista dizer isso. Um relojoeiro do WOSTEP, como citado acima, seria uma boa aquisição em qualquer assistência autorizada do planeta, isso é fato.
Portanto, reitero o que disse acima, que em nenhum momento mostrou-se demérito para com as assistências daqui. Porém, o que vem além, em qualquer meio, é sempre bem vindo. E repito: não só numa loja de reparos de relógios, em qualquer profissão.
Flávio