Caro Enéas,
Não o conheço e não conhci seu pai.
Mas lamento por vocês dois.
Sua história me calou fundo na alma, pois depois que perdi meu pai e alguns anos se passaram, a saudade tornou-se uma energia viva que sempre me impele a reviver os momentos que compartilhamos juntos.
E foi revivendo um desses momentos que me lembrei de um relógio automático, que ele me deu aos onze anos.
Esse relógio me acompanhou durante minha infância e juventude e aquentou maus momentos.
Já bastante surrado e "fora de moda", pois nasci em 1961 e no final dos anos 70 início dos 80 a moda eram os relógios " à bateria", acabei doando o relógio a um amigo, quando meu pai ainda era vivo, mal sabendo eu a falta que está lembrança me faria.
Bem, numa fase de extrema saudades decidi que encontraria um relógio igual e o restauraria em homenagem a meu pai.
Assim o fiz, e foi isso que me trouxe até este fórum, onde passei a conviver, ainda que virtualmente, com pessoas da mais fina estirpe, como você, que têm histórias semelhantes e que, ao relatá-las, sinto, a cada dia, mais viva a memória de meu pai.
Além do mais, vejo em muitos dos foristas daqui gostos que meu pai tinha e eu orgulhosamente herdei, gostos estes que se tornaram um elo elo de ligação espiritual entre eu e meu pai.
Forte abraço e estou seguro que Deus sustenta o seu pai em seus braços de conforto.
Il capo