Bom dia!
Ogum777,
Você tem razão...
Mas,...
Aproveitando o gancho do seu comentário final eu (me) faria uma pergunta, ou uma reflexão.
<QUOTE>
...
...mas costumes e sensos de estética não se mudam tão rapidamente. mas graças a deus mudam, senão ainda estaríamos nos vestindo assim:
<UNQUOTE>
A (minha) pergunta...
Será que mudou mesmo, ou a ostentação e a espoliação daquelas épocas apenas mudaram de...
...roupagem.
Dá para pensar, ou refletir, não é mesmo?
Alberto
sim, espoliação e ostentação apenas mudam de roupagem.
talvez sejam, alberto, a eterna luta pra ficar na frente da manada. com uma manda de cavalos fugindo dum tigre.
eu li há muitos anos um artigo sobre classe média ascendente em n. york, com estratificação de etnia. brancos ricos consumiam entradas de museus, viagens. e moravam em locais bem localizados do ponto de vista do transporte, não do status. isso valia pra brancos com riquezas de mais de uma geração (lembrando que não se herda muita coisa nos e.u.a., uma vez que a tributação é alta, e americano paga escola pra filho, não deixa casa - como bill gates, com mais de um bilhão de patrimônio deixando US$ 10 milhões pra cada filho, e dizendo que já estão começando com muito mais que ele).
já negros estavam na primeira geração - àquela época - na classe média alta. gastavam bastante em imóveis com fachadas impressionantes, com carros caros e com relógios rolex. ou seja, com formas de mostrar a ascensão, de ostentação.
não difere isso no brasil, embora aqui as riquezas permaneçam por gerações pela via feudal: herança. a se notar a alta mortalidade das empresas nas transições de controle por troca de gerações: no brasil, o rico não tem sucessor, tem herdeiro. são pessoas diferentes, né?
mas se a ostentação permanece, as formas variam de cultura pra cultura. e de geração pr ageração.
por exemplo, a indústria automobilística nunca imaginou quehaveria esse desinteresse por carros nas novas gerações, que já preocupa. nesse sentido esse artigo do n.y. times:
http://www.nytimes.com/2012/03/23/business/media/to-draw-reluctant-young-buyers-gm-turns-to-mtv.html?pagewanted=1&_r=2#a classe média paulistana demonstra algumas mudanças. a ascendente adora o padrão funk ostentação. modelo? jay-z:
http://blog.luxurybazaar.com/jay-z-x-hublot-shawn-carter-classic-fusion-limited-edition-watches/a classe média estabelecida tem seus filhos voltando às moradias no centro, à cultura dos clubes noturnos, às viagens, aos cursos fora. esses não ostentam correntes, mas fotos em locais paradisíacos. e diplomas de caras escolas particulares - as públicas, no ensino superior, continuam sendo limitadas a um padrão de aluno que parece desprezar tudo isso, colocando-se numa postura olímpica.
a modinha hipster, tal qual em outras grandes capitais, é o mais caro iphone combinado com um casio f91w. e uma bicicleta, claro, uma fixa com quadro em aço cromo, ou um dobrável brompton. entre os mais enriquecidos, locais fechados pras baladas. casas especialmente alugadas, barcos e etc. aí, a ostentação é estar nesses locais, é ter acesso...
agora, nós, que somos de outra geração, e desajustados às nossas gerações, é que somos freaks, gostando de orients kd, colecionando seikos 5, discutindo espirais de silício e cometendo heresias aos olhos alheios: afirmar que um omega 300m é melhor que um seamaster 300m é melhor que um sub 300m, p. ex.
como relógio não tem mais a importância que tinha no século XIX, tanto que muita gente vê horas em celular, ou em quaisquer dos montes de relógios quartz pregados por aí. então ele só tem duas funções:
- acessório pra ostentação:
- brinquedinho de doido aficionado:
pq, afinal, quem compra divers automáticos hoje em dia? os mergulhadores atualmente usam computadores de mergulho....
aficionados há em todas as classes sociais, e dialogam entre si. e daí não vale, né? não como recorte de classe. quem num dia tá com um omega e no outro com um KD coloridão... está otivado por outros fatores que não a afirmação social da ostentação. pra nossa sorte, né?
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mas sim, a exploração continua. das mais pesadas, no trabalho escravo, às socialmente aceitáveis: não registrar a empregada...
e claro, o eterno espanto com o que deveria ser a regra, como descrito nesse link, sobre um local onde se pode andar com patek no pulso sem se ser assassinado:
http://blog.daniduc.net/2009/09/14/da-relacao-direta-entre-ter-de-limpar-seu-banheiro-voce-mesmo-e-poder-abrir-sem-medo-um-mac-book-no-onibus/é... todo mundo quer omelete... mas quebrar os ovos ninguém quer.