Ao colega acima. Parto do pressuposto que sabe o princípio básico de funcionamento do escapamento. Se não sabe, primeiro tem que ler esse artigo traduzido por mim a long time ago, in a galaxy far away, que está no site mãe:
http://www.relogiosmecanicos.com.br/escapamento.htmlApós ler, irá perceber que a espiral é o componente mais crítico do relógio e praticamente responsável pela sua precisão (ou não). E as espirais possuem espiras com a espessura de um fio de cabelo, facilmente magnetizáveis e, quando isso ocorrem, colam uma nas outras, alterando completamente a marcha do relógio.
Todo relógio, pois, é de alguma forma resistente ao magnetismo, até mesmo porque nas melhores conformações, a espiral é feita em uma liga metálica praticamente (o praticamente aí tem importância...) não magnética.
Mas campos fortes de magnetismo podem afetar a espiral e, nos relógios militares, costumavam encapsular o movimento em uma gaiola de Faraday, para aumentar sua resistência.
Eu não sei se no uso normal um relógio anti magnético "padrão" se magnetiza tão facilmente assim. O Adriano pode confirmar o que vê na oficina. Porém, há relógios que, mesmo anti magnéticos, iriam para o espaço se não possuíssem uma proteção a mais. O Rolex Milgauss, por exemplo, surgiu nos anos 50 por pedido expresso dos engenheiros do CERN que utilizavam aceleradores de partículas, etc.
O lance da Omega, na minha opinião, é muito mais jogada de marketing. Sim, é bom que um relógio, sem gaiolas de Faraday pesadonas, com o movimento à mostra, etc, possua uma capacidade anti magnética MUITO superior aos antigos. Um Omega, por exemplo, tem pelo menos 15 vezes maior resistência ao magnetismo do que o melhor Rolex nessse campo, o Milgauss.
Mas meu questionamento persiste: nos dias atuais, mesmo com a profusão de mecanismos eletrônicos aos quais estamos sujeitos ao magnetismo, qual é a proporção de relógios "normais" magnetizados, na oficina?
Isso só o Adriano pode responder...
Flávio