Do ponto de vista de negócio, uma empresa como a Invicta comprar outra marca e depois usá-la para atender o mesmo público-alvo que já atendia anteriormente seria desperdício de dinheiro puro e simples. Pra atender o público que gosta de relógios espalhafatosos eles já tem a própria marca Invicta, pra quê gastar dinheiro pra comprar outra?
Usualmente a montagem de um portfolio de marcas visa ampliar o mercado alvo: eles sabem que se oferecessem um relógio Invicta para o público comprador de designs mais tradicionais, este público provavelmente iria torcer o nariz. Restaria a eles, então, tentar atender a este público com outras marcas construídas a partir do zero (mais ou menos como a Seiko fez com a Grand Seiko, ou a Casio fez com a Edifice), ou cortar caminho através de aquisições. O caso em questão aqui parece ser esta última alternativa.
Como os colegas já colocaram, no mercado de relógios há diversos outros exemplos de gestão de portfolio de marcas com relativo sucesso - acho que ninguém vai confundir a qualidade ou o público alvo de um Omega com os de um Swatch mesmo sabendo que as duas marcas pertencem ao mesmo grupo. Com essa estratégia o Grupo Swatch extrai muito mais valor do mercado total do que se tivesse somente uma linha homogênea de produtos "one size fits all" (a la Apple).
É claro que nada impediria uma Invicta de integrar completamente a Glycine no portfolio e homogeneizar toda a sua linha, simplesmente destruindo o valor da aquisição (as grandes corporações de cerveja fazem isso o tempo todo com resultados lamentáveis). Mas o mais lógico seria que não o fizessem.