Penso, com base nas minhas coleções outras, que o mais importante em qualquer coleção é o objetivo da mesma. Por exemplo na minha coleção de canivetes, tenho duas vertentes principais: os antigos canivetes de caça alemães e os canivetes suíços. Na parte dos suíços eles se permitem a subdivisão dos originais e das cópias, apesar de serem cópias de última categoria as quais desmontam apenas ao toque, são válidas para ver a cara de pau de certos individuos. Na minha coleção de armas, priorizo o período colonial norte americano e as do “Oeste” preferencialmente das marcas Winchester, Smith & Wesson e Colt. Entretanto quando se trata de revolveres é impossível não obter as cópias espanholas de Eibar cujas peças são intercambiáveis nos originais da Smith & Wesson. Sendo assim trouxe para a minha parca coleção de relógios o mesmo hábito, isto é, coleciono as peças que provavelmente jamais irão à rua, e uso relógios que são mais fáceis de se adquirir. Se não consideramos os valores em reais, muitas vezes uma cópia é mais rara que um original. Quantos colecionadores podem possuir uma obra de arte e a sua cópia perfeita em uma pinacoteca? Coleção para mim é isso, algo sem fim, algo que nunca conseguimos completar, tipo os antigos álbuns de figurinhas que não conseguíamos completar sem utilizar a cartela de compra direta. Sempre falta alguma coisa, seja pela falta de recursos ou pela falta da peça, a famosa mosca branca. Coleciono algumas coisas há mais de 45 anos e até hoje não consegui tudo que gostaria para fechar um tema. As vezes esfrio um pouco com alguma coleção, depois a reaqueço.
Quanto ao número de relógios para uso pessoal, acredito que seja uma outra situação. Creio que dois tipos sociais, um de ouro, três de mergulho (pois gosto de vê-los sob a água, mesmo não sendo o aparelho de confiança), um bom esportivo com taquímetro, dois para trabalhar e é claro um para o ladrão. Fecho em 10 e acho muito. Salvo aqueles dias em que por algo que não sabemos explicar passamos em uma vitrine e vemos um relógio que achamos bacana e nem sequer sabemos por que, então ele acaba indo pra caixa, e as vezes sai para dar uma volta.