Como já ressaltei aqui, a Rolex ganhou seus primeiros prêmios em competição de observatório, quando isso contava MUITO, quando ainda sequer usava movimentos próprios. Depois, sempre esteve lado a lado com as grandes ganhadoras de competições, numa época que a UTILIDADE do objeto contava como marketing. A título de curiosidade, as ganhadoras ano a ano do maior número de prêmios eram Omega, Rolex, Zenith, Longines e... Patek, acreditem se quiser (digo isso porque a Patek sempre foi uma marca de relógios de luxo, não coisas eminentemente "úteis", se me fiz entender...). Podemos dizer, pois, que a Rolex estava, na época, no mesmo patamar de Longines, Zenith e Omega, que não só eram as tradicionais da indústria, como as maiores fábricas. Não se esqueçam, por exemplo, que quando as três citadas já estavam no mercado há décadas e tinham revolucionado o sistema de produção suíço através de manufaturas integradas próprias, a Rolex sequer existia. E não viria a existir como manufatura de movimentos por um bom tempo...
A grande sacada da Rolex em termos de percepção do consumidor, como também já ressaltei aqui, foi sair dessa competição de "marketing" sobre qual era o relógio mais preciso do mundo (embora nunca tenha abandonado isso, pois competiu nos observatórios até o fim...), foi alterar sua propaganda, de algo que enaltecia unicamente o produto, para quem o usava (e os feitos realizados). Pode parecer bobagem hoje, mas indicar, como a Rolex fez no passado, que fulano ou beltrano usava seus relógios (e sequer eram "endorsers"...), alavancava vendas. Afinal, quem não gostaria de ter um relógio que o presidente fulano ou o pica das galáxias que subiu o everest usava? Pior: a Rolex era tão sagaz que sequer pagava por isso, simplesmente dava seus relógios de "presente" para as personalidades, que depois eram fotografadas usando o troço.
A soma de um bom produto + uma propaganda sagaz fez o nome da marca.
Flávio