Não sei vocês, mas eu fico putíssimo!

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Offline mmmcosta

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Não sei vocês, mas eu fico putíssimo!
« Online: 10 Novembro 2016 às 19:21:10 »
Marcelo

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Re:Não sei vocês, mas eu fico putíssimo!
« Resposta #1 Online: 11 Novembro 2016 às 10:55:58 »
 Prezado

 Me parece documento manipulado na web...

 abs,
" Otempo é a insônia da eternidade "  Poeta Mário Quintana

Re:Não sei vocês, mas eu fico putíssimo!
« Resposta #2 Online: 11 Novembro 2016 às 11:07:18 »
Prezado

 Me parece documento manipulado na web...

 abs,

Os dados são reais amigo

pode conferir :
http://www2.trf4.jus.br/trf4/controlador.php?acao=contracheque_transparencia#


infelizmente os "supersalarios" me incomodam menos que a minha descrença no judiciário  :-\

Re:Não sei vocês, mas eu fico putíssimo!
« Resposta #3 Online: 11 Novembro 2016 às 11:23:28 »
Prezado

 Me parece documento manipulado na web...

 abs,

Dados REAIS e por lei disponíveis a todos os cidadãos.

Além dos valores imorais, acho incrível a baixa diferença entre valor bruto e líquido na maioria dos casos.

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Offline mmmcosta

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Re:Não sei vocês, mas eu fico putíssimo!
« Resposta #4 Online: 13 Novembro 2016 às 23:50:33 »
É uma pouca vergonha.

E os 60 dias de férias, além dos recessos e feriados prolongados?! Conforme um ex-desembargador, trabalham menos da metade do ano:

"Desta forma, o judiciário do país está de férias, de recesso ou no gozo de feriado durante 203 dias, trabalhando, portanto, pouco mais de 160 dias no ano; com este raciocínio, conclui-se que para cada dia de trabalho o magistrado tem mais de um dia de folga."

http://m.migalhas.com.br/depeso/84805/recesso-no-judiciario

Artigo publicado originalmente no Correio Brasiliense.

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Marcelo

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Offline nlss33

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Re:Não sei vocês, mas eu fico putíssimo!
« Resposta #5 Online: 14 Novembro 2016 às 08:23:04 »
É foda...

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Re:Não sei vocês, mas eu fico putíssimo!
« Resposta #6 Online: 14 Novembro 2016 às 09:17:30 »
É foda...

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Muito.

E se tem um cara pelo qual tenho enorme respeito é este ex-desembargador. Imaginem as represálias que ele sofreu à época da publicação do artigo!
Marcelo

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Re:Não sei vocês, mas eu fico putíssimo!
« Resposta #7 Online: 14 Novembro 2016 às 09:45:34 »
Também sei de um desembargador aqui que é "contra o sistema". Ele igualmente sofre as consequências de seu posicionamento. E o pior é que quem tá certo sofre a represália.

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Marcelo

Re:Não sei vocês, mas eu fico putíssimo!
« Resposta #9 Online: 15 Novembro 2016 às 08:59:11 »
Quando eu falo que o Brasil é um pais de Lixo essa é uma das razões, apenas uma.
Rolex ou Rolex.

Fórum Genérico, respostas genéricas.

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Re:Não sei vocês, mas eu fico putíssimo!
« Resposta #10 Online: 15 Novembro 2016 às 10:43:10 »
Quando eu falo que o Brasil é um pais de Lixo essa é uma das razões, apenas uma.
Verdade. É muito difícil não generalizar. E os bancos, que lucram o que empresas enormes faturam? O país em crise horrorosa, se desindustrializando, se acabando, mas os lucros estratosféricos dos banqueiros se mantém.
Marcelo

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Re:Não sei vocês, mas eu fico putíssimo!
« Resposta #11 Online: 15 Novembro 2016 às 13:00:04 »
O nosso sistema é podre, de castas e privilégios.
Marcelo

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Offline raulfragoso

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Re:Não sei vocês, mas eu fico putíssimo!
« Resposta #12 Online: 15 Novembro 2016 às 15:29:07 »
O sistema é podre, mas o mais triste é ver grande parte dos formandos em Direito almejar uma posição nesse sistema justamente por conta dos salários altíssimos e os benefícios surreais - basta olhar o gigantesco mercado e a "profissionalização" dos cursos preparatórios para concursos públicos no Judiciário, que é apenas a porta de entrada.
"It's easy to make something complicated, but much less easy to make it simple." - François-Paul Journe

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Re:Não sei vocês, mas eu fico putíssimo!
« Resposta #13 Online: 15 Novembro 2016 às 17:08:42 »
O sistema é podre, mas o mais triste é ver grande parte dos formandos em Direito almejar uma posição nesse sistema justamente por conta dos salários altíssimos e os benefícios surreais - basta olhar o gigantesco mercado e a "profissionalização" dos cursos preparatórios para concursos públicos no Judiciário, que é apenas a porta de entrada.
Marcelo

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Re:Não sei vocês, mas eu fico putíssimo!
« Resposta #14 Online: 16 Novembro 2016 às 09:07:07 »
"Com auxílio-moradia para seus juízes e desembargadores, o Tribunal de Justiça gastou de janeiro a outubro deste ano R$ 37 milhões. No total, nos dez primeiros meses de 2016, os magistrados receberam ainda R$ 15,5 milhões para alimentação; R$ 2,5 milhões de auxílio pré-escolar (para aqueles que têm dependentes até 7 anos), R$ 4,49 milhões de auxílio-educação e R$ 7,47 milhões de indenização com transporte (magistrados de primeiro grau)."

O Globo, 13/11.

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Marcelo

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Re:Não sei vocês, mas eu fico putíssimo!
« Resposta #15 Online: 16 Novembro 2016 às 11:06:53 »
"Quem estoura os tetos não são os servidores que tomarão ferro com a reforma da Previdência ou os que estão sendo chamados a pagar a conta da farra do Rio de Janeiro. Estourar teto é coisa para maganos, grandes burocratas, magistrados e até mesmo professores universitários."

"Cada corporação beneficiada embolsa em silêncio, deixando a defesa de seus interesses a cargo de vagas associações de classe. A dos magistrados chegou a criticar os ministros do Supremo que condenaram as "gambiarras" e "puxadinhos" que levam os salários de desembargadores a R$ 56 mil (MG), R$ 52 mil (SP) e R$ 39 mil (RJ), quando o teto salarial dos servidores é de R$ 33,7 mil. Um levantamento dos repórteres Eduardo Bresciani e André de Souza mostrou que a Justiça tem pelo menos 13.790 servidores ganhando acima do teto.

Chega a ser uma malvadeza acreditar que o Judiciário é o pai da farra salarial dos marajás. Ele é apenas o mais astuto e, muitas vezes, o mais prepotente. Podendo ser parte da solução, decidiu se transformar em paladino do problema.

Trump e Bloomberg toparam trabalhar por US$ 1, mas são bilionários. A magistratura brasileira poderia limpar esse trilho, decidindo que nenhum servidor, a qualquer título, pode levar para casa mais de R$ 33,7 mil mensais. Ninguém passará fome.

Infelizmente, em junho passado o juiz mineiro Luiz Guilherme Marques pediu para ficar sem o seu reajuste enquanto durar a crise da economia nacional. Dentro da lei, ele ganha R$ 41 mil líquidos. O Tribunal de Justiça de Minas Gerais indeferiu seu pedido, pois salário é coisa "irrenunciável"."

Coluna de hoje do Élio Gaspari.
Marcelo

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Offline Dicbetts

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Re:Não sei vocês, mas eu fico putíssimo!
« Resposta #16 Online: 16 Novembro 2016 às 12:49:22 »
Mas você acha que chegou a esse ponto como?

Se os três poderes não atuarem em conjunto para jogar para baixo do tapete seus podres, não existe benesse.

A falência do Rio (só para dar um exemplo concreto) é um trabalho de anos de governos irresponsáveis, legislativo agachado e judiciário conivente. Os três se ajudam e se protegem.

Mas não terminou aí. Quase 100% do empresariado nacional apostou pesado nesse conluio.

Não vou nem nas empreiteiras agarradas na Lava Jato. Basta frequentar os corredores da Firjan (para continuarmos no Rio). Doutor Eduardo Eugênio (cabeça da família Gouveia Vieira, ex-sócia dos Peixoto de Castro na refinaria de Manguinhos, que passou ao grupo Andrade Magro, que deve bilhões ao Estado do Rio) não perde o apetite nos almoços na sede do Jockey Clube, na Avenida Antonio Carlos - bem pertinho da Firjan, ali na Graça Aranha.

O Brasil é um país filho da puta, padrasto. Mas tem que ver quem tornou esse país filho da puta.

É muito mais gente do que se imagina. E vai da direita à esquerda, passando pelo centro e por aqueles que jamais tiveram convicção de porra nenhuma.

Dic


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Offline mmmcosta

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Re:Não sei vocês, mas eu fico putíssimo!
« Resposta #17 Online: 16 Novembro 2016 às 13:41:19 »
Excelente contribuição, Dic, como de costume. Conluio, a propósito, é definição precisa.

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Marcelo

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Offline flávio

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Re:Não sei vocês, mas eu fico putíssimo!
« Resposta #18 Online: 16 Novembro 2016 às 14:01:53 »
Olha, ai de mim defender esse estado de coisas, mas como sou do MP e, por simetria, tenho salário igual ao de juízes, valem alguns esclarecimentos, sem sequer analisar o mérito da coisa.

- Não há juiz da União (Justiça Federal e do Trabalho), ou membro do MPU (MPT, MPDFT, MPF e MPM) que TENHA INGRESSADO DE 2002 PARA FRENTE, recebendo mais do que cerca de 24 mil reais líquidos por mês (incluídos aí o rumoroso auxílio moradia, de 4300 reais e alimentação, cerca de 800), SALVO NOS DOIS MESES DE FÉRIAS, porque aí incidem terço de férias e parcela de 13o, que todos os trabalhadores, sejam públicos ou privados, recebem. No caso do MPU a lei ainda permite que, dos 60 dias de férias por ano, o promotor ou procurador opte por não gozar 20 e receba isso em dinheiro, afinal, ninguém trabalha de graça. Meu contra cheque durante 10 meses no ano, pois, gira em torno de 23 mil e pouco líquidos, SALVO EM DOIS MESES, que bate quase o dobro disso. Repito: NÃO HÁ, POR MAIS QUE A IMPRENSA DIGA QUE HÁ.

- Ah Flávio, mas esses contra cheques acima são então fictícios? Não, não são. Infelizmente não são... O que infla os salários aí. COM CERTEZA A PAE (Parcela autônoma de equivalência). O que é isso? Pode parecer mentira, mas os salários de juízes e promotores não eram iguais aos de deputados até o início dos anos 2000 (por isso citei 2002 acima). Na verdade, juízes e promotores não ganhavam lá muito bem no passado. Para terem uma base, meu salário de promotor em 2002 na Bahia era de 4100 reais líquidos. Ah Flávio, 2002! Bem, para terem uma noção, eu pagava (para minha mãe, caso contrário seria mais caro) uma prestação de um Pálio 1.0 de 1000 por mês (o carro custara 24500 na época), mais uns 1000 de aluguel em Ondina, 1000 para viver, não sobrava muita coisa... Voltado a PAE. Todas as verbas que deputados recebiam, POR SIMETRIA constitucional, deveriam ser estendidas a juízes e promotores, e não o foram. Alguns juízes e promotores entraram na justiça e conseguiram equiparação, reavendo o que desde 1988 não havia sido pago. Para terem uma noção de valores, em 2002, um juiz com uns 10 anos de carreira poderia receber um milhão de reais em atrasados.

As associações começaram a ingressar na justiça e ganhar, porque o pedido não é sem cabeça, muito embora de moralidade discutível... Lá pelas tantas, isso foi estendido administrativamente DE ACORDO COM A POSSIBILIDADE DE ORÇAMENTO. E é sim uma bolada e é sim um absurdo, mas isso não é pago todo mês como quer quer a imprensa, pelo menos não nesses valores.

Por exemplo, em instituições pequenas, como STF, STJ, etc, é possível pagar os recursos uma vez por ano, o que explica alguns salários de 200, 300 mil uma vez no ano. Em outros locais não... O MPDFT dividiu isso em zilhões de parcelas, todo mês, mas em valores menores, digamos, 5 mil por mês durante uns 15 anos (aqui estou dando exemplo, os valores não são exatamente esses). Mês a mês, pois, poderão ser observados colegas recebendo ACIMA DO TETO, porque ingressaram antes de 2002 e estão recebendo atrasados.

- Na Justiça de Estados e MPEs, a história é outra, completamente diferente, e aí sim existe algo muito pior do que a PAE: criação de verbas indenizatórias sem pé nem cabeça, de auxílio paletó a livros, em valores altíssimos. E tudo isso com "conivência" do legislativo local pois, o que é criado para um poder, estende-se aos demais. A maior bagunça reside nos Mato Grossos, com juízes e promotores recebendo, mês a mês, cerca de 40 paus líquidos. Mas estende-se também aos estados do sudeste e norte. No Nordeste normalmente não há o pagamento. No RS, por exemplo, sei que juízes e promotores estão ganhando bem aquém do resto do país, cerca de 15 mil reais líquidos mês.


Em resumo. Há sim uma zona no que diz respeito ao regime de subsídios. Porém, mesmo onde há a zona da PAE, essas verbas não são pagas mês a mês, salvo se em valores menores. Quem entrou depois de 2002 não recebe PAE. E nos Estados... Bem, aí sim existe uma bagunça fodida que precisa ser analisada.



Flávio

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Offline raulfragoso

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Re:Não sei vocês, mas eu fico putíssimo!
« Resposta #19 Online: 16 Novembro 2016 às 14:16:15 »
“Quando você perceber que, para produzir, precisa obter a autorização de quem não produz nada; quando comprovar que o dinheiro flui para quem negocia não com bens, mas com favores; quando perceber que muitos ficam ricos pelo suborno e por influência, mais que pelo trabalho, e que as leis não nos protegem deles, mas, pelo contrário, são eles que estão protegidos de você; quando perceber que a corrupção é recompensada, e a honestidade se converte em autossacrifício; então poderá afirmar, sem temor de errar, que sua sociedade está condenada.” - Ayn Rand (autora do excelente livro A Revolta de Atlas)
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