Acredita que li a resposta do Lago com fotos e vim pensando nisso no carro até o trabalho, quando então lançaram as discussões seguintes, antes mesmo de eu postar meus questionamentos, quase todos esclaredidos, o que faço agora.
Normalmente cria-se um "mantra" na relojoaria de que tal sistema é "melhor" do que outro, mas sem que saibamos muito bem porque falamos isso. Exemplo? Roda de colunas vs came. Ora, todos os cronos que já tive com CAME sempre pareceram-me mais macios e precisos no acionamento. Portanto, nesse ponto eu não consigo eleger a roda de colunas como "melhor". Já disseram alguns que como no came o ponto de contato é sempre único, o desgaste é maior, enquanto na roda de colunas se divide em vários. Até concordo. Mas isso não qualificada o sistema como "melhor" para o qual foi criado, que é simplesmente computar a passagem do tempo.
Eu prefiro a roda de colunas porque é mais tradicional, tem um visual mais bacana olhado no movimento e só. As outras questões eu nem penso.
Crono com embreagem vertical. O troço já existia desde os Seikos, mas se "popularizou" mesmo com os Piguets. Teoricamente, tem vantagem do desgaste diminuído (teórico, como ressaltado acima) e redução dos "saltos" dos ponteiros. Curioso... Nenhum relógio que tenho possui o sistema e nenhum dá qualquer salto, com exceção do Longines Avigation, mas atribuo seus diminutos saltinhos eventuais à tosqueira da construção do mecanismo.
Eu particularmente não sou fã de coisas que complicam os relógios e, salvo engano, o que mantem o atrito na embreagem é um anel de borracha. É isso mesmo? Eu não gosto dessas coisas dentro de relógios, porque o seguro morreu de velho...
Salto por salto, a Patek faz tudo do modo tradiciional, com o braço oscilante, e com alteração de perfil de dentes, diz que não há salto algum. Eu não duvido.
Visualmente, fica muito mais bonito, isso é fato.
O pinhão oscilante normalmente não dá para ver bem o funcionamento, mas depois que disseram, fui olhar e a única coisa que altera (visualmente falando) para o interessado, é que a ponte que se desloca é diminuta, não ha uma roda, mas um pinhão e, portanto, não visualmente tão bacana.
Em resumo. Eu sinceramente não consigo dizer se um sistema é mais ou menos "nobre" do que o outro. Para mim, isso não é de modo algum decisivo na escolha do cronógrafo. Eu, particularmente, acho os cronos tradicionais mais bacanas - e até o El Primero se encaixa aí - porque possuem um monte de alavancas, certa "tridimensionalidade" no design. Gosto disso.
De que adianta fazer um crono tecnicamente perfeito, como os novos Omega 9300, com roda de coluna, embreagem vertical, escapamento coaxial, etc, se o troço parece um motor de carro esportivo atual, com apenas um anteparo por cima, que não permite ver nada?
Comparem, por exemplo, os motores das Ferrari atuais, que parecem um gabinete de computador, aos antigos, com um monte de canos saindo para lá e para cá, cabos, carburadores, etc, tudo polido e bonito de ver. Hoje não se vê nada!
Portanto, independentemente de esse "motor" da Glashutte usar isso ou aquilo, visualmente atraiu-me muito.
Fláviio