Essa conversa toda me lembra a discussão que há em economia sobre "mercados eficientes".
Há os economistas que sustentam que você é capaz de avaliar o valor intrínseco de um bem, compará-lo ao preço de mercado, e determinar se ele está "caro ou barato" (logo, o mercado seria "ineficiente"). Algo como dizer "está caro demais para um Seiko, ou para este Seiko, dadas as características do relógio".
Aí há os outros economistas que sustentam que o preço de mercado de um bem já embute a avaliação de todo mundo que compra e vende e, por isso, representa adequadamente o que o bem "vale" (logo, o mercado seria "eficiente"). Algo como dizer, "se as pessoas pagam este preço por um Seiko é porque vale, e seria meio inútil discutir porquê".
Em 2013, o pessoal que concede o Prêmio Nobel de Economia julgou que a questão era importante o suficiente para merecer um prêmio. Aí, vejam só,
concederam o prêmio simultaneamente a pesquisadores que defendiam os dois lados da questão (Fama, pelo lado da eficiência, e Shiller, pelo outro lado).
Se nem a turma do Nobel conseguir escolher qual lado estava certo, imagina a gente aqui
(obs: aqui eu "supersimplifiquei" a questão só pra ilustrar, as definições e discussões técnicas sobre esses conceitos vão bem além disso [e também do que eu sei sobre o tema])