Dois aspectos na sua pergunta. O primeiro deles é uma assertiva, no sentido de que relógios de marca cara precisam de revisões de 5 em 5 anos. Depende... Não há como determinar isso. Pode acontecer de o relógio precisar de revisão antes ou depois, dependendo do uso. Como já ressaltei aqui, muito embora isso também não seja receita de bolo, o melhor método (pelo menos "não invasivo") de se averiguar a necessidade de revisões é a colocação do relógio num timer. Se a amplitude do balanço estiver baixa, é necessário revisão. Se estiver ok, não mexa com isso... E isso sem contar a necessidade de se averiguar, de tempos em tempos, se a resistência do relógio a água está ok. Exemplos de marcas famosas que arregam cedo, pelo menos na minha experiência de ouvir dizer e não porque estou em campo, isso só o Adriano pode afirmar? Qualquer coisa extra plana, pois as tolerâncias de lubrificação e encaixe das peças tendem a ser diminutas e mais fáceis de arregar. Exemplo de algo que todos nós vemos por aí direto? Os ETA 2892 normais... Devo ter sido agraciado pela má sorte, mas todos que conheço arregam com uns 5 anos no máximo, disse no máximo, e não no escapamento, mas sistema de carga e aí só revisando. Por outro lado, os Rolexes, qualquer um deles, tendem a aguentar o rojão por mais de 10 anos sem arregar e, sendo abertos, sem desgaste aparente.
Sobre os relógios baratos que ressaltou. O problema, aí, mais uma vez são as tolerâncias (o conceito não é exatamente esse, mas serve para o que quero dizer). Num Patek, por exemplo, o eixo de uma roda gira num mancal ultra super preciso, sem qualquer folga. Fazem isso para aumentar a precisão do relógio, etc. Porém, se um graozinho de poeira cair ali, o relógio irá parar... E se o lubrificante secar, idem. Num Seiko desses 7s26, que não pegam um ajuste de precisão NEM A PORRETE, é capaz de você jogar um caminhão de areia dentro e, devido aos maiores "espaços" entre as peças (mais uma vez, repito, estou simplificando MMMMMMMMMMMMMUIIIIIIIIIITO O CONCEITO, ao bem da ideia que quero passar), que ele não vai parar.
Resumindo. Os suíços, em relógios de precisão, foram muito sagazes ao construir mecanismos que, para o que foram feitos, marcar o tempo com extrema precisão, são perfeitos. Mas no caminho, tornaram as máquinas com pouca margem para erros. Nas marcas mais simples, o tempo pode não ser marcado de forma tão eficaz, mas em compensação, possuem maior durabilidade a revisões. Mas pode ter certeza, não tem seiko ou orient que rode até parar e, ao ser aberto, não esteja um caos dentro.
Flávio