Na minha percepção, o que acontece é que a TAG-Heuer reconheceu o valor de marketing da "heritage" Heuer.
Já faz tempo que a TH vem trabalhando para aquecer o mercado vintage - o primeiro movimento que me lembro foi no amplo apoio que deu ao leilão da coleção do Arno Hasslinger, depois a criação de uma diretoria dedicada à valorização da "heritage" e a construção de um sensacional museu.
Já há alguns anos a TH promove encontro de colecionadores. A iniciativa de vender vintages em boutiques também faz parte dessa estratégia. Esse "globetrotter" certamente vai aquecer o grande leilão de relógios da marca que será conduzido pela Phillips em novembro. Tudo isso gera divulgação em torno da marca. Além disso, os colecionadores são, em geral, endinheirados e são fiéis compradores dos modelos top de linha da marca. Nada melhor para a marca que esses caras vejam que o fabricante trabalha para valorizar o que eles colecionam.
Ou seja, não acho que seja "só uma jogada". Nem é "só" - pois é parte de uma estratégica com múltiplas ações - e nem é "jogada", pois é um esforço muito bem articulado de marketing.