Um Omega Speedmaster está datado no design? Um Datejust? Um Daytona? Um Tank?
Enfim, há designs que envelhecem bem, outros não. Quem não se lembra de vários designs "icônicos" dos anos 90, uma década que me lembra na relojoaria a dos 70, com alguns excessos, que não se mostraram tão "icônicos" assim com o passar do tempo?
Voltando ao Patek esqueleto. Não sou muito fã de relógios esqueleto e, nesse caso em particular, o "excesso" do trabalho de detalhamento no "mostrador" ficou mais pesado ainda com o uso de um intrincado bracelete de ouro. Haja ouro aí! Mas sou suspeito, acho que pouquíssimos relógios ficam bem com braceletes em ouro e, para dizer a verdade, nem mesmo os Rolexes totalmente em ouro são do meu gosto.
O problema aí, pois, não é o trabalho de esqueleto, que é primoroso,basta prestar atenção nas fotos. O problema aí são os excessos... Talvez se esse relógio estivesse com um bracelete em couro marrom, não ficasse tão pesado. É uma peça de museu? É CLARO QUE É! Pelo menos no sentido de ser uma pequenina obra de arte que, MESMO EM TEMPOS passados, era especialidade pouco usada na relojoaria. E aqui vale um rápido contexto histórico... Relógios gravados NUNCA foram tônica na relojoaria e tiveram seu auge através da Bovet, que fazia relógios em pares todos gravados (e alguns esqueleto), para conquistar a nobreza oriental, sobretudo chinesa.
Quem é o mercado atual para esse tipo de relógio? E vou além: quantos relógios desse a Patek fabrica por ano? Um? Dois? Ela o fabrica para demonstrar que pode fabricá-lo.
Em resumo, não acho que os designs da Patek em geral estejam datados. Esse relógio está sim datado, mas ele já nasceu datado, assim como todo esqueleto feito na relojoaria, mesmo há 50 anos...
Flávio