Pois minha visão da coisa é a seguinte: TEORICAMENTE o novo movimento é sim melhor. Não vou aqui entrar nos méritos do 2824, porque adoro o movimento, aliás, o acho muito foda, mesmo com sua reduzida (e irritante no uso não contínuo) reserva de marcha. Estou falando do "original", não essas modificações ETA de 80 horas que Mido, Tissot, etc estão usando. Enfim... A questão aí, como disse o Adriano, pelo menos pelo que entendi, diz respeito ao projeto ser recente. Podem dizer que a Rolex é isso, que a Rolex é aquilo, patati patatá, que testou o troço cinco anos mas... Pô, se até BMW top de linha sofre recall por causa de erros de projeto não previstos pelo fabricante, o que dizer de uma fábrica de relógios? O problema aí, então, é comprar não um relógio que CERTAMENTE é melhor pelas especificações técnicas, mas que ainda está na sua infância, não foi colocado a prova. E o Adriano está dentro do sistema e, por questões morais, sequer pode dizer o que vê nas oficinas, mas as merdas ocorrem. Aliás, as empresas de relojoaria são de uma DESFAÇATEZ sem tamanho sobre isso, deixando o consumidor a ver navios e, em alguns casos, cobrando por revisões quando o relógio quebra, ainda que fora da garantia, por culpa sua. Ou alguém aqui vai me convencer que a mola dos calibres 8500 da Omega quebra por mal uso? Ou que o lixo dos primeiros sistemas de carga dos calibres Audemars Piguet, sim Audemars, ocorria por falta de lubrificação? Não precisa ir longe, hoje é fácil ter acesso aos manuais técnicos da Omega, para citar um exemplo, e, conquanto a marca deixe a desejar em comunicar OS CONSUMIDORES, pelo menos explica tintim por tintim o que está modificando versão a versão nos seus relógios. Outro dia coloquei aqui o calibre 3133 como exemplo, que passou por 4 versões, corrigindo um MONTE de falhas de projeto em alavancas que se quebravam, molas que estouravam, etc. Vocês acham que a Rolex foi ungida pelos Deuses e não tem defeitos? Ora, só num grupo do qual participo de zap zap, uns 3 GMT master tiveram o MESMO problema da Omega de quebra de mola do câmbio de horas. Vão me dizer que é mal uso? Pô, não é! E esses calibres estão aí há década!
Em resumo, eu também compraria o Tudor novo, seu movimento é em TUDO que dize respeito a relojoaria melhor do que um ETA 2824 mas... O 2824 está no mercado desde os anos 70 (pelo menos sua gênese), sendo que já mostrou ao que veio. O novo calibre Tudor não... Daqui uns anos conversamos de forma abalizada e definitiva.
Flávio