Confesso que, às vezes, as desconstruções do Speake Marin se tornam enfadonhas, por não possuírem explicações técnicas que enalteçam as fotos. Não essa... Para quem não sabe, Breguet fez a fama de maior relojoeiro da história e todos acham, até hoje, que ele de fato colocava a mão na massa em muita coisa. Isso não é verdade... Já no final dos século 18, com Breguet bem estabelecido, seu empreendimento já era mais ou menos como as marcas independentes atuais, com muita divisão de trabalho (cerca de 40 pessoas trabalhavam para ele). Sim, tudo era feito artesanalmente, mas com divisão de trabalho, caso contrário teria sido impossível à marca, enquanto Breguet viveu, ter produzido cerca de 5 mil relógios. Desses 5 mil relógios, quase um quinto foram Souscriptions, relógios mais "simples" de um ponteiro que Breguet vendia a prazo, algo raro na época. Apesar de o relógio se "simples", com apenas um ponteiro, possuía um escapamento de cilindro em rubi, algo raríssimo na época, porque o tubo tinha que ser lapidado (torneado) de uma pedra verdadeira. O acabamento geral e confiabilidade do sistema foram colocados a prova pelos séculos e nunca apresentaram muitos problemas, basta ver o estado desse relógio, que tem mais de 200 anos. Mas não só. O relógio possuía um sistema de compensação de temperatura por tira bimetálica, algo inventado por Harrison pouco tempo antes. Vejam que o acabamento do relógio, mesmo hoje, é bastante satisfatório e não há desgastes aparentes. É uma coisa que se desse pau, um bom relojoeiro conseguiria reparar. O mais impressionante é o visual dos atuais La Tradition, claramente inspirados nos Souscription de outrora. Vejam só
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