Smartwatches duram 2/3 anos. Quartz em torno de 10 anos. Mecânicos bons duram uma vida.
Não há dúvida que as três "espécies" conviverão simultaneamente, porém, penso que o enfoque da discussão é a proporção que cada "espécie" ocupará do mercado.
Os smartwatches estão inundando o mercado e certamente ocuparão o espaço dos relógios quartzo como "medidores de tempo" de massa. Já estes ocuparão um nicho, tal qual hoje ocupam os relógios mecânicos.
Dois dos maiores entraves dos smartwatches (além do aspecto grosseiro que mencionei na minha primeira mensagem deste tópico) são a pequena autonomia da bateria e a obsolescência programada.
A autonomia da bateria é uma discussão que já se teve em outros círculos, na época em que os smartphones começaram a tomar o lugar dos dumbphones (circa 2007-08).
Sempre havia quem argumentasse que precisar recarregar o aparelho diariamente afetaria a adoção dos smartphones por parte expressiva da população (viajantes, exploradores, pessoas de baixa renda, etc.). Hoje em dia, com o mercado de smartphones consolidado em tão pouco tempo, vemos que essa questão não foi propriamente uma questão. As pessoas hoje em dia ainda reclamam da baixa autonomia, mas continuam com seus smartphones e segue a vida.
Já a obsolescência vejo como um ponto mais relevante, mas também enxergo paralelos com a comparação "smart vs. dumbphones". Os smartwatches ficam obsoletos em relação à conectividade e com a sua "esperteza", mas, mesmo autonomamente, continuam capazes de marcar as horas e oferecer outras funções, tais quais um relógio quartzo qualquer. Ou seja, para quem só quer ver as horas, um smartwatch não fica obsoleto tão rápido, assim como para quem só quer fazer ligações, um smartphone qualquer dura anos e anos.
Mas os smartwatches atuais estão longe da maturidade, então, penso que por mais um bocado de anos as pessoas vão trocar seus smartwatches por modelos mais modernos com bastante frequência, até que se chegue em um estado das coisas onde essa troca será mais eventual, tal qual ocorre com os celulares hoje.
Há sete ou oito anos, era normal vermos pessoas de renda mais alta trocarem seus smartphones anualmente, pois as atualizações entre cada lançamento de celular eram expressivas. Hoje em dia, os celulares chegaram a um nível de maturidade tal que mesmo os mais entusiastas por tecnologia pensam em trocar seus smartphones somente a cada dois ou três anos.