Igor, obrigado pelas críticas. Lembre se, porém, que os suíços, na época da fundação da iwc, não faziam nem ideia dos métodos que estavam sendo implementados nos EUA. Aliás, Ariosto Jones, tendo trabalhado com Howard, um dos fundadores da Waltham original, queria justamente implementar na Suíça, e aí poder trabalhar com o melhor dos mundos, o método americano, como você bem ressaltou. A questão salarial da Suíça na época, foi uma escolha minha, era de somenos, e explico. Como ressaltei no texto, o ponto fundamental do sistema americano não é a produção em massa; não é, também, a divisão de trabalho. Afinal, o que se fazia na Suíça na época, pulverizar as diversas etapas de produção entre um monte de "oreia seca", já era feito na Inglaterra. Dividir a produção artesanal, e o vocábulo artesanal aí é fundamental, entre dezenas de etapas, ainda que muitas delas relativamente simples, e entre trabalhadores não tão especializados (lembre se que os suíços do Jura eram em regra fazendeiros), de fato gerou um incremento de produção em comparação ao modo anterior, quando um artesão fazia sozinho todo trabalho. O sistema americano, no entanto, causou um aumento de magnitude de outro patamar. Para ter uma noção, a Longines pré Davis fazia 20 mil relógios ano, com divisão de trabalho e poucas máquinas. Pós David, 90 mil por ano, como divisão de trabalho, muita máquina e certa terceirização de trabalhos especializados. A Waltham da epoca já estava na casa de um milhão de relógios por ano! O sistema americano é o sistema da máquina inteligente e do trabalhador burro, assim como hoje. As máquinas atuais para construção de coisas complexas, como um carro, são tão inteligentes que você consegue treinar um mico amestrado para opera la. E pior: ele sequer saberá que está fabricando um carro, tal a divisão de trabalho entre máquinas complexas, mesmo que ao final do dia o carro saia pronto da fábrica. Em resumo, o ponto nodal do sistema americano é a máquina inteligente, não a divisão de trabalho, ainda que entre centenas de pessoas ganhando um salário ruim. Foi por isso que optei por esse caminho no texto, para ressaltar que o grande ponto de virada estava não em salários, fábricas, divisão de trabalho, etc. Mas na produção mecanizada.
Flávio
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