Coincidência ou não, lembrei do próprio Berthoud hoje ao relembrar a ideia que tive para um texto, mas que acabei abortando, devido a um impasse na pesquisa. Enfim...
Berthoud, o cara, tornou-se conhecido na era da busca da precisão, da qual fizeram parte Harrison, Arnold, etc. O lance dele era projetar um cronômetro de marinha que atendesse aos franceses. Eh... Berthoud não era um cara que parecia saber muito bem o que estava fazendo, ao ponto de conseguir dar "um salto" tecnológico através de puro método científico. Ele parecia criar seus modelos e, à medida que os problemas surgiam, adicionava componentes a estes para solucioná-los. Aliás, neste sentido ele não era muito diferente de Harrison... Quem já viu um cronômetro de marinha de Berthoud (eu vi um no museu Beyer em Zurique, mas há outros em Paris...) vai entender o que estou falando, são trambolhos.
Eu achei interessante quando a Berthoud foi criada como marca há poucos anos pela Chopard, pois pareceu seguir o mesmo estilo antigo do "cara": relógios com visual trambolhudo, com excesso de engenharia para fazer coisas simples e acabamento impecável.
Mas confesso, como o SJX ressaltou neste texto, que faltava algo mais "normal" na coleção. Vejam, o relógio é volumoso em tamanho, mas pelo menos não parece algo saído das obras de Júlio Verne. Curti muito, o acabamento é impressionante, superior a qualquer coisa que normalmente vemos em marcas tradicionais consideradas de altíssimo nível, só sendo encontrado em independentes e... O preço idem, 230 mil dólares. Mas que o relógio é interessante, é, e segue ao estilo que atualmente gosto na relojoaria: as "complicações" são instaladas para obter "precisão" no relógio, não para adicionar funções. Daí o mostrador simples, só com horas, mas um movimento complexo, com fuso, corrente, remontoir, sistema para aproveitamento apenas parcial da corda, etc
Vejam só
https://watchesbysjx.com/2020/08/ferdinand-berthoud-chronometre-fb-2re-review.html