Pois é... A Longines, como ressaltei no meu último texto, publicado há duas semanas, tem importância histórica indiscutível na história da relojoaria, pois quem foi mandado aos Estados Unidos em 1876 "para ver o que estava acontecendo" foi o seu diretor técnico, Jacques David. E a Longines já vinha se mecanizando antes disso, sendo que depois este processo apenas se intensificou, dando surgimento às três grandes manufaturas semi integradas e de alto volume de produção, Omega, Zenith e Longines. A Longines, do ponto de vista de tecnologia, era uma potência maior do que a maioria das empresas que, em regra, terceirizavam os produtos complexos, como cronografos, vide rolex e omega. A Longines fazia tudo! E ainda hoje seu crono 13 CH é considerado, em desenho, o mais belo da história. Longines, até o final dos anos 70, era uma manufatura que competia e era vista na percepção do consumidor como equivalentes a Omega, Rolex, etc. O que ocorreu é que quando Omega e Longines praticamente faliram no início dos anos 80 e foram colocadas no mesmo grupo, não era possível mante las no mesmo nível no marketing, sob pena de uma competir com a outra. Por uma opção "política" de Hayek, a Longines foi escolhida para estar um nível um pouco abaixo da Omega no grupo, em outra faixa de preço. Mas o inverso poderia ter ocorrido... A realidade é que, considerando os preços atuais, a Longines me parece uma das marcas de melhor custo benefício do mercado, pois oferece movimentos exclusivos, como seu mecanismo de roda de colunas, por preços que não superam 3500 dólares. E está reconstruindo sua imagem de "luxo mais acessível". Ps. Como ja contei aqui, quando visitei a fábrica da Longines há uns dez anos com o Igor, nos foi contada uma coisa bizarra: parte dos movimentos da Omega, sim, da Omega, que no passado fora concorrente da Longines, estavam sendo fabricadas por essa! Na época, a fábrica da Longines, que é gigantesca até mesmo para os padrões atuais, imagine no início do século xx, estava ociosa... Hoje, pelo que soube, toda produção da Omega foi centralizada na sua própria fábrica, inclusive ampliada, bem como a da Longines, pois essa é a marca de luxo que mais vende relógios no planeta, com 1.4 milhão de unidades por ano. Parece que a gestão do Valter Kanel foi um sucesso para a marca...
Flávio
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