A história do Leroy 01

  • 2 Respostas
  • 1717 Visualizações
*

Offline flávio

  • *****
  • 10.251
    • Ver perfil
A história do Leroy 01
« Online: 04 Agosto 2021 às 13:23:39 »
Post que fiz agora no Insta, com um dado a mais. O número de complicações deste relógio, 20, só foi ultrapassado quase 20 anos depois quando a Patek fez o Graves Super Complication. E vale sempre ressaltar: ambos feitos a mão e com todos os cálculos matemáticos de engrenagens, etc, também feitos manualmente. Inacreditável.

Durante a Revolução Francesa, o governo Suíço alinhava-se politicamente com a aristocracia, enquanto a maioria dos relojoeiros do país apoiava os revolucionários. Em 1789, um grupo de relojoeiros de Le Locle e La Chaux-de-Fonds com conexões com a Sociedade Jacobina de Morteau, publicamente cantou e dançou a música revolucionária “Caramagnole”, o que resultou na sua expulsão da Suíça pelo governo de Neuchâtel. O grupo, então, fixou-se próximo da fronteira, na cidade francesa de Besançon, que pouco tempo depois se tornaria um polo de relojoaria.
Em 1897, o brasileiro Antônio Augusto Carvalho Monteiro, conhecido como “Monteiro dos Milhões”, proprietário da Quinta da Regaleira, cuja família havia feito fortuna através da cafeicultura e comércio de pedras preciosas, encomendou a Louis Leroy, de Besançon, um “relógio que englobasse de forma portátil tudo que a ciência e mecânica podem atualmente alcançar”.
O relógio, concluído em 1901 ao custo astronômico para a época de 20 mil francos, possuía 975 componentes, marcava as horas em 125 cidades, possuía calendário perpétuo, fases da lua, solstícios, equinócios, uma carta celeste, higrômetro, altímetro, termômetro, cronógrafo, bússola, repetição de minutos e horário do nascente e poente do Sol em Lisboa.
Foi entregue pessoalmente por Louis Leroy ao rei Manoel de Portugal, que realizava uma visita oficial a Paris. Depois, o rei convocou Antônio Carvalho ao seu palácio em Lisboa para entregar-lhe o relógio.
Em 1955, a cidade de Besançon, através de uma campanha nacional de doações instituída na França, conseguiu recomprar o relógio pela impressionante quantia de 2 milhões de francos. O relógio, em toda sua glória, pode ser visto atualmente no Museu do Tempo, na cidade de Besançon, local que ainda, eu disse ainda não visitei…
Lembrei desta história agora ao abrir um livro e perceber que um cartão-postal mostrando o tal relógio, e trazido de Besançon pela amiga Débora, era utilizado como marcador de página….



Re:A história do Leroy 01
« Resposta #1 Online: 04 Agosto 2021 às 16:06:54 »
Espetacular.



E abrindo-se a tampa traseira tem isso:



Rafael.

*

Offline flávio

  • *****
  • 10.251
    • Ver perfil
Re:A história do Leroy 01
« Resposta #2 Online: 04 Agosto 2021 às 19:18:15 »
Pois é! O troço é absurdo! E ao que parece, menos trambolho do que os pateks que o seguiram. Eu não ao vivo, mas tem se a impressão que daria para usar. Os pateks super complicados não dão para usar, eu já vi ao vivo o Calibre 89, é gigantesco, nem até no diâmetro, mas na altura: parece duas latas de atum empilhadas.

Enviado de meu ASUS_Z01KD usando o Tapatalk