Sim, todo mecanismo tradicional com embreagem lateral costuma ter isso, mesmo ser for um Patek. O que acontece é o seguinte: o mecanismo do cronógrafo fica normalmente desengatado do relógio em si, o que conta as horas. Quando você aperta o botão de acionamento do cronógrafo, uma alavanca, na qual existe uma engrenagem acoplada, é deslocada LATERALMENTE e se encaixa com uma outra engrenagem, a do relógio, que já estava girando. E aí o cronógrafo começa a funcionar... Agora imagine só... Você tem uma engrenagem, qualquer engrenagem, em qualquer aparelho mecânico, que está girando. Mas você quer transmitir o giro desta engrenagem para outra, a partir do acoplamento desta àquela que já está girando. Quando a engrenagem parada se encontra com a engrenagem girando, até mesmo porque não é possível prever se um dente da engrenagem vai encaixar certinho com a outra girando (nunca vai...), ocorre um tranco, até que as duas passam a girar em conjunto. É esse tranco que causa o saltinho. A Patek, que usava mecanismos Lemania até bem pouco tempo atrás, projetou um novo mecanismo, ainda tradicional, com embreagem lateral, e gastou a cuca para desenhar um perfil de dentes cujo encaixe entre si neste momento crítico não cause (ou minimize) este tranco. A Patek foi tradicionalista, porque visualmente falando, é mais interessante ver uma alavanca deslocando para o lado para encaixar a rodinha (coisa muito sutil, olhe aí no seu Zentih), porque se ela quisesse, tinha abandonado isso e partido para a embreagem VERTICAL. Neste sistema não ocorre tranco algum. São os sistemas usados em mecanismos mais atuais, como Omega, Piguet, Seiko, etc
Flávio