O relógio Shepherd de Greenwich

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Offline flávio

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O relógio Shepherd de Greenwich
« Online: 14 Setembro 2021 às 17:29:50 »
Post que lancei agora no @relogiosmecanicos


A difusão pública do horário do Observatório de Greenwich iniciou em 1833, quando o Astrônomo Real John Pond, sucessor de Nevil Maskelyne, determinou a instalação da famosa bola vermelha no telhado do prédio. Todo dia, precisamente às 12h55, a bola era puxada até o topo do mastro no qual fora instalada, onde permanecia estacionária, um sinal visual de atenção aos navegadores situados no Tâmisa; precisamente às 13h00 a bola descia, permitindo aos marinheiros sincronizar os cronômetros marítimos embarcados nos navios.
Em 1849, o engenheiro Charles Shepherd patenteou um relógio elétrico que podia distribuir o horário gerado a outros, através de pulsos “galvânicos” (elétricos). A ideia chamou a atenção do Astrônomo Real George Airy, que enxergou no sistema o potencial de transmitir a toda malha ferroviária inglesa o horário preciso gerado por Greenwich.
Airy, então, mandou que o sistema fosse instalado no Observatório, que passou a contar com um relógio principal “mestre” que sincronizava, através de pulsos elétricos, o horário exato da queda da bola vermelha, de um recém-instalado relógio na porta de entrada e de todo sistema ferroviário britânico. Em 1866, o horário de Greenwich passou a ser transmitido aos Estados Unidos através do recém-instalado cabo submarino telegráfico que conectava os dois países.
Em 15 de outubro de 1940, o pátio do Observatório de Greenwich foi atingido por uma bomba lançada pelos alemães. A onda de choque provocada danificou o relógio “Shepherd” da entrada, causando um abaulamento do mostrador. A empresa contratada para repará-lo, acreditando que a concavidade era uma característica original, a reproduziu no novo mostrador, o que somente foi consertado em 1947.
O relógio “Shepherd” é a principal lembrança da busca pela sincronização mundial do horário, tendo Greenwich como seu centro difusor. Fui ao Observatório em 2005, o primeiro de inúmeros locais que vistei em busca de histórias ligadas à relojoaria… Tanto o relógio “Shepherd” do portão como a bola vermelha funcionam até hoje, apesar de sincronizados por mecanismos a quartzo.