Soube do lançamento deste livro, obra bem recente, lançada há não mais do que seis meses, no blog da Antiquarium Horological Society que, diga-se de passagem, raramente visito. Foi bom ter dado uma olhada, pois o livro é excelente e, mesmo em tempos de ASSALTO A MÃO armada em tudo que possui preço dolarizado, de aquisição não tão cara: tem na Amazon Brasil com Prime (envio gratuito), por cerca de 150 reais, capa dura. O livro tem cerca de 250 páginas.
Gostei muito... A premissa do autor é tentar definir momentos chave da nossa sociedade através de 12 relógios. Cada um dos relógios é o ponto de partida para uma discussão mais "filosófica" de vários temas, que dão títulos aos capítulos, como guerra, paz, fé, império, etc.
O interessante é a estrutura narrativa, que começa invariavelmente com a descrição do tal relógio e sua conexão com um "fato" importante, as ramificações mais existenciais entre as relações humanas da época na qual estava inserido o objeto, sua importância atual e... Um retorno ao início do capítulo. Leitura fácil, agradável, curti muito o estilo do autor. É definitivamente um dos melhores livros que já li com a temática "tempo".
A única coisa que pode desagradar os mais "conservadores" é que há nitidamente uma opção central no livro de colocar os marcadores de tempo como instrumentos de domínio político, o que não deixa de ser verdade. Aliás, não de forma tão clara, mas essa é a posição de eminentes autores conservadores como, por exemplo, David Landes, que identifica no relógio mecânico o instrumento chave da revolução industrial. E isto porque os relógios possibilitaram o controle social pelo controle do "tempo", um tema muito caro à sociedade Vitoriana.
Enfim, curti muito mesmo este livro e, para quem tem facilidade na língua, imperdível.
Flávio