Intrometendo-me aqui, pois fui com o Igor há 10 anos e ele já havia ido dez anos antes, nos primórdios do retorno da relojoaria mecânica... O Igor, de fato, é a pessoa não só mais indicada para falar sobre isso como para dizer o que mudou nas empresas (e como mudou!).
Mas eu vou dar minha dica aqui, como já dei para vários que me enviaram mensagens, me ligaram, etc, sobre isso. Se seu tempo está corrido e o lance de relógios será inserido no contexto de uma viagem de turismo com outros que não são muito fãs do assunto (e mesmo que fossem...), você tem que restringir seus objetivos para não encher o saco de quem o acompanha. Aliás, foi por isso que não fui ao British Museum: da primeira vez em Londres, quem me acompanhava foi "obrigado" a ir a Greenwich e, da 2a, à Corporação de Ofícios. Eu não tive nem coragem de desviar o caminho do turismo para fazer outras coisas além disso... Eu poderia sim ter feito um dia sozinho para isso mas... Não é assim que as coisas funcionam em viagens com mais alguma pessoa.
Voltando ao assunto...
Na Suíça, se você puder ou quiser ir a apenas um só lugar, eu recomendo o Museu da Patek. Pô Flávio, mas lá só tem Patek, qual a graça nisso? Aí que todos se enganam... O que menos tem lá é Patek. Tem Patek pra caralho, mas eu acredito que não seja 1/3 da coleção. O museu aborda a arte de esmaltaria e a evolução da relojoaria desde o século 15 até os dias de hoje. Sim, você encontrará alguns Breguets lá e outros famosos... Sem contar que é tudo tão bem conservado...
Mas o melhor de tudo é que há visitas guiadas gratuitas todo dia, além de audioguias (não havia isso quando eu e Igor fomos lá) e... Se você quiser gastar, e hoje eu gastaria COM CERTEZA, há a possibilidade de contratar um guia exclusivo por 300 francos, por 3 horas. Eu nem pensaria hoje em não gastar, contrataria com certeza.
Tem mais tempo? Eu iria a uma fábrica grande, diga-se, o museu (eu sinceramente não acredito que uma fábrica grande, hoje, permita entrada) da fábrica grande, até mesmo para VER o local (creia, o simples fato de VER a fábrica já te insere num contexto maior). Qual fábrica? Bem, Omega e Longines ficam muito próximas umas das outas, eu iria na Longines pois possui um contexto histórico muito importante na suíça. Mas se quer ver mesmo alguma coisa sendo feita, no padrão artesanal, eu procuraria algum independente, e aí tudo depende da sua lábia. Eu acho que é muito mais fácil conseguir uma visita a algum independente do que nas majors. Exemplo que me veio à cabeça? Em St. Imier mesmo tem a Zeitwinkel, uma puta marca independente que faz tudo lá. Eu jogaria minhas cartas nas pequenas, acho que consegue alguma visita.
Flávio