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Derek Pratt, o gênio discreto, seu escape, seu H4...

Iniciado por Jefferson, 19 Fevereiro 2023 às 08:59:38

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Jefferson

Excelente texto do Nuno Margalha no IPR. Dos grandes nomes da relojoaria do seculo XX, certamente um dos maiores e menos falado é Derek Pratt. Um super relojoeiro, versado em praticamente todas as habilidades da grande arte, tinha uma pura e genuina paixão pela mecânica.

https://www.institutoportuguesderelojoaria.pt/post/derek-pratt

flávio

Muito bom este texto, merece ser lido. Eu já li a obra sobre a vida dele citada no texto e, embora não fique claro, ouso dizer que ele não fabricou apenas um pequeno pivô para Daniels, mas a roda de escape inteira. E Daniels não o agradeceu por isso em sua biografia, o que o deixou chateado.

Flávio

Jefferson

Citação de: flávio online 21 Fevereiro 2023 às 10:15:47
Muito bom este texto, merece ser lido. Eu já li a obra sobre a vida dele citada no texto e, embora não fique claro, ouso dizer que ele não fabricou apenas um pequeno pivô para Daniels, mas a roda de escape inteira. E Daniels não o agradeceu por isso em sua biografia, o que o deixou chateado.

Flávio

Flávio,

Pois é, se você estiver certo, o que infelizmente não duvidaria, considerando o histório de Daniels, mais uma na conta do falecido.

Sou um fã incondicional da Omega e do seu Coaxial e tenho uma grande admiração pelo Daniels e sua obra, mas volta e meia me aparece uma história que coloca em xeque sua personalidade. Que o cara era um ranzinza, orgulhoso e prepotente, fazer o que, mas não dar o devido crédito, não ter gratidão, nem genorosidade com quem lhe ajudou é f#d#... E, infelizmente, no caso de Daniels os exemplos não são poucos.

É inevitável comparações com os exemplos de figuras como o próprio Derek Pratt, Philippe Dufour, Max Busser e outros. Eu, particularmente, não consigo separar a obra da vida pessoal do seu criador.

Saudações,

Jefferson.

flávio

Cara, HOJE, eu digo HOJE, o escape coaxial é muito mais um paranauê diferente e tecnológico feito pela Omega para lhe dar legitimidade técnica. Digo isso porque é algo muito mais complexo do que qualquer outro escapamento (vide o Chronergy da Rolex), embora realmente eficiente, mas... O que quero dizer é o seguinte: o escape coaxial é um produto dos anos 70 (pensado com técnicas dos anos 70), implementado nos anos 90 (com técnicas idem, embora na época avançadas para a época, como eletroerosão...) e atualizado para os anos 2000 (silício). Mas acho que toda sua eficiência poderia ser obtida hoje com técnicas novas e design mais tradicional (vide Chronergy de novo... Ou os Ulysse Nardin Diamonsil).


Flávio

Jefferson

Flávio,

Será mesmo? Verdade que o escape coaxial, graças a novas tecnologias e novos materiais, tem hoje concorrentes a sua altura que usam menos componentes e construções mais simples. Mas na epoca da sua invenção o escape coaxial foi um grande avanço, que infelizmente perdeu o timing por conta da demora na sua implementação comercial. Porém, a Omega tem investido na evolução do seu escape coaxial, a exemplo do recente lançamento do Sistema Spirate que postei um tópico aqui no FRM: http://forum.relogiosmecanicos.com.br/index.php?topic=16596.0.

Mas em todo caso, sou suspeito quando falo da Omega...

Saudações,

Jefferson.

flávio

Cara, não há dúvidas que o conceito do escapamento coaxial (impulso tangencial e direto, pelo menos em uma da oscilações), teoricamente possibilita alta precisão. Mas não só na teoria como na prática: atualmente a Omega é a empresa que garante ao consumidor os melhores parâmetros de precisão do mercado, algo impensável numa escala industrial de, digamos, uns 30 anos atrás. O problema do Coaxial é a complexidade na fabricação, tanto é que demorou anos (5...) para a Omega sequer ponderar com o faria em série e, pior, no pós venda. Não que seja bicho de sete cabeças, mas como já disse aqui, qualquer relojoeiro furreca com o mínimo de bom senso revisa, e bem, um Rolex. Um Coaxial não... O cara tem que ter treinamento específico (ou ser curioso e procurar os manuais técnicos plenamente disponíveis na rede) e ferramental específico (microscópio estéreo e um suporte de movimento, embora este suporte não seja realmente necessário. O microscópio sim...). Aliás, se o Adriano estiver lendo isso, vou aproveitar o ensejo e fazer uma pergunta: tem como lubrificar o coaxial com lupa, daquelas de análise de pivôs (15 vezes mais ou menos), sem se tornar algo difícil pra caramba? E vou além: na sua prática, já pegou muitos coaxiais revisados como de âncora e, claro, dando pau depois?


Flávio

Jefferson

Citação de: flávio online 24 Fevereiro 2023 às 10:26:43
Cara, não há dúvidas que o conceito do escapamento coaxial (impulso tangencial e direto, pelo menos em uma da oscilações), teoricamente possibilita alta precisão. Mas não só na teoria como na prática: atualmente a Omega é a empresa que garante ao consumidor os melhores parâmetros de precisão do mercado, algo impensável numa escala industrial de, digamos, uns 30 anos atrás. O problema do Coaxial é a complexidade na fabricação, tanto é que demorou anos (5...) para a Omega sequer ponderar com o faria em série e, pior, no pós venda. Não que seja bicho de sete cabeças, mas como já disse aqui, qualquer relojoeiro furreca com o mínimo de bom senso revisa, e bem, um Rolex. Um Coaxial não... O cara tem que ter treinamento específico (ou ser curioso e procurar os manuais técnicos plenamente disponíveis na rede) e ferramental específico (microscópio estéreo e um suporte de movimento, embora este suporte não seja realmente necessário. O microscópio sim...). Aliás, se o Adriano estiver lendo isso, vou aproveitar o ensejo e fazer uma pergunta: tem como lubrificar o coaxial com lupa, daquelas de análise de pivôs (15 vezes mais ou menos), sem se tornar algo difícil pra caramba? E vou além: na sua prática, já pegou muitos coaxiais revisados como de âncora e, claro, dando pau depois?


Flávio

Flávio,

Concordo! A manutenção do escape coaxial não é para qualquer um, e isso, sem duvida alguma é uma desvantagem, principalmente hoje quando temos o monopolio do pos venda que as grandes marcas lutam para impor aos consumidores finais.

Saudações,

Jefferson.